sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Colégio criado para atender alunos 'olímpicos' tem maior média no Enem

Uma escola criada em 2009 a pedido de parte dos alunos de um famoso colégio paulista conseguiu a maior média geral do Brasil no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado em 2011. As notas das escolas foram divulgadas pelo Ministério da Educação nesta quinta-feira (22), e o Objetivo Colégio Integrado, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo, ficou com a maior delas. Todos os 42 estudantes que compunham a turma do terceiro ano do ensino médio em 2011 fizeram a prova do Enem e tiveram uma média de 737,15 pontos, quase 20 a mais que a segunda nota mais alta.
As notas mostram que os estudantes do colégio se saíram melhor nas áreas de exatas e biológicas. Porém, suas médias foram as maiores na lista divulgada pelo MEC nas quatro provas: ciências humanas (684,46), ciências da natureza (740,74), linguagens e códigos (675,81) e matemática (847,57). Neste ano, a prova de redação não entrou no cálculo da média geral.
De acordo com João Carlos Digenio, fundador do Objetivo, a ideia de criar um colégio separado, com ensino integral e foco nos vestibulares e em atividades acadêmicas extracurriculares surgiu de uma sequência de demandas vindas dos próprios alunos. Ele explicou ao G1 que os alunos do Colégio Objetivo envolvidos em atividades extracurriculares como olimpíadas acadêmicas acabam usando o período da tarde para permanecer no colégio tirando dúvidas e repondo o conteúdo que perdiam quando viajam para outros estados e países para competir.
"Eles ficavam à tarde tirando dúvida e na biblioteca. Primeiro pediram restaurante no colégio, depois pediram professores para tirar dúvidas, aí disseram: 'não dá para ter tempo integral de uma vez?'", explicou Digenio, que atribui o sucesso do colégio ao esforço dos alunos e dos professores, e também ao fato de que as aulas acontecem em período integral.
"Na verdade, o mérito maior é dos alunos e dos professores. São alunos talentosos, aplicados e que quiseram fazer o tempo integral. É puxado."

Grade curricular flexível
Os estudantes têm aulas das 7h10 às 18h durante a semana, com um intervalo para o almoço entre as 13h e 14h. De manhã, cumprem o currículo normal do ensino médio. À tarde, os estudantes podem definir parte da grade curricular com matérias de seu interesse, segundo Diogenio. Isso inclui, por exemplo, aulas de astronomia para quem compete em olimpíadas da disciplina no Brasil e pelo mundo.
A ideia do fundador, agora, é estender a oferta de horário integral a alunos do ensino fundamental. "No fim é uma tendência, vai tudo acabar virando tempo integral. Mas com os garotos adolescentes, existem alguns que não querem não", disse.
Segundo ele, criar um colégio separado para atender a esses alunos acabou destacando os bons resultados deles, e atraindo mais interesse. Atualmente, nos dois primeiros anos do ensino médio, cerca de cem estudantes estão matriculados em duas ou três turmas. Em 2011, 42 estavam no terceiro ano do Objetivo Integrado, e todos eles fizeram o Enem. Em 2012, ele diz que são mais estudantes, apesar de não saber precisar números, e que apenas um perdeu o Enem porque a prova caiu no dia de um exame obrigatório para o processo seletivo da Universidade Harvard, dos Estados Unidos, e o aluno preferiu abrir mão do exame do MEC.
Fonte: G1

"Quatro horas na escola é pouco"

As três Escolas que tiveram notas mais altas no Exame Nacional do Ensino médio 2011 têm aula em tempo integral. Entre colégios que tiveram grandes viradas no Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) entre 2009 e 2011, muitos também têm Educação integral.O sucesso tem sido explicado por alguns estudiosos: quanto mais tempo ficam expostas ao processo Ensino-aprendizagem, mais aprendem.
Mas a proposta do Ensino integral precisa ultrapassar a ideia de mais tempo na Escola. É isso que defende a gerente da Fundação Itaú Social, Isabel Santana. Formada em Filosofia pela Pontificia Università Gregoriana, MBA em Gestão e Empreendedorismo Social e há 25 anos na área social, com experiência em elaboração e gestão de projetos sociais, Isabel acredita que é preciso aumentar, além da carga horária, a diversidade de assuntos. O conceito integral precisa ser aplicado não só no relógio, mas também nos espaços e no conteúdo. A gerente ainda observa que quatro horas na Escola é pouco. A cada ano que passa, o acúmulo de conhecimento aumenta, mas o tempo em sala de aula, não. Isabel ainda cita que, das quatro horas, o período de aprendizado é dividido com outras questões, como a chamada dos estudantes.
Para o Ensino médio, ela reforça ainda mais a ideia de aumentar o tempo e a diversidade de conteúdos.

Diário Catarinense – Passar quatro horas na Escola, como é para a maioria dos estudantes brasileiros, é pouco? Por quê?
Isabel Santana – Quatro horas na Escola é pouco, pelo menos por três razões. Primeiro, porque além de quatro horas ser pouco, destas quatro horas, o tempo que é efetivamente utilizado no Ensino-aprendizagem é menor ainda. A gestão do tempo nas Escolas precisa ser aprimorada. Perde-se tempo com processos burocráticos e sem sentido, e não se usa o tempo para o que é essencial. Exemplo: na troca entre Professores, numa aula que tem 50 minutos, ele gasta 10, 15 minutos com a chamada de Aluno. Esse é um único exemplo de que o tempo é usado em outra coisa que não é aula de verdade. A segunda razão é que o espaço Escolar é, antes de tudo, um espaço de relações, onde existem conteúdos a serem trabalhados e processos a serem vivenciados. Há ainda um acúmulo de conhecimento da humanidade, o que se estende às crianças. Esse acúmulo demanda mais coisas para aprender, e a gente continua mantendo o mesmo tempo de Escola de séculos atrás. Desconheço outro país do mundo que tenha só quatro horas de Ensino. A terceira razão é que existem estudos e pesquisas quantitativas que demonstram que há aumento de aprendizagem aumentando o tempo na Escola.

DC – A questão financeira continua sendo a maior barreira para que a Educação integral não esteja presente na maioria das Escolas?
Isabel – Ainda existe dificuldade financeira, mas, em breve, haverá diminuição de crianças entrando na Escola e aumento de recursos. A barreira financeira é temporária. A dificuldade é formação dos Educadores, ter planos de carreira que consigam priorizar a permanência do mesmo Professor na Escola. Existe uma dificuldade que é o currículo e a diversificação das atividades. Não precisamos pensar num único modelo.

DC – Em seminário promovido pela Fundação Itaú Social, em São Paulo, ficou clara a necessidade da Educação integral ensinar também de maneira integral. Trazendo o tema da Educação integral para o Ensino médio, o que seria preciso abordar nesta etapa tão problemática?
Isabel – Quando falamos em Educação integral, a pergunta por trás é: “Qual o tipo de formação que queremos dar para as novas gerações da nossa sociedade?” Vale para crianças, adolescentes e jovens. É para toda a Educação básica. Quando falamos em Ensino integral, estamos sempre trabalhando em ampliar o tempo que o Aluno está exposto ao processo de Ensino-aprendizagem, porque não dá para pensar a Educação integral sem estruturar o tempo. Mas defendemos também a ampliação do espaço. Não deve acontecer só no espaço Escolar. Quando se pensa no Ensino médio, isso se torna ainda mais importante. Não é Escola o dia todo, e sim Educação o dia todo. Ampliação de tempo, espaço e conteúdo. Se eu aumento o tempo, também preciso pensar qual é o recheio, o conteúdo. Não dá para pensar numa política de Educação integral sem dar oportunidade para que o Aluno se desenvolva o máximo. Oferecer mais tempo, mais espaços, e precisamos de adequação e escolhas do conteúdo. Olhando esse conjunto, no Ensino médio, não dá para pensar na Educação integral como um único modelo, uma única oferta. Se eu tiver um único modelo, só com Escola de oito horas por dia e em muitos dias, muitos jovens vão começar a ficar fora disso, porque não terão interesse.

DC – Em SC, o governo aposta no Ensino médio integral e inovador para conter os índices de reprovação e abandono desta etapa. Aos jovens, são oferecidas aulas de inglês, empreendedorismo, informática. Este modelo pode ser considerado adequado? Se não, o que é preciso ter além disso?
Isabel – Um ponto importante, não só para SC, mas para todas as redes de Educação pensarem, é o quanto o currículo que está sendo oferecido consegue misturar os conteúdos de jeito mais produtivo. Eu sempre acho que não é adequado colocar em um período só as matérias que são exigidas para prova e, num outro período, as atividades complementares. Reforça muito a ideia de que um é Escola e o outro é mais leve, mais solto. Pensar o currículo de forma integrada, que seja desenvolvido em conjunto, em horário estendido. Outro ponto é que cada Escola, cada ONG desse um cardápio de oportunidades que pudesse ser acessado pelos jovens em momentos diferentes. Tenho aula de informática, mas posso ter informática para produção de vídeos, textos, desenho de moda, por exemplo. Quando o jovem se sente participante da escolha, ele se envolve mais, a evasão é menor, e passa a configurar um projeto com sentido educacional. Se não tivermos, fica muito difícil aderir ao projeto.

DC – Como usar as ONGs na oferta de Ensino integral?
Isabel – As ONGs podem ser fortes aliadas. É preciso que o governo se abra, as ONGs se abram para o processo educacional em conjunto.
Fonte: Diário Catarinense (SC)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Por uma Educação autônoma, cidadã e laica

Em relação à Educação, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, estabelece: “Toda pessoa tem direito à instrução (...) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais”. A Constituição Brasileira e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelecem que “a Educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Enquanto a Educação deveria ser “direito de todos e dever do Estado e da família”, não é insignificante o número de famílias que não cumprem o dever de educar seus filhos em consonância com os princípios fixados na legislação. Daí decorrem situações que surgem na Escola e que não podem ser ignoradas pelos profissionais de Educação, até mesmo para manter ordem no cotidiano da rotina Escolar. No entanto, nem sempre os profissionais estão preparados para dar conta dessas situações.
Embora não seja uma lista exaustiva, os problemas mais comuns incluem a falta de Educação sexual, seja na família, seja na Escola, de modo que a cada ano cerca de 20% das crianças que nascem no Brasil são filhas de adolescentes, segundo o IBGE. Entre outros prejuízos, a gravidez na adolescência pode levar ao abandono dos estudos. Segundo o Ministério da Saúde, há tendência de crescimento do HIV nos jovens entre 13 e 19 anos.
Por mais que haja setores que neguem, a violência homofóbica nas Escolas, seja física ou psicológica, é uma constante e não poderia ficar sem resposta por ferir cabalmente os direitos humanos. Este fato tem sido repetidamente apontado por diversos estudos realizados no Brasil nos últimos 12 anos, que também constatam que as consequên­­cias da homofobia são muito prejudiciais para adolescentes LGBT e incluem depressão, baixa autoestima, isolamento, violência, abandono Escolar até o suicídio, contrariando os princípios constitucionais da “igualdade de condições para o acesso e permanência na Escola” e do “respeito à liberdade e apreço à tolerância”. Outro fenômeno presente na sociedade que é refletido na Escola e requer ações educativas incisivas é a persistência do machismo e da consequente desigualdade entre os gêneros, em detrimento da condição feminina.
Para que a Escola contribua para a formação de cidadãos e cidadãs cuja moral seja fundamentada na capacidade de discernir com autonomia e responsabilidade, e de viver pacífica e respeitosamente em uma sociedade diversa, são necessárias várias medidas no campo da Educação, para que os profissionais tenham os recursos necessários para lidar com as situações de relações de gênero, sexualidade e diversidade sexual, entre outras, e para que as gerações futuras formadas em parte por eles sejam mais cidadãs. Em resumo, essas medidas incluem: formação inicial mais abrangente, reforçada por formação continuada nesses temas, mais pesquisas para informar as medidas corretamente, mais materiais educativos específicos para subsidiar as ações educativas nos temas apontados e, acima de tudo, a garantia do princípio da laicidade do Estado, tanto nas políticas públicas como na atuação dos profissionais de Educação nas Escolas.
Toni Reis, doutor em Educação e presidente da ABGLT, in: Gazeta do Povo (PR)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Escola pública mantém nota baixa no Enem

O Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem as notas por Escola da edição de 2011 do Exame Nacional do Ensino médio (Enem). Entre os cem melhores colégios com o melhor desempenho na prova aparecem apenas dez Escolas públicas, a maioria unidades de aplicação vinculadas a universidades federais, instituições militares e de Ensino técnico.
Embora o Enem não sirva como uma avaliação de qualidade educacional, mas principalmente como uma espécie de vestibular de acesso ao Ensino superior, o resultado da edição do ano passado mostra que as Escolas particulares absorveram melhor a proposta pedagógica do exame, composta por testes de ciências da natureza e tecnologias, ciências humanas, linguagens e códigos e matemática, além da redação. Na edição de 2010, 13 Escolas públicas estavam na lista das cem melhores do Enem.
O MEC anunciou somente as notas de 10.076 unidades, que representam 40,6% das Escolas de Ensino médio do país. Pouco mais de 1.185 Escolas que tiveram menos de dez Alunos no exame e outras 13.581 com taxa de participação de estudantes concluintes menor de 50% do total da turma foram excluídas da divulgação. Do total geral de médias apresentadas ontem, 199 são federais, 4.968 estaduais, 111 municipais e 4.798 particulares.
Na avaliação de Tufi Machado Soares, Professor e coordenador de pesquisa do Centro de Políticas Pública e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), desde que o MEC propôs reformular o conteúdo do Ensino médio em 2009, usando o Enem como base, as Escolas particulares foram as primeiras a se adaptar. "A exemplo da estrutura do Estado, as Escolas públicas são muito engessadas, têm mais dificuldade para mexer no conteúdo, dar mais dinamismo ao que é ensinado", disse Soares durante encontro em São Paulo para discutir o Enem, promovido pelo movimento educacional Todos Pela Educação.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ponderou que o resultado não pode ser considerado como ranking das melhores Escolas de Ensino médio do país. "O Enem não é um ranking de avaliação entre Escolas, é uma avaliação dos Alunos, dos estudantes. É insuficiente como avaliação do estabelecimento Escolar porque há Escolas com naturezas muito distintas", disse.
José Francisco Soares, Professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), defende o uso de dados socioeconômico para melhor avaliar as Escolas no Enem. "O que está fora da Escola impacta o que está dentro da Escola. O nível socioeconômico é essencial para se perceber isso. Quando não mostramos essa correlação, a informação que se divulga é de má qualidade."
O Colégio Objetivo Integrado, Escola privada de São Paulo, ficou com a melhor média geral do Enem do ano passado: 737,15, considerando as quatro disciplinas e a redação. O Colégio Elite Vale do Aço, de Ipatinga, interior de Minas Gerais, e o Colégio Bernoulli-Unidade Lourdes, de Belo Horizonte, ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente, com média 718.
A Escola pública mais bem classificada no Enem 2011 foi o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), com média 704. O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) é a segunda pública melhor colocada, na 29ª posição, com média 676, seguido pelo Instituto Federal do Espírito Santo, de Vitória, no 40º lugar e média 672.
As outras sete Escolas que figuram entre as cem melhores notas do Enem 2011 são: Colégio Militar de Belo Horizonte (52º), Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (60º), Colégio Militar de Porto Alegre (73º), Etec São Paulo (74º), Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais (85º), Colégio Pedro II - Unidade Niterói (90º) e Instituto Técnico da Universidade Federal de Tecnologia do Paraná (91º).
Fonte: Valor Econômico (SP)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Disparidade ainda é grande

Os Alunos que prestaram o Exame Nacional do Ensino médio (Enem) de 2011 apresentaram um pior desempenho se comparado à avaliação anterior. Enquanto a média final da avaliação realizada no ano passado ficou em 494, 8, em 2010 o resultado foi equivalente a 511,21.
O Ministério da Educação (MEC) atribui o declínio à ausência da nota da redação na média. Nacionalmente, a média dos concluintes do Ensino médio das Escolas públicas foi inferior aos da privada. Entre as 50 Escolas melhores colocadas, só três são públicas e estão localizadas em Minas Gerais, Espírito Santo e Pernambuco. Com relação ao melhor desempenho nacional, o Distrito Federal ocupa o 4º lugar. A diferença de pontuação entre as públicas e privadas foi de 474,2 e 569,2 respectivamente.
DF, o colégio particular melhor classificado foi o Olimpo. O diretor de Ensino do estabelecimento, Dalton Franco, avalia que a classificação é resultado de um trabalho em equipe. Segundo o Educador, o bom rendimento estimula cada vez mais os estudantes. “Os nossos Professores preparam os Alunos para todos os vestibulares e exames nacionais, além da Universidade de Brasília (UnB) e o Enem”, informou. Entre as Escolas da rede pública, o Colégio Militar Dom Pedro II. O melhor colocado, apresentou um rendimento superior com uma pontuação equivalente a 578,29 pontos distribuídos entre um percentual de 62% dos que prestaram o exame.
O pior rendimento no DF, entre as Escolas públicas, foi atribuído ao Centro Educacional (CED) Taquara localizado em uma área rural de Planaltina. O CED 2, do Cruzeiro Norte, ocupou a 42ª colocação de pior rendimento do Enem. Segundo a diretora Keila Alvarim, o resultado reflete à situação de a maioria dos Alunos ser oriunda do programa de Educação de Jovens e Adultos. “Os Alunos regulares são mais focados no PAS e nos vestibulares da UnB e o Enem interessa mais aos estudantes do EJA que trabalham o dia todo e não têm tempo de uma maior dedica- ção aos estudos”, aponta. 

Diferenças chocantes de realidades
O Centro de Ensino médio Integrado à Educação Profissional (Cemi), localizado no Gama, ficou em segundo lugar entre as públicas do DF. O estabelecimento promove Ensino em tempo integral e aposta na iniciação científica para aumentar o rendimento dos estudantes. Segundo o diretor Ariomar da Luz, “os 480 adolescentes matriculados no Cemi são constantemente encorajados a participar de projetos pedagógicos. Chegamos a receber uma menção honrosa da Unesco por um projeto que ensinava braile aos estudantes por meio de um computador”, disse o diretor.
O entusiasmo é compartilhado por estudantes, que não poupam elogios ao falar do local onde passam a maior parte do dia. “N os sa casa é quase só para dormir”, relatou Diego Lima, 17 anos. Ele integra o grêmio estudantil do Cemi ao lado de Maria de Fátima, da mesma idade. Ambos apontam a importância do corpo Docente no crescimento dos jovens: “É um grupo de Professores diferenciado.
Eles têm uma relação maior com os Alunos em comparação com outras Escolas que estudei.” Realidade bem diferente é vivida pelo último colocado da lista do Enem, o Centro Educacional Taquara, em Planaltina. Construída nos anos 70, a Escola nunca recebeu uma reforma estrutural. Computadores, por exemplo, são artigos de luxo quando as necessidades imediatas são abastecimento de água e energia elétrica. Em Taquara falta, por exemplo, Professores de geografia e matemática para que os Alunos não percam mais aulas.
Fonte: Jornal de Brasília (DF)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Educação por decreto

 
Nossos legisladores costumam simplificar os problemas no Ensino público e em algumas situações beiram o absurdo – para não dizer outra coisa. Uma das manias de nossos deputados e senadores é fazer alteração curricular – criação e inclusão de disciplinas ou mudança de conteúdo Ensino na Escola. Uma pesquisa recente mostra que um em cada quatro projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional está relacionado à criação de novas disciplinas. Até parece que uma nova disciplina vai resolver o problema. A última aprovação é da inclusão das disciplinas de ética social e política no Ensino médio, o antigo segundo grau. E mais, no antigo V a VIII os Alunos terão que engolir as disciplinas de cidadania moral e ética.
Se matérias básicas, como língua portuguesa e matemática já existe uma defasagem de Professores, imagine então dois complexos temas. O resultado é que essas aulas viram sobras para completar a carga horária ou Professor contratado temporariamente. Em outras palavras, não surtiu efeito algum. E assim vai.
Atualmente são mais de 250 pedidos de novas disciplinas. Pelo jeito o Aluno terá que estudar 24 horas por dia e ainda haverá mais assuntos a serem abordados.
Se depender de nossos parlamentares, os Alunos deveriam aprender esperanto (uma língua falada por menos de 1% da população mundial), além de leis e regras de trânsito, direitos do consumidor. A lista na verdade é extensa – xadrez, Educação no trânsito, males da dependência química, gravidez na adolescência, Educação financeira, direito do consumidor, a volta da Educação moral e cívica, cultura cigana, iniciação ao turismo, direto da mulher, direito do idoso, preparação para a boa morte (não faltava mais nada).
Talvez os nossos nobres representantes não saibam, as Escolas trabalhavam todos esses assuntos como temas transversais – são debatidos discutidos, analisados, trabalhados em diversas disciplinas sem necessariamente constar no currículo.
Esse é o cenário da preocupação de nossos políticos com a Educação pública. O retrato é de desolação, um sentimento de andar para trás. Termino meu artigo sobre Educação com a mesma frase de sempre. Até quando?
Fonte: Diário de Cuiabá (MT)

domingo, 25 de novembro de 2012

Mostrando a Língua - 66

Salve, salve, queridos diqueiros!

Como vcs já sabem dos meus 'apertos' profissionais, não vou mais pedir desculpas. Considero que vcs compreendem, sim?
 
A DICA DE 14 DE NOVEMBRO- atrasadíssima- vai cuidar exatamente do superlativo em -íssimo (a) que usei na palavra 'atrasadíssima'.
Acho que já discuti o uso do sufixo na palavra que vamos abordar, mas , pelo que tenho visto de equívocos, vou retomar.
A palavra em questão é 'SÉRIO' que NÃO FAZ o superlativo SERÍSSIMO como compreende a maioria das pessoas. Vejamos:
O superlativo absoluto sintético exprime, por meio de uma só palavra,o elevado grau de determinado atributo e se forma a partir da junção de um sufixo ( -íssimo, -ílimo, -érrimo) a um adjetivo. No nosso estudo daremos atenção ao sufixo -íssimo em algumas palavras. Observem que a palavra original JÁ TEM um -i, perde o 'o' ( ou 'a) final e se junta ao sufuxo que começa com -i. Então, teremos dois 'is'!

FRIO + ÍSSIMO = FRIÍSSIMO
MACIO + ÍSSIMO = MACIÍSSIMO
VADIO + ÍSSIMO= VADIÍSSIMO
SÉRIO = ÍSSIMO= SERIÍSSIMO

Percebo que os falantes já pronunciam FRIÍSSIMO, mas que, por alguma razão, não falam SERIÍSSIMO! Vai entender...
Fica a dica, gente e a recomendação de esforço no sentido de usarmos a lógica, ok? 

A DICA DE 21 DE NOVEMBRO - dedica atenção especial aos nomes de meses. E a dúvida é: com maiúscula ou com minúscula?
Os nomes dos meses têm berço nobre, porque foram criados, etimologicamente, a partir dos nomes dos deuses ou de eventos romanos. Apenas a título de ilustração, enuncio (podem 'pular' esta parte se não tiverem paciência.)
  • janeiro - deus Jano (porteiro celeste)
  • fevereiro - vem de februmm que significa purificar- ritual de purificação em Roma
  • março - vem de Marte
  • abril - temos duas versões: vem de aprilis ( comemoração a Vênus) ou de aperire=abrir
  • maio - homenagem às deusas Maia e Flora
  • junho - vem do nome da deusa Juno
  • julho - homenagem a Júlio César, imperador romano
  • agosto - homenagem ao imperador Augusto
  • setembro, outubro- vêm dos numerais romanos septem e octo
  • novembro e dezembro - vêm de november (novem) e december (decem), meses originais romanos. 
E, afinal, (esta é a dica) os nomes de meses se iniciam por maiúsculas ou por minúsculas?
Com minúsculas porque são substantivos comuns. Tão comuns que admitem usos como:
Este março quente, novembro do meu bebê, setembro de flores e por aí vai.
O mesmo ocorre com as estações do ano. Vejam: completou 10 primaveras, outono da vida, invernos de aconchego, verões inesquecíveis de Atafona.
Grande abraço, bom domingo, até quarta (eu acho! Rssss)
Edinalda

Cientista político defende debate conjunto sobre royalties do petróleo e o Plano Nacional de Educação

Fernando Abrucio, Guiomar Namo de Mello, Cristovam Buarque e João Batista Oliveira participam de audiência pública.
 
Os debates sobre a partilha dos royalties do petróleo e o novo Plano Nacional de Educação (PNE) deveriam andar juntos, sugeriu o cientista político Fernando Abrucio, em audiência pública promovida pela Comissão de Educação.
Por meio do estabelecimento de metas claras e das formas para alcançá-las, explicou, será possível promover um salto de qualidade na Educação nos próximos dez anos.
— A distribuição dos royalties do petróleo entre municípios e estados sem um projeto de país é um desastre.
Educação é a grande questão hoje, e o nosso desafio é articular o Plano Nacional de Educação com a lei dos royalties. O plano [aprovado pela Câmara] é muito geral. Temos que definir um conjunto pequeno de prioridades — sugeriu Abrucio.
A audiência tratou da federalização da Educação básica e foi presidida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
O presidente do Instituto Alfa e Beta, João Batista Oliveira, propôs que se cumpra a divisão de tarefas estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), deixando o Ensino fundamental sob a responsabilidade dos municípios e estadualizando o Ensino médio, inclusive o técnico.
A Educadora Guiomar Namo de Mello considerou uma “desfuncionalidade” deixar o Ensino fundamental dividido, parte sob responsabilidade dos municípios e parte para os estados.
— Não quisemos dizer para municipalizar tudo e para o estado se deslocar para o Ensino médio. Alguns municípios têm duas redes de Ensino fundamental, a estadual e a municipal.
Cristovam Buarque recordou ter sido o primeiro a defender a utilização dos recursos provenientes dos royalties do petróleo na Educação.
Fonte: Jornal do Senado (DF)

sábado, 24 de novembro de 2012

O desafio de ensinar para o século XXI

Gordon Freedman, ex-vice presidente de estratégias globais da Blackboard, deixou o mundo corporativo em 2011 para se dedicar a uma missão: descobrir formas inovadoras de transformar a Educação. Para isso, fundou nos Estados Unidos o Laboratório Nacional para Transformação da Educação (www.nlet.org), que, em parceria com a Universidade Texas Austin, Universidade Califórnia Santa Cruz e o Laboratório Nacional Los Alamos, quer transformar o atual modelo de educa- ção do século passado em um Ensino do século XXI. Em visita ao país para participar do Fórum de Educação 2012, promovido pela Blackboard, Freedman afirmou que não existem fórmulas prontas e que até mesmo modelos bem sucedidos como o de Cingapura não respondem às demandas educacionais do presente. E também que há mais semelhan- ças nos problemas educacionais entre Brasil e Estados Unidos do que se imagina. A seguir, algumas de suas observações. Crise de paradigmas Hoje queremos pessoas que possam pensar por elas mesmas, por que para a economia funcionar, alguns terão que criar novos negócios, afinal, a velha economia de manufatura não é capaz de sustentar as demandas atuais.
Logo, os estudantes de hoje têm novos desafios ao sair da Escola. Mas o sistema de Ensino é o mesmo. Eles têm acesso há tanta informação fora da Escola, mas na sala de aula têm de se adaptar a um modelo criado na época da revolução industrial, com foco na conformidade social. Educação significa um sistema formal, mas aprender não é algo formal. Esse modelo de classe de estudantes não funcionará no futuro — o Ensino tem que ser individual.

O papel do governo

Governos não sabem o que fazer com a Educação. Veja nos EUA, Cingapura ou Coreia - há muita experimentação na Educação e muito dinheiro de fundações e governos. Eles estão fazendo o básico, tentando arrumar o que está errado, sem olhar para o problema. Mas não é a culpa só dos governos.

Desafio dos EUA

Em uma economia avançada como nos Estados Unidos, temos que levar os estudantes à faculdade, porque não é possível fazer como antigamente, quando um Aluno terminava o Ensino médio e conseguia um emprego na indústria ou no McDonald’s. Hoje as fábricas estão no Mexico, Vietnã, China. Mas antes da faculdade, temos que conseguir mantê- los na Escola. Eles abandonam o Ensino médio porque é chato, assim como no Brasil.

O papel da tecnologia

Você conhece a Khan Academy, é o trabalho de um cara que estava frustrado porque seus sobrinhos na Índia não iam bem na Escola. Ele decidiu fazer um ídeo para ensiná-los. O modelo não é brilhante, qualquer um podia fazer isso. Não é questão só de tecnologia, é de acesso. O Aluno pode pegar as aulas online e ir para a Escola discutir os problemas.

Custo da inovação

Educação não é só uma questão de custo. Não adianta pôr mais dinheiro ou dar mais livros. Aliás, a tecnologia ajudar nessa questão.

Hoje fazemos compras on-line, pagamos contas on-line e não é mais caro. A Amazon está chegando no Brasil, com isso vocês terão maior acesso aos livros online. Nos EUA, podemos dar download de livros que antes custavam US$ 20, por US$ 3. Mais do que recursos, temos que usar todos os métodos científicos possí- veis para saber onde somos bem sucedidos e onde não somos. Sozinhos, os Educadores não vão conseguir mudar essa situação. Precisamos de um esforço de toda a comunidade.

Quem faz inovação

Visitei 89 países para ver quem está fazendo sistemas alternativos em Educação e não encontrei nada. Cingapura é capaz de fazer os estudantes terem uma performance altíssima, mas o país não é capaz de ter inova- ção. Hoje eles estão correndo o mundo para entender como funciona a inovação. Mas veja, estamos falando de um país que tem um Ensino conservador. Essa não é a resposta.

Soluções

Por que os estudantes não aprendem a programar, por exemplo. Se um marciano pousar aqui e for ver o que acontece nesse planeta,
verá que tudo é controlado por computador, mas isso não foi incorporado na Escola. Tudo que tocamos é feito por computador.

Um Aluno que aprende a programar, entende lógica, álgebra.

Fonte: Brasil Econômico (SP)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A polêmica do projeto de lei dos royalties do petróleo

O episódio da votação das novas regras de distribuição dos royalties do petróleo caiu como uma batata quente nas mãos do governo. Por um grave erro de avaliação e falha na negociação política, a Câmara dos Deputados derrubou a proposta avalizada pelo Planalto, que previa a destinação de parte dos royalties para a Educação, e aprovou o texto que veio do Senado, que beneficia os Estados e municípios não produtores em detrimento dos produtores.
Agora o projeto vai para a sanção da presidente Dilma Rousseff, que tem até o dia 30 para se manifestar. Se defender a proposta que apoiava, a presidente vai descontentar todos os Estados e municípios brasileiros, exceto os produtores, Rio de Janeiro e Espírito Santo. É uma decisão politicamente difícil, mas o governo está colhendo os frutos de uma articulação frágil e erros de cálculo.
Afinal, o projeto aprovado pela Câmara na semana passada passou pelo Senado há nada menos do que um ano, em outubro de 2011. É o projeto do senador Wellington Dias (PT-PI), cujo relator foi o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Em vez de aproveitar esse tempo para negociar mudanças, deixou tudo para a última hora.
O governo confiou que o projeto substitutivo do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) sairia vencedor. Zarattini fez várias concessões de última hora, inclusive, por sugestão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aumentou os recursos para os Estados produtores e reduziu a fatia dos municípios.
Nos últimos dias, a negociação esteve a cargo do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que tentou convencer os deputados da nobreza a destinar parte dos royalties à Educação.
O culpado não é um só nesse caso. Durante as negociações em torno do projeto, houve confronto até entre o líder do governo e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e o Palácio do Planalto. O deputado criticou a interferência do governo nas articulações. Mas não conseguiu evitar que o plenário da Câmara aprovasse, por 286 votos a favor e 124 contra, o texto do Senado.
O projeto aprovado altera a distribuição de royalties e participação especial, que é um percentual cobrado das empresas com maior capacidade de produção, de todo o petróleo localizado no mar, inclusive dos campos já licitados, entre a União, Estados e municípios. Até então, a regra beneficiava fortemente os Estados onde estão localizados os poços de petróleo, Rio e Espírito Santo, sob a justificativa de que a exploração do combustível interfere no ambiente, na ocupação e em vários outros aspectos. A descoberta da imensa reserva do pré-sal, e o consequente aumento do bolo, levou à conclusão que os critérios de distribuição dos royalties precisavam ser rediscutidos. Trata-se de um volume que gira atualmente ao redor de R$ 22 bilhões, 80% dos quais vão para Estados produtores, e pode chegar a entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões em 2020, com o pré-sal.
O senador Wellington Dias (PT-PI), autor do projeto de lei aprovado, afirma que, pela Constituição, esse dinheiro pertence a todos os entes da federação. A Constituição também é invocada pelos Estados produtores para combater as mudanças, especialmente das operações já licitadas pelo regime de concessão. Para o senador fluminense Francisco Dornelles (PP), o projeto é "totalmente inconstitucional, fere o pacto republicano, os princípios da federação e inviabiliza o Rio de Janeiro". Por isso, o senador e outros representantes do Rio no Congresso defendem o recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), se a presidente não vetar o projeto. O Estado do Rio, incluindo municípios, estima sua perda de receita em R$ 116,8 bilhões entre o próximo ano e 2030; e o Espírito Santo, de R$ 11 bilhões, de agora a 2020.
Apesar do interesse do governo federal nos recursos do petróleo para ampliar o investimento em Educação - agora uma obrigação estabelecida pelo Plano Nacional da Educação (PNE) -, não parece garantido que vá se indispor com tantos Estados e municípios para obter um dinheiro que pode conseguir de outra forma. Mais provável mesmo é que a discussão vá para a Justiça, juntando-se a outras 5 mil ações sobre conflitos federativos, apesar de o petróleo do pré-sal ser apenas uma boa aposta para o futuro, no momento.
Mais do que tudo, o governo perdeu a oportunidade de discutir amplamente o destino dos recursos obtidos com o pré-sal. Diante de uma riqueza extraordinária porém finita como essa, vários países constituíram fundos para as gerações futuras. Do jeito que o projeto de lei está, o dinheiro poderá parar no ralo dos gastos ordinários.
Fonte: Valor Econômico (SP)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Revolução pela inércia?

Apesar de ostentar o sexto maior Produto Interno Bruto, o Brasil não pode ser considerado país desenvolvido: seus resultados francamente insatisfatórios em Educação barram a entrada no clube. Em plena economia do conhecimento e no olho do furacão dos mercados globais, a Educação é mais do que nunca componente crucial de qualquer estratégia de desenvolvimento. O envelhecimento populacional é fonte de pressão suplementar por exigir uma população cada vez mais produtiva para sustentar a parcela inativa.
A despeito de deficiências do sistema educacional, a atenção governamental mantém-se inabalável com gastos em Educação como proporção do produto praticamente constantes desde 1990. Não há pressa, não há urgência. Aguardando a revolução pela inércia, nossa distância em relação aos desenvolvidos só abisma.
Recentemente, foi aprovado o texto do Plano Nacional de Educação (projeto de lei 8.035/10), no qual se destacam metas como: eliminação do Analfabetismo, universalização da Educação básica e extensão da cobertura de Creches e Ensino superior, além de estipular o patamar de 10% do PIB para a Educação, até 2020.
Infelizmente, o Plano não ensejou um debate substantivo sobre estratégias alternativas: as reações se dirigiram à demonstração de sua impossibilidade. As teses resumem-se à afirmação de que o Brasil não gasta pouco em Educação, mas gasta mal, e de que gasto e qualidade não estão relacionados. A conclusão é: alocação adequada em combinação com gestão apropriada resolveriam os problemas. Reagimos:
O país gasta muito em Educação? Há dois critérios: a comparação com outros países e a estimativa de nossas necessidades. Em ambos, fica evidente que a Educação aqui é subfinanciada.
Alguns desconsideram o volume de recursos, insistindo que nossa prioridade e nosso sacrifício pessoal são comparáveis: tanto como percentual do PIB, quanto como fração do PIB per capita, gastamos valores compatíveis com os níveis da OCDE. Porém, na comparação dos gastos reais, o Brasil não ocupa posição de destaque: cada Aluno brasileiro recebe investimento anual de R$ 4 mil, equivalentes a pouco mais de US$ 2 mil com paridade de poder de compra, bem abaixo da média da OCDE (US$ 8.600).
Outra questão é o déficit em termos de capital: em média, o Brasil gasta relativamente pouco com capital, 5,4% do total de gastos, contra 7,5% na Finlândia, 14,6% na Coreia, e 8,7% em média na OCDE. Quantas Creches precisamos? Como expandir a minúscula jornada Escolar sem mais Escolas? E universidades para receber os jovens que queremos incluir? Mesmo os que gastam mais, como Chile e México, não equacionaram esses problemas; e os desenvolvidos não possuem déficit de capital significativo.
A universalização da cobertura, mesmo que limitada à Educação básica, requer mais recursos. O novo Plano vai além: quer-se garantir acesso, permanência e qualidade. Tanto o acesso, por meio da expansão de capacidade e dos gastos em custeio, quanto a permanência, pela elevação da atratividade da Escola parecem igualmente requerer injeção de recursos.
Mas aumento de gasto significa aumento de qualidade? Afirmar que a relação não é automática não significa afirmar que seja inexistente. Quanto maior o gasto, menor o impacto de um gasto adicional. Importante trabalho conduzido pelo especialista em Educação Eric Hanushek confirma que, para o Brasil, o aumento dos gastos em Educação, com o Fundef, levou à melhora do aprendizado. Como gastamos pouco, o impacto de gastos adicionais ainda é grande.
Desviar recursos do Ensino superior público salda a dívida? Os gastos brasileiros de US$ 11.700 por Aluno no Ensino superior se situam abaixo da média de US$ 13.700 na OCDE (em paridade de poder de compra, e desconsiderando a inclusão de gastos com hospitais universitários). Se por mágica se acabasse com a universidade pública, os recursos economizados não seriam suficientes para tapar os buracos da Educação básica: ainda que se aplicasse todo o 1% do PIB gasto pelo setor público com Ensino superior nos níveis inferiores, as deficiências e subcoberturas persistiriam.
Esperar o bônus demográfico reduzir a demanda? Segundo alguns, a redução relativa e absoluta de crianças e adolescentes se encarregaria de reduzir a demanda por Educação básica, tornando desnecessário comprometer porção maior do PIB para elevar o gasto por Aluno. Tal argumento ignora o atual déficit educacional. E mais: enquanto o bônus demográfico não chega, vamos condenar uma geração à indigência cognitiva? Em 2030, se os gastos forem excessivos, que se legisle novamente.
E a carga tributária? A literatura e o bom-senso associam o apoio à percepção de sua legitimidade. Se a Educação melhora em consequência de seu aumento, a legitimidade e o apoio a uma carga mais alta tendem a ser maiores. Além do mais, a carga precisará aumentar apenas se os gastos financeiros do governo - que dependem de fatores macroeconômicos e têm efeitos perniciosos - se mantiverem rígidos.
Custo ou investimento? Gastos em Educação são investimentos sociais com retorno econômico calculável e efeitos multiplicadores sobre renda e produto. Segundo o Ipea, para cada real gasto em Educação, o PIB aumentaria em R$ 1,85 e a renda das famílias, em R$ 1,70.
Nos parece ingênuo acreditar que seja possível melhorar a ainda deficiente Educação brasileira somente através do aprimoramento da gestão de Escolas e secretarias de Educação, ou de uma simplória proposta de realocação de recursos entre níveis de Educação, ou ainda através de uma resignada "paciência demográfica". O PNE é um passo correto neste sentido.
Fonte: O Globo (RJ)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Decisão estratégica na alfabetização


Assim como em alguns conceitos de política econômica, a área de Educação tem sido administrada no ciclo de governos tucanos e petistas dentro de alguma coerência. É possível mesmo identificar uma linha lógica de evolução nestes quase vinte anos.
Do tempo de Paulo Renato de Souza, ministro da Educação nas duas gestões FH, ficou a universalização da matrícula no Ensino fundamental. Já na parte final de sua administração ficara visível que teria de ser decretada guerra à baixa qualidade do Ensino público básico.Passado o primeiro governo Lula, cuja maior parte foi, equivocadamente, voltada ao Ensino superior, a qualidade do Ensino básico voltou à agenda, com Fernando Haddad no MEC.
O lançamento, quinta, do Pacto Nacional pela Alfabetização na Hora Certa, na presença da presidente Dilma, cria um elo que faltava nesta cadeia de ações para contornar talvez o mais crucial obstáculo a que o país dê de fato um salto qualitativo no processo de desenvolvimento.
São conhecidas, e mensuradas, as deficiências do Ensino básico brasileiro. Instituído no início do segundo governo Lula, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) - em que o Executivo federal assume o papel, há muito reclamado dele, de coordenação no setor - lançou as fundações do programa amplo de aprimoramento do Ensino sob responsabilidade de municípios e estados.E com o sistema de exames e índices criados desde Paulo Renato de Souza, para a sociedade e o administrador público acompanharem o rendimento da rede de Ensino, passou a ser possível estabelecer metas e avaliar até mesmo cada Escola pública.
Faltava, porém, estabelecer uma política focada na Alfabetização. Afinal, como nem sempre ela é bem feita, a vida do Aluno fica comprometida logo cedo. Ele não avançará como deveria no Ensino básico como um todo, não se qualificará para disputar as melhores vagas no mercado de trabalho. O MEC contará com R$ 500 milhões, a partir de 2014, para distribuir prêmios na rede pública. Ao todo, o governo federal destinará ao Pacto R$ 2,7 bilhões nos próximos dois anos. Convênios com universidade públicas servirão para treinar alfabetizadores, aos quais será destinado material pedagógico específico. Haverá, inclusive, um teste nacional, a fim de acompanhar a evolução das crianças, outra medida correta.
O alvo são, hoje, 7,9 milhões de Alunos das Escolas públicas, os quais precisão aprender a ler, escrever e a dominar noções de matemática até os oito anos de idade. Como em qualquer Escola particular. Se tudo correr bem - e é preciso vigilância das autoridades e da sociedade para isso -, cairá a vergonhosa taxa de 15,2% de crianças analfabetas (Censo de 2010) e desaparecerá a deplorável figura do "Analfabeto funcional". Como uma Alfabetização eficiente é essencial ao aprendizado no seu todo, criam-se condições para se atingir as metas estabelecidas para a melhoria de qualidade do Aluno formado na Escola pública.
Fonte: O Globo (RJ)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A importância de começar pelo começo

De todos os desafios brasileiros, a Educação é o mais importante. Um povo educado é capaz de votar melhor, criar mais, gerar mais riqueza e ser mais feliz. Mais que o controle da inflação, a descoberta do pré-sal ou a ascensão da nova classe média, a melhor notícia desde a redemocratização do país foi a universalização do Ensino fundamental. Ainda assim, nosso Ensino é insatisfatório, se comparado a países na nossa faixa de desenvolvimento humano. Melhorar nossas Escolas deveria ser, portanto, a prioridade de qualquer governo.
O leitor de ÉPOCA já sabe que a Educação é uma de nossas maiores causas e tem sido o primeiro a receber as notícias desse front. É reconfortante perceber que, apesar dos percalços e inevitáveis equívocos inerentes a qualquer ação, têm surgido várias iniciativas positivas no setor. Três semanas atrás, a editora Camila Guimarães publicou uma radiografia de um programa de Alfabetização cearense que se tornou uma inspiração para o país, o Paic, ou Programa de Alfabetização na Idade Certa. Ele estabeleceu como prioridade a Alfabetização de todos os Alunos da Escola pública e, graças a uma incomum cooperação entre os municípios e o governo estadual, tem logrado índices de sucesso surpreendentes nos últimos anos.
Na semana passada, o governo federal, inspirado no Paic, lançou o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa, o Pnaic. Ele pretende transformar uma situação preocupante: metade das crianças brasileiras de até 8 anos não sabe ler ou escrever adequadamente. Isso significa que as consequências para o aprendizado futuro são dramáticas. Quem nem lê direito será incapaz de aprender qualquer outra coisa - de geografia a biologia, de história a matemática. O programa do governo deve, portanto, ser acompanhado com rigor, para que seus objetivos sejam cumpridos.
A preocupação em melhorar a Educação básica existe até nos Estados Unidos, país onde ela é certamente melhor do que aqui. “Há um excesso de conteúdo, em detrimento do conhecimento profundo das disciplinas”, disse a Camila o presidente do Conselho de Educação da Califórnia, Michael Kirst. Ele pilota uma reforma do currículo do Ensino básico no país, para dar às crianças instrumentos para, no futuro, acompanhar melhor os cursos na universidade. O exemplo americano mostra como é crucial, na longa estrada educacional, começar pelo começo: ensinar a ler e a escrever. Isso terá mais resultado do que qualquer política de privilegiar estudantes no Ensino superior.
Fonte: Época

A meritocracia como método para melhorar a Educação

Até 2009, o Ensino médio estadual do Rio de Janeiro patinava num melancólico penúltimo lugar do Índice de Desenvolvimento da Educação básica, que mede o desempenho das redes públicas de Ensino do país. Nos dois anos seguintes, o estado teve uma melhoria sensível, pulando para o 15º lugar entre as 27 redes estaduais. O Rio de Janeiro, que até então ficara estagnado numa pontuação de 2,8 do Ideb, registrou, nesse período de avanço, um crescimento de 0,4 ponto, alcançando a nota de 3,2. Uma boa performance, mas ainda assim a Educação fluminense permanece abaixo da média nacional (de 3,7), ocupando a última posição entre os estados da Região Sudeste.
São números positivos se avaliados apenas pela nota obtida na aferição mais recente. Mas, traduzidos para a realidade das salas de aula, evidenciam que ainda há muito o que fazer para melhorar os índices de desempenho do estado. Implicitamente, o governador Sérgio Cabral assume essa perspectiva: sua meta declarada é colocar o Rio de Janeiro no top 5 nacional em 2014.
Para chegar lá, o estado precisa investir mais no setor. Para essa empreitada, devem-se atacar as demandas em duas frentes. Uma, é a melhoria física das Escolas e a ampliação da oferta de vagas, onde for necessário, com a criação de novas salas de aula, entre outras providências materiais de responsabilidade exclusiva do governo; a outra são a valorização e o aperfeiçoamento dos profissionais do Ensino, missão que deve ser compartilhada entre o poder público e a própria categoria.
Em relação a este segundo ponto, do qual depende a qualidade do Ensino, é positiva a iniciativa da Secretaria estadual de Educação de implementar, já a partir deste mês, um projeto-piloto para medir a eficiência dos Professores nas salas de aula. Cerca de cem Escolas da rede fluminense serão visitadas por coordenadores pedagógicos designados pela secretaria e treinados pelo Banco Mundial, para elaborar um mapa de onde atuam os melhores mestres do estado.
O projeto já foi testado em mil Escolas de Minas, Pernambuco e do município do Rio. Em Washington, um programa semelhante descobriu uma fornada de excelência nas salas de aula e, aplicando-se a meritocracia, os salários dos bons mestres dobraram.
Apesar de a meritocracia beneficiar as duas pontas do Ensino (os Alunos e os mestres), sua adoção é objeto de críticas dos tradicionais bolsões corporativistas. Questiona-se a validade de um modelo que estimula o crescimento profissional, contrapondo-se a essa salutar prática de incentivo ao saber e à competência a renitência sindical a quaisquer iniciativas que ponham em xeque anacrônicos privilégios do funcionalismo. A melhoria do perfil educacional do estado deve juntar governo e agentes educacionais, sem brechas para ideais que perpetuam o atraso nas salas de aula.
Fonte: O Globo (RJ)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Investimento em Educação é debatido no Senado

Em discussão no Senado, a proposta do Plano Nacional de Educação (PNE) vem reacendendo o debate sobre o investimento em educação no Brasil. Com a meta de destinar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor já aprovada pela Câmara, especialistas e políticos conversaram na sexta-feira, 9, sobre a necessidade e os impactos desse financiamento para o País.
Em audiência pública, o professor e pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) Waldery Rodrigues Júnior alertou para a necessidade de se discutir a forma de aplicação dos recursos. “Isso é muita coisa, um valor elevado e que precisa ser discutido”, comentou o especialista. Para ele, tão importante quanto a quantidade é a qualidade do investimento.
Além da audiência, o Senado também foi palco do seminário Gestão Escolar, promovido pela Frente Parlamentar Mista para o Fortalecimento da Gestão Pública. No evento, foram apresentados exemplos de boa gestão e discutidas propostas para aprimorar o PNE. A Escola Sesc de Ensino Médio, do Rio, foi um dos destaques apresentados no evento.
O colégio funciona como uma “escola-residência” e abriga alunos de todas as partes do País com bolsa integral: eles não pagam nada para cursar o ensino médio com um programa acadêmico individualizado em turmas de no máximo 15 alunos. Situada na 23.ª posição no ranking nacional do Enem, a escola possui média de 95% de aprovação nos vestibulares, segundo o diretor substituto da instituição, Antônio Viveiros.
O horário integral e a infraestrutura adequada apresentados pela escola do Sesc também estão na proposta de federalização da educação básica, defendida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF). No seminário, ele aproveitou ainda para defender a valorização dos professores e a criação da carreira nacional do magistério, outro tema presente em sua proposta. Para o senador, o salário dos professores deveria ser de R$ 9 mil, e eles deveriam ser submetidos a avaliações periódicas. “Ele é estável em relação aos outros, mas instável com relação a ele próprio”, disse sobre a carreira do magistério.
Para Walter Garcia, um dos fundadores do Instituto Paulo Freire que esteve presente no seminário, de nada adianta fazer cálculos matemáticos se o País não for capaz de enxergar o essencial: um salário que atraia e mantenha as pessoas mais capazes na carreira docente. "Isso implica decisões políticas corajosas. Investir no professor salva o PNE, que está sendo discutido agora, e salva o País de mais um fracasso anunciado”, afirmou.
A valorização dos professores foi um consenso. Contudo, o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), presidente da frente parlamentar ´mista, alegou que o simples esforço financeiro não é suficiente para resolver os problemas da educação no Brasil. A melhor saída, segundo ele, é o caminho da profissionalização e meritocracia, com incentivo aos professores, diretores, alunos e toda a comunidade escolar para que continuem em busca da melhoria na educação.
Fonte: O Estado de S.Paulo (SP)

Um exército que luta pela Educação nota 10

Não é fórmula do outro mundo, nem especialista vindo de fora. Vem do povo muito da força que faz a Escola Estadual Tomé Francisco da Silva, na zona rural de Quixaba, Sertão do Pajeú, ser reconhecida pelo sucesso do projeto pedagógico que aplica. A medida é simples, apesar de ser grande desafio para boa parte das escolas públicas brasileiras. Mais de 10% da população de Quixaba estudam na instituição, que recebeu segunda-feira o Prêmio de Gestão Escolar (PGE) 2012. A escola fica no povoado de Lagoa da Cruz, onde praticamente todos os moradores vivenciam o cotidiano escolar. “É um lugarzinho no meio do nada, mas hoje é referência para o Brasil”, diz o diretor da unidade, Ivan Nunes. E o mérito de tantos aplausos não cabe a um homem só. Ivan é apenas um no exército que se esforça diariamente para manter e aprimorar a excelência da escola.
A cada dois meses, as famílias dos 800 alunos matriculados na unidade são recebidas na escola pelos estudantes, professores e gestores. O objetivo é discutir o desempenho dos meninos, deixar os pais a par das atividades e abrir espaço para sugestões. Simples, a medida é apontada como um dos segredos da Tomé Francisco. E os pais saem de onde estiverem para não perder o encontro. A média de frequência das famílias às reuniões fica entre 96% e 98%.
A vontade de garantir a qualidade da educação no município é plantada em toda população de Quixaba, povoada por 6.739 pessoas. Para entender a relação entre moradores e escola, basta o visitante prestar atenção na festa que eles fizeram pelas ruas após a divulgação do resultado do PGE. A cidade fez um Carnaval para festejar mais uma vitória do ensino. Essa reação, de quem sabe que contribuiu com a conquista, durou o resto da segunda-feira, mas na terça, nada de feriado improvisado. “Mantivemos o dia de aula normal. Não podemos parar”, disse a diretora adjunta da unidade, Rosineide Alves.
A curta história da cidade, fundada há 21 anos, tem elementos que podem justificar o envolvimento com a evolução educacional.Seu primeiro prefeito, Antônio Ramos da Silva, era analfabeto. Ex-lavrador, ele comandou a execução de um grande plano educacional. Investindo na educação, acreditava ser capaz de revolucionar a cidade. Hoje, o índice de analfabetismo em Quixaba é de 28,2%. De acordo com o resultado da Prova Brasil, 40% dos estudantes do município aprenderam o adequado em leitura e interpretação de textos até o quinto ano. A média é maior do que a brasileira (32%) e a pernambucana (15%).
Na Escola Tomé Francisco da Silva, 66% dos estudantes que fizeram a prova obtiveram desempenho positivo. Até 2022, o Movimento Todos Pela Educação espera que 70% dos brasileiros que fizerem as provas tenham conhecimento adequado sobre essas competências. Ou seja: faltam apenas 4% para que a unidade alcance a meta que o País deve atingir em dez anos.
A escola tem programas de incentivo à leitura e à escrita, como o Café Literário, Literarte e Prazer de ler. Quem vai mal em alguma disciplina tem acesso a aulas de reforço, com ajuda dos amigos monitores. Os estudantes participam de diversas olimpíadas nacionais, como a de português, matemática e astronomia e trazem medalhas e menções honrosas à cidade anualmente. Na última terça-feira, depois de entregar ao diretor da Tomé Francisco da Silva, Ivan Nunes, a medalha da Ordem do Mérito Guararapes, o governador do Estado, Eduardo Campos, citou Paulo Freire para explicar o sucesso que a instituição de Quixaba tem e que falta a muitas escolas estaduais de referência: “A escola é feita de gente”, parafraseou.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)