quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Escolas privadas à deriva


A divulgação do mais recente Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) traz sempre informações relevantes para os gestores da rede pública. Mas não só para a rede pública: há também uma amostra da rede particular a cujos dados os gestores costumam dar pouca importância, contentando-se em constatar que o desempenho médio das Escolas privadas é superior ao das públicas. Contudo, um gestor prudente pensa no médio e longo prazo, precisando analisar com cuidado todas as informações sobre o ambiente em que atua - ou ficará sob o risco de surpresas com a mudança paulatina de cenário.
No relatório do Ideb há muitas informações interessantes, mas podemos nos restringir, no espaço deste artigo, a um olhar mais global sobre o desempenho da rede privada. O Ideb diz que as Escolas particulares não alcançaram a meta para 2011 no Ensino fundamental I (nota 6,5, contra meta de 6,6), no Ensino fundamental II (nota 6,0, contra meta de 6,2) e no Ensino médio (nota 5,7, contra meta de 5,8).
Tudo bem. Pode-se argumentar que a diferença é muito pequena e que ainda assim os resultados superam em muito os da rede pública. Mas isso é muito pouco, quando se olha a planetária corrida pela melhoria da Educação. O Brasil tem muito a caminhar na oferta de um Ensino de qualidade. Indicadores internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), deixam claro que, mesmo se considerados os resultados da rede privada, o Brasil ainda está muito atrás dos países da Comunidade Econômica Europeia.
O investimento em programas de aprimoramento contínuo do trabalho pedagógico precisa ser um processo permanente. No entanto, muitas Escolas ainda não se deram conta disso. A sociedade do século XXI demanda novas gerações mais bem preparadas, sob todos os pontos de vista, e a Escola particular tem um papel fundamental na formação de elites. Descuidar dessa posição é um erro estratégico e o preço a se pagar pode ser a futura perda de prestígio social e de espaço no mercado educacional.
Em muitas cidades do interior, onde as redes públicas municipais avançam mais rapidamente nos processos de melhoria, as Escolas particulares já sofrem com a perda de Alunos. Ao mesmo tempo, políticas afirmativas de acesso ao Ensino superior, como as cotas, acirram ainda mais a competição pelas vagas nas melhores universidades.
Assim, a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) é uma oportunidade para refletirmos sobre uma questão que é imediata e decisiva para todos - e muitas Escolas da rede particular precisam se dar conta dessa urgência.
Fonte: O Globo (RJ)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O papel do cérebro na aprendizagem


Como o cérebro funciona? Como aprendemos? Por que existem tantas crianças com problemas para aprender? A resposta a essas e outras questões pesquisadas pela Neurociência, disciplina que envolve o estudo da relação entre o cérebro e o comportamento, vem ajudando educadores em todo o mundo a entender como ocorre o processo de aprendizagem e procurar maneiras de torná-lo mais efetivo, além de contribuir para a melhor compreensão dos estados mentais.
O diálogo entre as Neurociências e as práticas clínicas e educacionais foi o tema central do IX Congresso Brasileiro de Psicopedagogia e I Simpósio Internacional de Neurociências, Saúde Mental e Educação, realizado em julho de 2012, em São Paulo (SP). A Profissão Mestre acompanhou o evento e conversou com os especialistas que participaram da programação. Segundo a neuropsicóloga Sylvia Maria Ciasca, professora do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), todo mundo aprende, de uma forma ou de outra. “Aprender é mais do que adquirir informação, é uma mudança de comportamento. Significa todo um processo a ser seguido em etapas de desenvolvimento. Aprender requer o recriar, nos tornar capazes e [também nos possibilita] rever a história de uma forma própria. E esse tipo de aprendizagem faz-se em todas as pessoas”, informa Sylvia, que também é coordenadora do Laboratório de Distúrbios de Aprendizagem e Transtornos da Atenção da Unicamp.
A neuropsicóloga explica que para aprender são necessárias inúmeras conexões neurais. “O cérebro funciona como uma orquestra, em que o trabalho de cada parte deve ser visto como um todo. Para isso, usamos diferentes áreas anatômicas que executam tarefas independentes, mas com objetivos comuns”, diz.
Mas se o cérebro possui uma estrutura tão complexa e preparada para aprender, por que muitas crianças apresentam dificuldade na escola? Os especialistas explicam que diversos fatores interferem no processo de aprendizagem, como o estímulo, a motivação e o ambiente no qual o aluno está inserido. “A dificuldade de aprendizagem é algo adquirido, por isso, diversas áreas do cérebro precisam ser estimuladas. Às vezes temos a competência, mas não temos a habilidade. Com a estimulação, o cérebro possibilita a ampliação das redes neurais, então podemos nos apropriar desse conhecimento”, comenta a psicopedagoga Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
A especialista observa que a aprendizagem pode ser mais efetiva quando ocorre a interdisciplinaridade. “Antes tínhamos um olhar em cima apenas da dimensão emocional, mas hoje trabalhamos com três dimensões: a cognitiva, que envolve as possiblidades do aprender; a afetiva, relacionada ao desejo de aprender; e a social, relacionada ao meio em que o indivíduo vive. Também existe a necessidade de entender o funcionamento do organismo, como o cérebro trabalha. Não podemos deixar de olhar para esse organismo que nem sempre responde como a gente espera”, explica Quézia.
Fonte: Revista Profissão Mestre
 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Na era do videoprofessor


Imagine uma Escola em que as aulas são apresentadas em vídeo e na qual o papel do Professor começa depois, no auxílio com as dúvidas dos Alunos. É esse modelo, apontado como um possível futuro para o Ensino, que o norte-americano Salman Khan deve defender hoje em Brasília, durante encontro com a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Apesar de abordar temas inóspitos como equações diferenciais ou química orgânica, Khan é um dos maiores fenômenos de popularidade na Internet. As aulas que postou na rede já foram assistidas 228 milhões de vezes. Nos vídeos, com duração média de 12 minutos, ele explica de forma didática conteúdos espinhosos das mais variadas disciplinas.
Antes da viagem ao Brasil, onde lançará um livro, Khan defendeu em entrevista (veja na página ao lado) a ideia de que não há mais motivo para os Professores gastarem saliva em aulas expositivas. Esse papel pode ser desempenhado pelas aulas pré-gravadas.
Khan é o nome mais proeminente de uma vertente que está ganhando força, inclusive com ramificações nacionais. Em 2011, o estudante de Engenharia da Produção da UFRGS Miguel Andorffy, 22 anos, criou o Me Salva!, que já teve 2,3 milhões de acessos a um conjunto de 200 aulas de Física, Química e Matemática. Animado com o êxito, o gaúcho está preparando para março uma reforma geral no site, com o lançamento de mais 300 lições.
Andorffy acredita que os vídeos proporcionam a personalização do Ensino. Cada Aluno pode aprender na sua velocidade e focar nos conteúdos em que tem mais problema. Ele também crê em uma Escola diferente, em que os conceitos básicos sejam repassados por meio do vídeo:
– Escolas que têm sucesso são aquelas com os melhores Professores, mas não é possível ter os melhores em todas. Com os vídeos, qualquer Aluno poderia ter acesso ao melhor Professor do mundo. Ainda existe certa resistência a isso, mas vai diminuir na medida em que surjam casos bem sucedidos.
Helena Sporleder Côrtes, Professora da Faculdade de Educação da PUCRS, enxerga nas aulas postadas na internet um recurso interessante para a Escola, mas ressalva que elas não substituem o Professor:
– Nossa Educação tem muitas carências. Todo recurso de apoio, se for utilizado com critério, é bem-vindo. O Professor que usa um vídeo não está abrindo mão de seu papel. Se ele encontra algo que serve ao que está trabalhando, deve usar.

“Não depende mais da escola ser boa ou não”
Em 2004, Salman Khan começou a ajudar uma sobrinha que tinha dificuldades em matemática por meio de aulas enviadas via internet. Quando publicou os vídeos em um canal do YouTube batizado de Khan Academy, o sucesso foi estrondoso. Hoje, a coleção do Educador norte-americano de 36 anos abrange mais de 3,8 mil vídeos de disciplinas variadas. Antes de sua primeira visita ao Brasil, ele concedeu a seguinte entrevista:
Pergunta – Como a Khan Academy pode ser utilizada nas Escolas?
Salman Khan – O melhor é caminhar para o modelo de sala de aula invertida, em que os Alunos aprendam no seu próprio ritmo. O Professor vê quem está com dificuldade e retrabalha os conceitos em pequenos grupos, pedindo àqueles que já entenderam que ajudem os colegas. Nesse processo, o Aluno aprende de forma personalizada e interage com outras pessoas. E assim que compreende o assunto pode fazer um teste.
Pergunta – Quais são os impactos dessa revolução nos Professores?
Khan – A maior parte do tempo do Professor é gasta dando aulas expositivas. E quando ele não está fazendo isso, está criando e corrigindo provas e planejando aulas. Esses aspectos da carreira Docente, nos próximos cinco ou 10 anos, poderão ser feitos por meio de ferramentas virtuais sob medida. A resposta à sua pergunta, então, é: interagir com os estudantes.
Pergunta – Então teremos um Professor exercendo mais um papel de tutor?  Algo que vemos em universidades como Oxford?
Khan – Várias das vezes em que descrevo esse cenário, as pessoas acham que estou tirando a importância do Professor no processo educacional, desvalorizando-o. Às vezes, um tutor parece menos importante. Mas é como você salientou: este é o modelo de Oxford. Você tem o mestre que senta com o Aluno e o desafia intelectualmente. Para mim, isso exige uma habilidade muito maior do que planejar uma aula e dá-la de modo previsível.
Pergunta – E pensando no estudante?
Khan – Um Aluno brasileiro pode ter acesso à mesma aula de cálculo que o filho de Bill Gates. Não depende mais de sua Escola ser boa ou não.
Fonte: Zero Hora (RS)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ensino Médio dividido em semestres


No Ensino Médio, os alunos terão de se adaptar ao que se denominou de semestralidade, em 63 Escolas. Cada um dos três anos será dividido em dois semestres. O conteúdo será desmembrado em duas áreas de conhecimento: exatas em dois bimestres, e humanas nos outros dois. Se os primeiros seis meses contemplarem o Ensino das exatas, o restante do ano será dedicado à aprendizagem de humanas.
Português e matemática estarão incluídos nos dois momentos. A cada fim do bimestre haverá a oportunidade de o Aluno realizar uma prova de recuperação de alguma das disciplinas em que não tiver alcançado a média. Se ao fim do ano a reprovação for constatada, o educando não precisará repetir todo o ano. Ele prossegue para a etapa seguinte, mas fica devendo a disciplina reprovada, que deverá ser recuperada durante o próximo ano, no horário contrário ao das aulas.
Segundo o secretário de Educação, Denilson Bento da Costa, o sistema oferece oportunidades de o Professor vivenciar com o Aluno condições pedagógicas e experiências de vida. “Os Educadores terão mais tempo para trabalhar com atividades lúdicas, inter-setoriais e ações interclasse”, ressalta. No entanto, as novidades são encaradas com resistência por especialistas, pedagogos, Alunos e pais.
O Professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Gilberto Lacerda, aponta que o sistema tende a ser negativo, uma vez que Alunos de diferenças cognitivas são inseridos em um mesmo universo. Segundo o especialista, os Docentes não estão sendo capacitados para esse novo estilo de método de Ensino. “Mudanças assim precisam estar casadas com uma discussão ampla para que possam ser inseridas”, aponta.

PONTO DE VISTA
O presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa), Luis Claudio Megiorin, destaca que o sistema exige uma análise aprofundada. Segundo ele, pais e Professores devem participar na formação de políticas públicas e precisam ser ouvidos. “O GDF necessita de debater o assunto com os mais afetados, que são os Educadores, pais e Alunos. Falta um diálogo com os pais no ponto de vista prático”, diz.

PENSE NISSO
Em outras unidades da Federação, o sistema de ciclos foi considerado por alguns especialistas uma manobra para frear os índices de repetência Escolar. O brasiliense espera que este não seja o caso do modelo apresentado ao DF, uma vez que, muito mais que números, a formação de nossas crianças merece o melhor.
Fonte: Jornal de Brasília (DF)

domingo, 27 de janeiro de 2013

Mudança geral já este ano

 

A estruturação do ano letivo para a Educação básica do Distrito Federal será diferente em 2013. A Secretaria de Educação anunciou, ontem, mudanças para os Ensinos fundamental e médio. Nomeada como Currículo em Movimento da Educação básica, a política extingue o estudo seriado até o 5º ano. Nesta fase, o Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), que ia até a 3ª série desde 2005, vai ser ampliado para os dois anos subsequentes. Os estudantes só estão passíveis de reprovação no 3º e no 5º anos. Para o Ensino médio, o aprendizado passa a ser organizado por semestres. Embora a possibilidade de retenção seja mantida, as aulas serão divididas por áreas de conhecimento: nos primeiros seis meses do ano, o Aluno aprende exatas e, nos outros seis, humanas, por exemplo.
A substituição do sistema de seriação tradicional no Ensino fundamental é uma tentativa do Governo do DF de reduzir os índices de reprovação e a evasão Escolar. “Tivemos uma experiência positiva com o BIA, que reestruturou os três primeiros anos do Ensino fundamental. Vamos ampliar essa experiência para o 4º e o 5º anos”, disse o secretário de Educação, Denilson Bento da Costa. Neste ano, a mudança será obrigatória em pelo menos cinco regionais: Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e Guará. Mas outras instituições podem solicitar a participação. A partir de 2014, o sistema será válido para todas.
Segundo Denilson Bento, os ciclos vão aproximar Professor e Aluno, além de possibilitar que cada estudante atinja os níveis de conhecimento no tempo adequado a ele. Não ter reprovação não significa um problema para o chefe da pasta da Educação. “As dificuldades podem ser analisadas caso a caso, com possibilidades de intervenção com estratégias pedagógicas bem traçadas”, ressaltou.
A pesquisadora da Universidade Católica de Brasília (UCB) Leda Gonçalves, no entanto, tem restrições às mudanças previstas para o Ensino público. De acordo com a especialista, prolongar o bloco inicial de Alfabetização pode apenas adiar a reprovação do estudante que enfrentar dificuldades no aprendizado. “As experiências que temos visto com ciclo não são muito bem-sucedidas. A tese é boa, mas, na prática, não vemos mudança no processo pedagógico”, comenta. “O que acontece é apenas uma maquiagem nos índices de reprovação, não muda a qualidade do Ensino”, emenda.
Fonte: Correio Braziliense (DF)

sábado, 26 de janeiro de 2013

Reforma do ensino médio a passos lentos


Ministro da pasta, Aloizio Mercadante garante que reestruturação do ensino médio é prioridade do governo

Um semestre depois de o Ministério da Educação (MEC) propor uma reforma no Ensino médio como alternativa para melhorar o mau desempenho dos Alunos, denunciado pelo Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb), muito pouco foi feito.
No início de dezembro, com quase dois meses de atraso, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) apresentou ao ministro, Aloizio Mercadante, um pacote de propostas — algumas de cunho político, como a indicação de 50% das Escolas a serem avaliadas. Hoje, o sistema é feito por amostragem. Mercadante garante que o redesenho dos três anos finais do aprendizado básico é prioridade e deve passar pelas reestruturação do currículo, formação dos Professores e ampliação do Ensino em tempo integral. Especialistas criticam as propostas do Consed e a morosidade do processo.
O plano dos secretários é abrangente e reserva aos estados o poder de acatar ou não uma decisão. À União, segundo o texto, cabe viabilizar formas de financiamento para equipar as Escolas, capacitar Professores, promover programas de mobilidade, dar suporte ao Aluno — como transporte e alimentação — e apoiar o desenvolvimento de novas metodologias e materiais pedagógicos. A solução do MEC de integrar disciplinas, sugerida em portaria publicada há quase um ano, aparece sem destaque no pacote de ideias, com ressalva ao respeito às questões regionais. “Tais inclusões, entretanto, devem ser fruto de decisões locais dos sistemas educacionais”, diz trecho do material.
O membro da Câmara de Educação básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) Mozart Ramos destaca que a alteração curricular, a implementação do tempo integral e a dedicação exclusiva dos Professores são mudanças, sugeridas pelo Consed, que faziam a diferença. “Mas essa reforma é para ontem. Desde 1999 que o nível de aprendizado está estagnado em um patamar muito baixo. Estamos perdendo uma geração de jovens que não se identificam com o Ensino médio atual”, alerta. Para ele, o fato de os secretários quererem indicar 50% das Escolas a serem avaliadas é uma maneira de “tapar o sol com a peneira”.
Para a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, o documento do Consed é um belo diagnóstico da Educação atual, mas precisa avançar. “Quase tudo que foi sugerido compõe as políticas educacionais. É um início, mas não é o bastante para mudança. É preciso uma proposta que diga o que a gente quer para o Ensino médio. Que existem muitas disciplinas, todo mundo sabe. Tem que ir além”, critica.Ao apresentar o bom rendimento dos candidatos cotistas de Escola pública no Sistema de Seleção Simplificada (Sisu), o ministro Aloizio Mercadante destacou que, agora, é preciso enfrentar o desafio dos anos finais da Educação básica. Segundo ele, os Professores receberão tablets para integrar a tecnologia ao Ensino, e as propostas do Consed estão sendo discutidas. “O MEC e o Consed têm de se debruçar em um programa extremamente ousado e corajoso (...) Estamos fazendo um grande esforço nessa direção.” Procurado, o Consed não se manifestou.
 Fonte: Correio Braziliense

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Projeto prevê Ensinos Fundamental e Médio a distância


A educação a distância poderá ser oferecida no ensino fundamental e médio em instituições credenciadas pelos sistemas de ensino estadual e do Distrito Federal. A medida está prevista no Projeto de Lei 4435/12, do ex-deputado Professor Victório Galli (PMDB-MT), que altera a Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB - Lei 9.394/96).
O autor argumenta que a educação a distância teve ampla expansão no ensino superior e, por isso, também deveria ser permitida nos níveis fundamental e médio. Segundo dados do Censo da Educação Superior, publicados pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais, o número de alunos matriculados em cursos de graduação a distância saltou de cerca de 200 mil, em 2006, para 930 mil, em 2010.
“A expansão ocorrida no ensino superior e o interesse crescente em cursos de educação profissional e de educação de jovens e adultos ofertados a distância confirmam nosso entendimento de que o setor tende a ganhar ainda mais relevância no futuro”, diz Victório Galli. “Os alunos do ensino fundamental e médio devem ter a possibilidade de se beneficiar das vantagens inerentes a essa modalidade de ensino.”
Tramitação: A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Fonte: Agência Câmara

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O IDEB das escolas particulares


A divulgação do mais recente Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) traz sempre informações relevantes para os gestores da rede pública. Mas não só para a rede pública: há também uma amostra da rede particular a cujos dados os gestores costumam dar pouca importância, contentando-se em constatar que o desempenho médio das Escolas privadas é superior ao das públicas. Contudo, um gestor prudente pensa no médio e longo prazo, precisando analisar com cuidado todas as informações sobre o ambiente em que atua – ou ficará sob o risco de surpresas com a mudança paulatina de cenário.
No relatório do Ideb há muitas informações interessantes, mas podemos nos restringir, no espaço deste artigo, a um olhar mais global sobre o desempenho da rede privada. O Ideb diz que as Escolas particulares não alcançaram a meta para 2011 no Ensino fundamental I (nota 6,5, contra meta de 6,6), no Ensino fundamental II (nota 6,0, contra meta de 6,2) e no Ensino médio (nota 5,7, contra meta de 5,8).
Tudo bem. Pode-se argumentar que a diferença é muito pequena e que ainda assim os resultados superam em muito os da rede pública. Mas isso é muito pouco, quando se olha a planetária corrida pela melhoria da Educação. O Brasil tem muito a caminhar na oferta de um Ensino de qualidade. Indicadores internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), deixam claro que, mesmo se considerados os resultados da rede privada, o Brasil ainda está muito atrás dos países da Comunidade Econômica Europeia.
O investimento em programas de aprimoramento contínuo do trabalho pedagógico precisa ser um processo permanente. No entanto, muitas Escolas ainda não se deram conta disso. A sociedade do século XXI demanda novas gerações mais bem preparadas, sob todos os pontos de vista, e a Escola particular tem um papel fundamental na formação de elites. Descuidar dessa posição é um erro estratégico e o preço a se pagar pode ser a futura perda de prestígio social e de espaço no mercado educacional.
Em muitas cidades do interior, onde as redes públicas municipais avançam mais rapidamente nos processos de melhoria, as Escolas particulares já sofrem com a perda de Alunos. Ao mesmo tempo, políticas afirmativas de acesso ao Ensino superior, como as cotas, acirram ainda mais a competição pelas vagas nas melhores universidades.
Assim, a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é uma oportunidade para refletirmos sobre uma questão que é imediata e decisiva para todos – e muitas Escolas da rede particular precisam se dar conta dessa urgência.
Francisca Paris, pedagoga e mestra em Educação, in: Diário de Cuiabá (MT)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Educação na agenda dos prefeitos


O ano que se inicia, para a Educação, chega cheio de novidades. Uma delas traz a força da lei e entra com firmeza nas agendas dos novos prefeitos que recém assumiram: eles vão ter que criar 14 milhões de vagas para crianças de quatro a cinco anos. Trata-se da universalização da Pré-Escola, o que, para nossas crianças, é uma grande notícia. Os pequenos brasileiros se transformaram em protagonistas de um capítulo virtuoso da história da Educação, pois tornam-se missão de gestores municipais hoje responsáveis por quase 75% das matrículas da Pré-Escola, que terão prazo para cumprir a lei até 2016.
Não é essencial dar valor a este investimento diante do potencial retorno que ele sugere. Ainda que a proposta carregue consigo toda a infraestrutura necessária, como construção de prédios e treinamento de Professores, por exemplo. Mas não tenho dúvida de que o investimento vale cada centavo com retornos futuros grandiosos para o país.
A Educação é crucial para o avanço de uma nação. Quanto mais cedo uma criança for educada, melhor. Quem recebeu atenção na Educação infantil, apontam as estatísticas, multiplica o efeito da Educação, mostra melhor desempenho ao longo da jornada acadêmica e no comportamento social e baixa tendência à criminalidade. Sem falar no retorno do investimento, porque tentar ensinar anos depois o que deve ter sido aprendido na infância certamente custará muito mais caro.
É preciso deixar claro também que não basta apenas criar vagas. A missão dos prefeitos é ainda maior e ganha amplitude fantástica porque é preciso planejar um Ensino de qualidade tal qual o dos países que já iniciaram este processo, como o Canadá e a Finlândia, que investem com Professores dessa faixa etária mais do que com os demais.
Educação é um assunto que toca a todos nós desde sempre, mas neste início de ano vamos apostar no futuro. Sempre é tempo de renovar os votos de que o círculo virtuoso deste processo é imensurável para o cidadão e para a economia. Temos uma das menores médias de anos de Escolaridade entre os países emergentes. Apenas 7,2 anos, enquanto nossos vizinhos argentinos chegam a 9,3 anos e os americanos a12,4 anos. Nossas posições nos rankings mundiais são pífias e os investimentos em Educação nos Estados mostram que o Rio Grande do Sul foi o que menos investiu com recursos próprios.
Sabemos onde terminam estes dados. Menor produtividade, menos inovação, mais criminalidade e um país com fracos pilares de desenvolvimento. Aproveitando a legislação e programas de planejamento dos novos prefeitos que precisarão ser cumpridos com a universalização da Pré-Escola, proponho uma reflexão: vamos pensar em como participar deste processo e contribuir para o seu cumprimento.
A Federasul, através da parceria com o Tribunal de Contas do Estado, têm instrumentos relevantes para acompanhar este tema em todos os municípios. Suas filiadas, as Associações Comerciais, Industriais e de Serviços, desde o ano passado, estão recebendo treinamento específico para fiscalizar as contas e os projetos públicos. Nosso país agradece e todos agradecemos também.
Fonte: Zero Hora (RS)

domingo, 20 de janeiro de 2013

Lições a se tirar da reprovação escolar


Neste ano que está começando alguns estudantes se preparam para rever todo o conteúdo de 2012. Caçar culpados não vai mudar as notas dadas no passado nem melhorar o rendimento em sala de aula. Mas identificar os motivos da reprovação é essencial para tirar lições úteis dessa experiência.
A Gazeta do Povo ouviu experientes profissionais da Educação e elencou algumas dicas, para pais e Alunos, que ajudam a começar o ano letivo de 2013 com novos hábitos e uma nova postura. Contribuíram com a lista as Professoras Edna Liz Prigol, pedagoga do Grupo Educacional Uninter; Evelise Portilho, do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); e Débora Loepper Borges, coordenadora pedagógica do Colégio Decisivo.

ALUNOS:
Mudança
A mudança de hábitos é essencial, mas não adianta ouvir sermões da família e dos Professores sem usar a própria força de vontade. Para isso, ajuda muito ter em mente as consequências diretas da reprovação, como a separação dos amigos de classe que avançam de série e o drama de assistir novamente às mesmas aulas. Motive-se, encare como um desafio e não como um fardo, e aproveite a chegada de um novo ano para estrear um novo comportamento em relação aos estudos.

Qualidade
Deixar para estudar só na véspera das avaliações é uma prática comum que traz riscos. Quem quer mudar para conquistar notas melhores deve começar pela rotina de estudos em casa. Habitue-se a rever a matéria aprendida no mesmo dia em que assistiu à aula, ainda que não haja tarefa de casa, nem que seja por apenas 30 minutos. Quando a data da prova se aproximar, faça apenas uma revisão no dia anterior. Essa forma de estudar funciona muito melhor do que ficar várias horas lendo no quarto.

Faltas e notas
Não deixe para recuperar tudo no fim do ano nem acredite que o conselho de classe vai salvá-lo. Você se sentirá muito mais seguro dependendo apenas do próprio desempenho. Por isso, caso volte a ter resultados ruins, esforce-se para recuperar a nota logo em seguida, colocando como meta notas mais altas do que a média. Se o problema foi excesso de faltas, passe a anotar no caderno os dias em que faltou, assim você pode administrar suas ausências e não põe a aprovação em risco por mero descuido.

Foco
Quando entrar na sala lembre-se de que você está ali por causa da aula. Se o que o levou à repetência foram problemas de comportamento que repercutiram nas notas, esforce-se para ter mais foco no dia a dia. A convivência com uma turma nova e colegas ainda desconhecidos acaba sendo uma boa oportunidade para assumir um comportamento mais adequado em sala de aula.

PAIS:
Equilíbrio
Gritar ou deixar de castigo apenas extravasa a irritação dos pais, mas não melhora o filho nem muda as notas. A reprovação derruba a autoestima do estudante, às vezes levando-o à depressão, por isso acolhê-lo é o primeiro passo para sair da crise com uma postura nova. No entanto, não fique indiferente à repetência. É importante mostrar a ele as consequências do que houve e refletir sobre os motivos que levaram às notas baixas. Sempre com muito equilíbrio e seriedade, sem incriminá-lo.

Companhias
A influência dos colegas tem um peso enorme no comportamento do estudante na Escola. Quando o grupo de amigos gosta de farra e não liga para estudos, é bem mais difícil mudar, porque o Aluno teme ficar isolado ou ser motivo de piada. Muitas vezes uma nova turma ajuda a solucionar o problema, mas, para que o mesmo erro não se repita, incentive o estudante a aproximar-se de quem é visivelmente mais dedicado aos estudos. Tradicionalmente, sentar mais próximo do lugar do Professor ajuda nessa seleção.

Razões
Dedique tempo à busca dos motivos que levaram à reprovação. São essenciais o depoimento do próprio Aluno, o da Professora e a própria observação ao longo do ano. Uma conversa com a direção ou a coordenação pedagógica também pode contribuir, afinal possivelmente eles já atenderam a casos parecidos e podem contar o que aprenderam acompanhando outras experiências.

Presença
Um erro comum dos pais com filhos reprovados é o de matriculá-los num reforço Escolar, ou contratar Professores particulares, e achar que já estão fazendo a sua parte. Para uma motivação real, nada substitui a presença dos pais no dia a dia, mostrando interesse por aquilo que o filho estuda e separando um tempo exclusivo com o estudante.

Gazeta do Povo

Analfabetismo funcional

O combate ao Analfabetismo funcional não fez parte dos discursos de posse dos novos prefeitos, mas deveria ser prioridade das políticas públicas municipais. Mesmo que programas educacionais mais amplos dependam de iniciativas da União, é das comunidades, por dever constitucional, a tarefa de identificar e levar adiante ações que pelo menos reduzam o número de pessoas que leem, escrevem e fazem operações matemáticas precariamente – ou nem mesmo isso sabem fazer. Os dados disponíveis seriam suficientes para inspirar os administradores municipais. Há uma década, o índice de cidadãos brasileiros considerados plenamente alfabetizados permanece inalterado: apenas 26% da população total, segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional, levantado pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, de São Paulo.
É constrangedor, para um país que pretende se alinhar às potências mundiais, o descaso com o que há de mais elementar para que, a partir desse aprendizado, alguém possa almejar ao menos uma formação básica. Há avanços, mas ainda modestos, que contrariam todas as previsões feitas a partir do final dos anos 1990, quando chegou-se a criar a expectativa de que em pouco tempo o Brasil não mais teria Analfabetos. O país continua sendo iludido por programas que resultam no que se convenciona ser o Analfabetismo funcional. É quando alguém aparentemente alfabetizado é capaz de ler e até de juntar palavras, mas sem que isso tenha o sentido de uma leitura ou de uma escrita. O Analfabeto funcional é também incapaz de realizar operações matemáticas.
Para erradicar o Analfabetismo absoluto nos próximos 10 anos e reduzir pela metade o número de Analfabetos funcionais, como prevê o Plano Nacional de Educação, é preciso melhorar consideravelmente a qualidade do Ensino regular, pois muitos dos que leem e escrevem precariamente frequentaram formalmente a Escola. Alfabetizar e assegurar o acesso ao Ensino fundamental são iniciativas que estão muito além das questões específicas da Educação. São fundamentalmente ações de política social, para que não se amplie o contingente de excluídos do mercado de trabalho e das oportunidades criadas pela estabilidade econômica.
Fonte: Zero Hora (RS)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Apoio a docentes ajuda alunos pobres a aprender


Apesar de a condição econô­mica e a Escolaridade dos pais influenciarem no aprendiza­do - crianças de nível socioeconômico baixo tendem a ter menos estímulos em casa e menor acesso a materiais pe­dagógicos - as Escolas que atendem Alunos mais pobres podem, sim, oferecer um ensi­no de excelência que seja assi­milado por toda a turma.
E o segredo não está em re­cursos tecnológicos ou em apostilas de sistemas de ensi­no famosos. A receita é simples e passa pelo acompanhamento individual dos Alunos e pelo uso dos resultados das ava­liações para embasar ações peda­gógicas. Mas, acima de tudo, im­plica no cuidado com a imple­mentação das políticas, o que in­clui apoio ao corpo Docente e flu­xo aberto de informações.
É o que mostra um estudo da Fundação Lemann e do Itaú BBA, que mapeou as Escolas pú­blicas dos anos iniciais do ensi­no fundamental que atendem Alunos de nível socioeconômico baixo e que, considerando os re­sultados da Prova Brasil 2011 e o respectivo índice de Desenvolvi­mento da Educação básica (Ideb), tiveram sucesso no aprendizado. As Escolas tinham de ter uma taxa de participação de 70% dos Alunos na Prova Bra­sil, com ao menos 70% dos alu­nos no nível adequado de profi­ciência e no máximo 5% dos alu­nos no nível insuficiente, o que sinaliza o Ensino com equidade, isto é, com todos aprendendo.
Das 215 Escolas encontradas, foram selecionadas 6 para a eta­pa qualitativa da pesquisa: 2 no Nordeste e 1 em cada uma das outras regiões do País. Nas visi­tas, os pesquisadores entrevista­ram o diretor, o coordenador pe­dagógico e um trio de professo­res de cada uma das Escolas. Além disso, houve grupo focal com Alunos e a observação do am­biente Escolar.
"Tivemos o cuidado de olhar características que possam ser re­plicáveis em outras Escolas, com baixo custo financeiro e com pro­babilidade de ter resultados similares em curto prazo", diz Ernesto Martins Faria, coordenador de projetos da Fundação Lemann.
Exemplos disso são as estratégias de valorização de Docentes, apesar da ausência de um plano de carreira amplo, e o cumprimento de metas de aprendizagem, mesmo sem um currículo nacional.
Orientação. Um dos "achados" da pesquisa é a importância do engajamento das secretarias de Educação. Nos municípios de Pedra Branca e Sobral, ambos no Ceará, e em Foz do Iguaçu (PR), as secretarias foram as responsá­veis por olhar os resultados das avaliações, identificar os pontos fracos em relação ao aprendizado e, com isso, criar um plano estruturado de recuperação do Ensino.
Em Foz do Iguaçu, os dados das avaliações são tabulados e os conteúdos em que os Alunos têm mais dificuldade se tornam tema de cursos de formação continuada para os Docentes. Se em 80% das turmas mais da metade dos Alunos errou questões de trigonometria, o assunto é tema de capacita­ção. Com esse modelo, a Escola é capaz de interferir assim que identifica um problema, impedindo que os Alunos fiquem para trás.
"Ao mostrar a atuação das se­cretarias, o estudo explicita o pa­pel fundamental da tutoria, uma estratégia muito eficaz de estí­mulo ao aprendizado, como já mostram estudos d. Organiza­ção para Cooperação e Desenvol­vimento Econômico (OCDE)", diz Patrícia Mota Guedes, espe­cialista em gestão educacional da Fundação Itaú Social.
Por isso, diz Patrícia, não basta à gestão municipal exigir que suas Escolas tenham rendimento parecido; é preciso entender as peculiaridades e investir mais nas mais carentes, seja em estru­tura física ou pedagógica. "Afi­nal, a maioria dos Docentes quer. ver melhora no sistema. Aconte­ce que, às vezes, ele não sabe o que fazer. Com tutoria, ele apren­de o caminho."
E parte dessa tutoria pode ser bem caseira. Em Pedra Branca, se a Escola identifica por meio de avaliações ou observações em sala de aula que um docen­te consegue ensinar determi­nado conteúdo que os outros não conseguem, ele é selecio­nado para apoiar os colegas e explicar seu método para os demais. Isso proporciona apoio aos que mais precisam e reconhecimento a quem se destaca.
É o que Priscila Cruz, dire­tora do Todos Pela Educação, chama de processo acertado de "desglamourização" da Educação. "No Brasil, quem bota a mão na massa é menos importante e valorizado, do que quem cria a política. Isso é péssimo. Quando se inverte essa lógica e se cuida do dia a dia, do feijão com arroz, os re­sultados surpreendem."
Se a boa notícia é a possibi­lidade de Escolas que aten­dem a população com menor nível socioeconômico apre­sentarem bons indicadores, a má notícia é a constatação de que muitos dos municípios que contam com boas esco­las nos anos iniciais do ensi­no fundamental não ofere­cem a mesma qualidade nos anos finais. Consequência tanto da falta de parceria en­tre a rede municipal e a esta­dual quanto da descontinuidade de ações quando uma nova gestão assume.
Fonte: O Estado de S.Paulo (SP)

A leitura na infância


Uma pesquisa realizada recentemente pela Fundação Itaú Social em parceria com o Instituto Datafolha avaliou a percepção dos brasileiros em relação à importância da leitura feita para crianças. O levantamento indicou que para 96% dos entrevistados incentivar crianças de até 5 anos a ler é muito importante, pois o hábito desperta a curiosidade, contribui para o desenvolvimento intelectual e cultural (54%), além da formação educacional (36%).
Apesar desta crença, na prática, menos da metade (37%) dos adultos lê para os pequenos. Dos entrevistados, 60% responderam que não tiveram quem lesse para eles na infância. Uma hipótese é que por não terem tido esse referencial, não se sentem motivados a replicar o papel de formar leitores. A discrepância entre a realidade e o desejado fica evidente quando analisamos a última pesquisa realizada pelo Instituto Pró-livro, revelando que lemos espontaneamente pouco mais de um livro por ano.
O levantamento realizado pelo Datafolha identificou também que a família é a principal responsável pela introdução da leitura no mundo da criança. Trata-se de um estímulo essencial, pois a valorização do livro é feita de forma diferente da Escola, promovendo a troca de experiências entre pais e filhos. Além disso, favorece o acesso à cultura e ao lazer, promove a convivência familiar e comunitária, envolve o adulto no processo educativo e contribui para a garantia desses diretos, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Nas classes com maior poder aquisitivo e mais anos de estudos, a mãe (95%) e o pai (93%) são os principais incentivadores, enquanto nas famílias vulneráveis economicamente a responsabilidade recai especialmente sobre o Professor (40%), que muitas vezes não dispõe de infraestrutura adequada para promover ações de leitura. O Censo Escolar de 2011, do Ministério da Educação, diz que a falta de bibliotecas ainda é realidade para 15 milhões de Alunos.
O cenário demonstra a necessidade de cada vez mais investir em políticas que mobilizem as comunidades, garantam equipamentos públicos de qualidade e respeitem as características regionais, como vem fazendo o Programa Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Mais de um milhão de famílias já foram beneficiadas pelo projeto por meio da instalação de acervos em comunidades rurais e da capacitação de mediadores de leitura.
Outra boa proposta é a do Instituto Ecofuturo, que há dez anos implanta bibliotecas comunitárias Brasil afora pelo Projeto Biblioteca Comunitária Ler é Preciso.
Iniciativas como essas podem tornar o hábito de ler para as crianças uma realidade em todo o País. O desafio é garantir a soma de esforços e os investimentos necessários para que todos tenham acesso a livros de literatura e entendam o valor da leitura.
Valéria Riccomini, psicóloga, in:O Popular (GO)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

JOVENS USAM A INTERNET PARA ENSINAR REDAÇÃO, INGLÊS E MATEMÁTICA


Jovens de todo o Brasil encontraram na internet espaço para desenvolver o empreende-dorismo e extravasar criatividade e talento para ensinar. De Alagoas, Larissa Maranhão Rocha, de 18 anos, criou o blog Enem Red, com dicas de redação. Do Mato Grosso do Sul, Felipe Lip, 24, coordena o canal no youtube Você Aprende Agora com aulas de inglês. Miguel Andorffy, 22, socorre os estudantes com dúvidas de matemática por meio de aulas gravadas no Rio Grande do Sul e postadas no site Me Salva!.
De diferentes partes do país, os projetos têm objetivos parecidos: causar impacto social e inspirar. Larissa resolveu criar o Red depois de tirar nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino médio (Enem) no ano passado e passar a ser procurada por estudantes que queriam dicas para repetir o bom desempenho.
Recebia textos, corrigia e os devolvia por e-mail com comentários e observações pontuais por parágrafos. Por conta do volume de pedidos, resolveu montar um blog para organizar e divulgar o trabalho. “Nas três semanas antes do Enem cheguei a corrigir 52 redações em três dias”, diz.
O projeto cresceu e em breve deve virar um site que também trará dicas de matemática, com vídeo aulas, simulados e listas de exercícios por ordem de dificuldade. O Red ainda conta com outra vertente para Alunos da rede pública de Alagoas. São aplicados simulados de língua portuguesa que detectam as dificuldades dos Alunos e são oferecidas aulas de reforço. Larissa também pretende buscar parcerias para custear a ida à universidade de estudantes da zona rural de Alagoas que não têm como pagar um curso de Ensino superior.
Fonte: G1

Fracasso escolar: de quem é a culpa?


De quem é a culpa? Quando a pergunta se refere ao fracasso Escolar, termo que, por si só, já suscita polêmica, faltam respostas definitivas. Foi o que constatou a psicóloga Carina Pessoa Santos, 27, ao desenvolver sua pesquisa de mestrado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela entrevistou 60 colegas de profissão que atuam em instituições de Ensino. Deles, ouviu que, entre as razões para o mau desempenho dos Alunos, estão a ausência da família, os erros dos Professores e a influência do meio social. Para Carina, contudo, o problema tem um caráter plural. Para pais, Professores e Alunos fica o alerta para este novo ano letivo.
A psicóloga, que já atuou em Escolas e, hoje, realiza doutorado na UFPE, acredita que o fracasso Escolar está ligado a uma série de fatores, dos quais um costuma se destacar, dependendo do caso. Esse ponto de vista, multifacetado, é apresentado na dissertação dentro da “zona de contraste”, conjunto de palavras-chaves que foram pouco citadas pelos entrevistados, mas receberam grande peso como causa do mau desempenho. De certa forma, ela opõe-se à “zona central”, mais focada em questões particulares dos Alunos e predominante nas respostas dos psicólogos ouvidos.
Diante da ideia do fracasso Escolar como objeto com múltiplos sentidos e de representação social, Carina defende um modelo crítico de atuação dos psicólogos educacionais. “Às vezes, as soluções são simples. Os profissionais devem ser agentes de transformações sociais, desenvolvendo estratégias para estimular a autonomia do Aluno e trabalhando tanto com ele, quanto com família, Escola e Professores.”
Para a psicóloga clínica e Escolar do Colégio Motivo, em Boa Viagem, Danielle Fazio, deve-se pensar em dificuldades e suas causas ou, ainda, em transtornos de aprendizagem (que demandam cuidados médicos).
Quanto ao primeiro caso, Danielle destaca a influência da vida doméstica dos Alunos. “As crianças têm muitas atividades extras e passam tempo demais na internet. Ficam estressadas, ansiosas e sonolentas, o que dificulta a construção do conhecimento. Além disso, a família contemporânea é ausente, não cobra e não supervisiona o estudo.”
Esse problema preocupa a assistente social Adressa Andrade, 34. Embora trabalhe o dia inteiro, ela faz questão de acompanhar os estudos de Arthur, de 10 anos. “Quando chego em casa, sempre corrijo as atividades e vejo os comunicados enviados pelo colégio. Por não ter muito tempo livre, encontrei esta forma de garantir e monitorar o desenvolvimento do meu filho.”
A psicóloga educacional Ivalda Marinho, do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), também vê a família como um fator influente para o desenvolvimento cognitivo, cabendo a ela a estimulação inicial, baseada em conversas, passeios ou até construção de brinquedos.
Ivalda diz, porém, que, mesmo quando é dado, esse primeiro passo raramente tem sequência no ambiente Escolar. “O colégio, muitas vezes, não vê o Aluno como uma pessoa única. Não avalia a participação, o interesse, mas a nota, que é abstrata para a criança. Ela cria a ideia de que aquilo representa o seu desempenho.” Daí, surgiriam problemas emocionais. “O jovem sente o peso de não corresponder e passa a não interagir, a ter medo de perguntar ao Professor, a ficar introvertido. Então, vêm a ansiedade, a depressão e a desmotivação.”

As razões para o fracasso Escolar, segundo os psicólogos educacionais:
Zona central - termos muito citados e muito importantes
Questões emocionais
Problemas familiares
Ausência de limites
Problemas pessoais
Relação com Professor
 

Zona de contraste - termos pouco citados e muito importantes
Acompanhamento
Aprendizagem
Avaliação
Compreensão
Desmotivação
Despreparo
Ensino
Indisciplina
Metodologia
Muito citados e pouco importantes
Aluno
Dificuldades
Escola
Falta
Relação
Pouco citados e pouco importantes
Aulas
Frustração
Autoestima
Condições
Compromisso
Atenção
Interesse
Salário
Rotina

Fonte: Dissertação “Ele é multifacetado”: as representações sociais do fracasso escolar construídas e compartilhadas por psicólogos educacionais

Fonte: Diário de Pernambuco (PE)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Por um Brasil próspero


Se quiser ter prosperidade por um ano, cultive grãos. Por 10, cultive árvores. Mas para ter sucesso por 100 anos, cultive gente. Próspero, segundo o dicionário Houaiss, é o adjetivo que caracteriza quem tem êxito, quem progride, quem é bem-sucedido. Qualquer brasileiro, de todas as faixas de renda e Educação, entende essa definição. Todos almejamos a prosperidade. De nada adianta alguns de nós sermos prósperos, se o país como um todo não o for. Para que o Brasil tenha êxito e se torne, definitivamente, uma grande nação é necessário bem mais do que crescer. É necessário desenvolver.
Assim como ocorre com as pessoas, que para ser prósperas precisam primeiro ter o básico – moradia, alimentação, mobilidade, segurança, saúde e Educação –, um país deve proporcionar a todas as pessoas o acesso a esses serviços, compreendidos como básicos para a prosperidade individual. A prosperidade também pode ser traduzida como a esperança e o estado de felicidade das pessoas ou de uma nação. Hoje mais do que nunca poupar para assegurar um futuro melhor e investimentos em Educação nos proporcionam esse estado de felicidade.
Segundo o estudo “O observador Brasil 2012”, os brasileiros têm investido mais na poupança e em outras aplicações. Entre 2005 e 2011, houve crescimento de 61,4% no valor poupado. Esse novo cenário reflete uma maior e melhor percepção do brasileiro do valor do seu dinheiro, ainda, uma mudança de cultura, com o cidadão privilegiando investimentos de médio e longo prazo, como a aquisição da casa própria. Além de poupar mais, há um número maior de pessoas pensando em guardar em detrimento de compras supérfluas. De acordo com o censo semestral divulgado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), pela primeira vez na história, mais da metade dos brasileiros têm alguma economia depositada na caderneta de poupança. São mais de 100 milhões de poupadores, um fato inédito e digno de registro. Nós, brasileiros, precisamos desenvolver uma nova mentalidade, onde o planejamento e a disciplina sejam valorizados.
Precisamos valorizar o trabalho em detrimento da Lei de Gerson, de levar vantagem em tudo.
Em relação ao investimento em Educação, o que tem crescido de forma consistente são os valores investidos em treinamento e Educação profissional. A Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) realiza a pesquisa “Retrato do treinamento no Brasil”, divulgando os números em dezembro. De acordo com o levantamento, os investimentos em treinamento e desenvolvimento seriam 36,9% maiores ao aferido no ano anterior, com um valor médio superior ao verificado em 2011, que foi de R$ 3.627. A regra é clara: fazer mais com menos, melhor e mais rápido. Esse contexto, de poupança interna e de maiores investimentos em Educação profissionalizante, gera uma expectativa de que, enfim, estejamos no caminho certo.
O momento mais propício ao aumento da produtividade é agora, em que vivemos o pleno emprego. Necessitamos valorizar, mais e mais, a Educação e o treinamento para o trabalho, pois a produtividade do trabalhador brasileiro não aumentou quase nada, comparada à dos trabalhadores dos países desenvolvidos, nas últimas décadas. Maior produtividade, poupança, investimento em Educação e melhor distribuição de renda. Só assim nos tornaremos uma nação próspera, de fato e de direito.
Fonte: Estado de Minas (MG)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Escolas de tempo integral do Estado não garantem melhor aprendizado


Apontadas como salvação pa­ra o Ensino público, as Escolas de tempo integral não garan­tem melhor resultado no aprendizado - pelo menos é as­sim nas 309 unidades com o modelo ligadas à Secretaria Es­tadual de Educação de São Paulo. Os dados do índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) revelam que não há diferença de aprendizagem entre Alunos da rede normal e os de tempo integral.
Apesar de ter sido adotado no Estado há sete anos, o projeto de tempo integral no Ensino funda­mental não obteve o resultado que se esperava. O governo lançou neste ano um novo modelo nessa etapa era número reduzido de Escolas, mas 285 unidades continuam da mesma forma (mais informações nesta página).
Nessas Escolas, nos dois ciclos do Ensino fundamental, as notas de matemática, apesar de serem mais altas, estão na mesma faixa na escala de proficiência (que mostra o que o Aluno é capaz de fazer). Dessa forma, os Alunos sabem a mesma coisa, independentemente de onde estudam.
No ciclo 1 (de 1ª à 4ª série), a média das 115 Escolas avaliadas é 218,6, ainda distante do ideal. A ONG Todos Pela Educação con­sidera como adequadas notas acima de 225 nessa fase - a média do Estado é 213,1. Já nos anos finais (da 5ª à 8ª série), a média de matemática das 197 Escolas avaliadas foi 248,2. O adequado é que se fique acima 300. Na média do Estado, a nota nessa disci­plina para o ciclo foi 244,3.
O desempenho de matemática é aferido pela Prova Brasil, avaliação que, com as taxas de rendimento, compõe o Ideb. O nível de matemática é considerado re­ferencial por ser um conheci­mento basicamente Escolar.
Apesar de serem em número muito menor que o conjunto da rede (o que, em geral, joga a mé­dia para baixo), as Escolas de tempo integral apresentaram comportamento similar.
No anos finais, por exemplo, mais da metade das 195 Escolas com esse ciclo não teve avanço no ín­dice entre 2009 e 2011. Dessas, 39% tiveram queda. Nos iniciais, a situação das Escolas de tempo integral é melhor: 59% das 115 Escolas estaduais com esse modelo conseguiram avanços.
O Ideb traça metas a serem alcançadas a cada dois anos, quando o índice é produzido. Das es­colas de tempo integral de São Paulo que oferece anos finais, 46% não conseguiram alcançar suas metas. O índice é superior à média de todas as Escolas do Estado. Nos anos iniciais, os índices são melhores, mas a rede normal tem resultados superiores. Nenhuma das Escolas de tempo integral tem nota 6 ou superior a isso, considerada a meta do País.
Aposta. O modelo de Ensino integral criado em 2006 no outro mandato do governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi implementado de uma vez em 514 Escolas de Ensino fundamental e ao longo dos anos foi sendo enxugado. No sistema, o Aluno fica na Escola das 7 horas às 16h10. O currículo conta com oito oficinas obrigatórias, dadas no contraturno, além do currículo normal.
A empregada doméstica Romilda de Oliveira, de 37 anos, gosta da Escola onde estuda o filho Ronald, de 10, que "ocupa as crianças". Mas ela não vê grande diferença em relação à Escola da rede normal onde estuda a filha Ystefani, de 11. "Ele não reclama, mas não é melhor nem pior. Me­lhorar, não melhorou." Ronald é Aluno da Escola Prof. Theodoro de Moraes, zona leste da capital.
A Professora de pós-graduação da Uniban Isa Guará, especialista em Educação integral, afirma que a proteção que da Escola de tempo estendido é importan­te, mas não é só isso. A concep­ção do modelo ainda é deficien­te. "Hoje as Escolas ainda não es­tão adequadas para oferecer um desenvolvimento integral. Mas temos de caminhar para isso."
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação ressaltou que os números do Ideb e da prova de matemática das Escolas de tempo integral são maiores que os da rede normal. A pasta informou que a matriz curricular dessas Escolas está em processo de reformulação, com a colaboração de dirigentes e supervisores. A secretaria não informou quan­do essa nova matriz será adotada nas 285 Escolas que não migra­ram para o novo modelo.

Novo modelo chega a 21 escolas do Ensino Fundamental
Em vez de o modelo mais antigo influenciar o novo, na Educação estadual ocorre o contrário. É o novo projeto, iniciado em 2012 no Ensino médio, que orientou as mudanças na Educação funda­mental.
A partir deste ano, 21 Escolas do ciclo 2 (5ª à 8ª série) vão contar com a nova proposta. Outras duas oferecerão o ciclo 2 e o Ensino médio. Essas Escolas passam a contar com jornada de 8h40. Uma mudança na Escola é que os Professores passam a ter regime de dedicação plena e integral. Na sala de aula haverá um currículo básico e disciplinas eletivas e orientação para estudos. No lugar das atuais oito oficinas, haverá somente duas: hora da leitura e experiências matemáticas. Nesse nível de Ensino também haverá a elaboração do projeto de vida, "mas focado na continuidade do estudo e na Educação para valo­res humanos", segundo infor­mou a secretaria.
Para não ter um impacto negativo como houve em 2006, ao se impor o sistema integral a mais de 500 Escolas, o Estado definiu que o modelo só seria adotado nas unidades com aprovação da comunidade Escolar. A medida democrática dificultou os pla­nos da secretaria de promover uma expansão mais significativa do modelo. Das 121 Escolas onde o projeto foi oferecido, 68 delas (56%) recusaram.
A ideia do governo era, no ensi­no médio, ampliar para 100 esco­las já em 2013 - o modelo foi ini­ciado em 2012 em 16 unidades. Com as recusas, o novo Ensino integral vai chegar a 31 Escolas dessa etapa. Dessa forma, fica ainda maior o desafio de alcan­çar 300 Escolas até 2014, plano inicial da pasta.
A preocupação com o tempo integral faz parte, segundo o go­verno, dos esforços para colocar o sistema educacional de São Paulo entre os 25 melhores do mundo até 2030. Hoje, é o 53º entre 65, considerando simula­ção que apresenta São Paulo co­mo um país no Programa Inter­nacional de Avaliação (Pisa).
No Ideb de 2011, a rede estadual ficou estagnada no Ensino fundamental. O ciclo 1, de 1ª à 4ª série, teve nota 5,4 e o final, da 5ª à 8ª série, 4,3.
Já no Ensino médio, em que o avanço é mais difícil em todo o País, o Estado de São Paulo teve aumento de 3,6 para 3,9.
 
Escala tem dez níveis
A escala de proficiência da avaliação de matemática da Prova Brasil tem dez níveis, com amplitude de 25 pontos. Em cada faixa está definido o que o Aluno é capaz de fazer. Nos anos iniciais, por exemplo, os estudantes (nos dois modelos) são capazes de interpretar dados num gráfico de colunas, leem horas em relógios de ponteiros e efetuam multiplicações com dois algarismos. Não conseguem, no entanto, resolver uma divisão por número de dois algarismos, resolver problemas envolvendo conversão de quilo para grama ou localizar informações em gráficos de colunas duplas, entre outras coisas
Fonte: O Estado de S.Paulo (SP)