Segue a dica, meus bons
diqueiros:
Há algum tempo, conversamos, eu e
minha amada irmã, sobre um conhecido nosso que, para se referir às pessoas que
moram em seu prédio, usa o termo 'MORADEIRA'.
Afinal, pergunta ela, isso existe?
NÃO EXISTE, gente, a não ser na
língua saborosa, tão generosa e livre de preconceitos do povo.
Mas, a Academia que não é
generosa ( isso é uma crítica, sim?) cunhou o termo 'MORADORA', feminino de morador, e
pronto! Os dicionários não aceitam a contribuição da língua falada e, com isso,
perdem a oportunidade de enriquecer o léxico.
Vejam que belo texto encontrei em
minhas 'andanças' literárias sobre o termo em questão, entre outros( os grifos
são meus): ( o texto inteiro está no anexo e é 'bonidemais', como querem os
mineiros.
' [...] Foi governado pelo meu
sertanejo coração de sangra-d'água e aguapé que este "moradense"
deixou de ser um morador de sua cidade, mas virou um assíduo "moradeiro".
Explico: "moradense" é quem nasce e vive em Morada
Nova. Quem nasce noutras terras e muda-se para Morada Nova é "morador".
E aqueles que, tendo ou não nascido lá, vivem em outras terras, mas frequentam
frequentemente a nossa cidade, estes, somos os "moradeiros",
seja a negócios, por lazer ou amor.
Eu, cá de minha parte, virei moradeiro
por pura necessidade: sarar uma neurose de saudade, um banzo. E voltar a Morada
Nova é parte da cura: o chá, o divã.'
Que trecho mais lindo, não é? Aí,
ele justifica o uso de MORADEIRO, muito mais expressivo, segundo o autor
( e é!) para designar o amor pela terra.
Abçs da Edinalda
GUTTA CAVAT LAPIDEM NON VI, SED
SAEPE CADENDO.
( água mole em pedra dura tanto
bate até que fura)