quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mostrando a Língua - 09

Salve, queridos diqueiros!
Como já devem supor, recebi "tocentos e blau" emails reclamando, apoiando e perguntando sobre o livro Por uma vida Melhor, da professora Heloísa Ramos, já aprovado por TODAS as Coordenadorias do Rio Grande do Sul.
Sobre o assunto, proponho uma reflexão e abro mão da "dica". Desculpem o abuso, sim?
De pronto (fino, né?) devo dizer que a questão precisa ser MUITO mais discutida, principalmente, com um tom mais moderado pela imprensa que tanto erra! Desculpem, mas já é pública a fala do jornalista Carlos Monforte sobre a questão, no Jornal das Dez da GloboNews: “Como é que fica então as concordâncias?”.
 Nós, sabidinhos diqueiros , podemos lhe devolver a pergunta: Ora, sr. Monforte, e "as concordâncias, como é que ficam então?
Já perceberam que o circo está armado e que não faltarão pessoas para botar mais lenha na fogueira. Insisto em que é necessário ouvir os dois lados. Precisamos saber se o que baliza a discussão é a ignorância ou a polêmica, não é?
Já faz mais de quinze anos que os livros didáticos de Língua Portuguesa disponíveis no mercado e avaliados e aprovados pelo Ministério da Educação abordam o tema da variação linguística e do seu tratamento em sala de aula. Não é coisa de petista, fiquem tranquilos. A televisão, essa pobre explanadora do óbvio e seus adeptos enlouquecidos pelo glamour que tanto encanta a classe média (??????) saem irresponsavelmente na frente, sem apurar os fatos. Isso já aconteceu e SEMPRE o fim foi trágico, não é?
A verdade é que a "classe popular" existe, é alvo de zombaria e preconceito, sua biografia e suas aquisições linguísticas não são respeitadas, há docentes provenientes da "classe popular", os livros didáticos há mais de 15 anos abordam a questão da Variante Linguística (Vania é fera no assunto!) e "seu modo de falar, e o de seus aprendizes, não é feio, nem errado, nem tosco, é apenas uma língua diferente daquela – devidamente fossilizada e conservada", como afirma Marcos Bagno, da UNB.
Vamos pesquisar e refletir. Talvez seja um caminho sensato para a descoberta de que com a chegada aos novos meios de comunicação os pseudoespecialistas, amparados em tecnologias inovadoras, tentam vender um peixe gramatiqueiro para lá de podre.
Defender o respeito à variedade linguística dos estudantes não significa que não cabe à escola introduzi-los ao mundo da cultura letrada e aos discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é preciso repetir isso a todo momento.
Grande abraço e
Em tempo: estou do lado da professora, de Marcos Bagno e de Rajagopalan.
Edinalda

Nenhum comentário:

Postar um comentário