No Brasil, principalmente na última década, há uma nova metodologia no ensino da letra cursiva, mas não seu abandono nas escolas.
"Não conheço escola que não a utilize mais", afirma Fernanda Gimenes, diretoria pedagógica da área de português do colégio bilíngue Playpen. "Ela perdeu a prioridade. Antes, o aluno era alfabetizado na cursiva. Hoje, mais do que ensinar uma técnica, queremos desenvolver as habilidades de leitura e escrita."
No Playpen, os alunos utilizam a letra bastão (de forma) até por volta do 2.° ano do ensino fundamental, quando a criança com cerca de oito anos já consegue produzir pequenos textos e ler com interpretação e significado. Só depois é que a letra cursiva é introduzida, sem o uso do caderno de caligrafia.
Esse estágio é resultado de uma mudança gradual, segundo Fernanda. Por séculos, a letra cursiva era a marca da personalidade da pessoa. Muitos eram, inclusive, reconhecidos pela grafia. Depois, introduziu-se a letra bastão, mas o domínio da cursiva era a marca da alfabetização.
Separar o aprendizado da cursiva como requisito para que uma criança seja considerada alfabetizada é uma conquista recente, praticamente da última década. "Vemos como uma evolução, não uma condição", diz Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco.
Assim como no Playpen, a escola também inicia a alfabetização com um símbolo mais simples e depois evolui para o mais complexo. "Não consigo pensar em abrir mão. Para mim, a tecnologia trouxe outra dimensão, como o hipertexto, mas não a abolição da letra cursiva", diz.
Mesmo que o aluno opte pela letra bastão no futuro, o aprendizado da cursiva, segundo Esther, é fundamental para desenvolver a coordenação motora fina.
O Estado de São Paulo (SP)
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