Bolsas de estudo de mestrado e doutorado permitem que profissionais deixem o mercado de trabalho para viver de estudar
No começo de 2008, a professora Tatiana Calsavara teve dois grandes êxitos profissionais. Passou em um concurso municipal para se tornar docente efetiva e ganhou uma bolsa para fazer um doutorado em Educação na Universidade de São Paulo (USP). O problema é que, por contrato, só poderia aceitar um dos dois. Depois de analisar as possibilidades, optou pelo que geraria mais renda: estudar. Com o aumento dos valores e do número de bolsas de pós-graduação, histórias assim tornam-se cada vez mais comuns.Foto: Guilherme Lara Campos/ Fotoarena
Tatiana preferiu bolsa de doutorado na USP a emprego, de olho em renda futura
Embora ainda longe da média dos salários da maioria dos profissionais com ensino superior, as bolsas de estudo têm sofrido reajustes anuais acima da inflação desde 2008 e hoje vão de R$ 1.200 para mestrado a R$ 5 mil para o pós-doutorado (veja tabela por agência financiadora abaixo) o que já torna possível viver de estudar. “É apertado, mas compensa”, explica Tatiana, que fez a escolha de olho no futuro. “Depois disso, vou poder me inscrever em concursos para professor de universidade pública, o que garante uma renda bem maior do que dando aula no ensino básico.”
Tatiana recebe da Fapesp R$ 2,5 mil mensais. O contrato é de três anos ou até o final de seu doutorado sobre educadores anarquistas previsto para 2012. Quando pensa em dinheiro, ela soma ao valor as vantagens que a vida acadêmica traz. Na USP, faz esporte e aulas de francês de graça e conseguiu vaga para a filha de seis anos na creche da instituição. “Venho para cá no horário da entrada dela, às 8h, passo o dia envolvida com minha pesquisa ou atividades relacionadas e só saio às 16h15 em tempo de buscá-la”, conta.
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