Com a queda da ajuda externa, os países de baixa renda
aumentaram o déficit de financiamento em educação nos últimos três anos. Dados
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco), revelam que é necessária ajuda externa de US$ 26 bilhões anuais para
que esses países universalizem a educação fundamental, até o ano de 2015. O
valor aumentou. Em 2010, os cálculos apontavam que ainda que os governo
priorizassem a educação, faltariam US$ 16 bilhões anuais para que toda criança
tivesse pelo menos seis anos de formação inicial.
Os números constam no relatório Tornar a educação
acessível até 2015 e no período posterior (Making Education for All Affordable
by 2015 and Beyond). A meta de universalização até 2015 é um dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio, firmados na Cúpula do Milênio, em 2000 e assinados
por 189 países, entre eles o Brasil.
Segundo a Unesco, são necessários ao todo US$ 53 bilhões
anuais para o ensino fundamental, mas apenas a metade disso é investida no
setor. Incluindo-se o ensino médio, o financiamento necessário aumenta para US$
77 bilhões anuais, o que aumenta o déficit de financiamento para US$ 38 bilhões
anuais.
A menos de mil dias do prazo final da meta, a coordenadora
de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, disse que a meta não conseguirá
ser finalizada, mas que nesse período, muitas lições foram aprendidas: “Ainda
temos muitas crianças fora das escolas, muitos jovens e adultos analfabetos,
ambientes escolares inadequados, etc. Mas, aprendemos que a formação dos
professores é central para o aprendizado e que o nível de conhecimento desses
profissionais é fundamental para a qualidade do ensino”.
No último relatório de acompanhamento das metas, de 2012,
consta que 112 países teriam que formar mais 5,4 milhões de docentes para o
ensino primário, destes, 2 milhões seriam postos adicionais e 3,4 milhões para
substituir os professores aposentados ou que deixam a profissão. Mais de 2
milhões de vagas deficitárias se concentram nos países da Áfria Subsariana.
O Brasil aparece nos relatórios como um país que apresenta
avanços no setor educacional, embora ainda enfrente dificuldades no setor. A
Unesco propõe, inclusive, que o país aumente as contribuições externas e
estipule objetivos mais ambiciosos de investimento nas economias de baixa renda
para depois de 2015. Os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
investem atualmente US$ 163 milhões anuais na educação básica de países com
dificuldade de financiamento do setor.
A Unesco propõe também que 5% do imposto sobre as
transações financeiras internacionais da União Europeia (UE) sejam destinados à
educação. A medida agregaria ao setor US$ 2,4 bilhões. Além disso, o documento
sugere que o setor privado poderia aumentar o repasse, uma vez que “a
contribuição ao ensino fundamental em países em desenvolvimento continua sendo
mínima”.
Fonte: Agência Brasil
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns pelo blog e pelas postagens!! Interessantes e informativas!
ResponderExcluirObrigado!
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