O ano que se inicia, para a Educação, chega cheio de
novidades. Uma delas traz a força da lei e entra com firmeza nas agendas dos
novos prefeitos que recém assumiram: eles vão ter que criar 14 milhões de vagas
para crianças de quatro a cinco anos. Trata-se da universalização da
Pré-Escola, o que, para nossas crianças, é uma grande notícia. Os pequenos
brasileiros se transformaram em protagonistas de um capítulo virtuoso da
história da Educação, pois tornam-se missão de gestores municipais hoje
responsáveis por quase 75% das matrículas da Pré-Escola, que terão prazo para
cumprir a lei até 2016.
Não é essencial dar valor a este investimento diante do
potencial retorno que ele sugere. Ainda que a proposta carregue consigo toda a
infraestrutura necessária, como construção de prédios e treinamento de
Professores, por exemplo. Mas não tenho dúvida de que o investimento vale cada
centavo com retornos futuros grandiosos para o país.
A Educação é crucial para o avanço de uma nação. Quanto
mais cedo uma criança for educada, melhor. Quem recebeu atenção na Educação
infantil, apontam as estatísticas, multiplica o efeito da Educação, mostra
melhor desempenho ao longo da jornada acadêmica e no comportamento social e
baixa tendência à criminalidade. Sem falar no retorno do investimento, porque
tentar ensinar anos depois o que deve ter sido aprendido na infância certamente
custará muito mais caro.
É preciso deixar claro também que não basta apenas criar
vagas. A missão dos prefeitos é ainda maior e ganha amplitude fantástica porque
é preciso planejar um Ensino de qualidade tal qual o dos países que já
iniciaram este processo, como o Canadá e a Finlândia, que investem com
Professores dessa faixa etária mais do que com os demais.
Educação é um assunto que toca a todos nós desde sempre,
mas neste início de ano vamos apostar no futuro. Sempre é tempo de renovar os
votos de que o círculo virtuoso deste processo é imensurável para o cidadão e
para a economia. Temos uma das menores médias de anos de Escolaridade entre os
países emergentes. Apenas 7,2 anos, enquanto nossos vizinhos argentinos chegam
a 9,3 anos e os americanos a12,4 anos. Nossas posições nos rankings mundiais
são pífias e os investimentos em Educação nos Estados mostram que o Rio Grande do
Sul foi o que menos investiu com recursos próprios.
Sabemos onde terminam estes dados. Menor produtividade,
menos inovação, mais criminalidade e um país com fracos pilares de
desenvolvimento. Aproveitando a legislação e programas de planejamento dos novos
prefeitos que precisarão ser cumpridos com a universalização da Pré-Escola,
proponho uma reflexão: vamos pensar em como participar deste processo e
contribuir para o seu cumprimento.
A Federasul, através da parceria com o Tribunal de Contas
do Estado, têm instrumentos relevantes para acompanhar este tema em todos os
municípios. Suas filiadas, as Associações Comerciais, Industriais e de
Serviços, desde o ano passado, estão recebendo treinamento específico para
fiscalizar as contas e os projetos públicos. Nosso país agradece e todos
agradecemos também.
Fonte: Zero Hora (RS)
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