Sem condições de impulsionar o Ensino no Brasil, o país
vive uma crise na Educação que tem refletido fortemente na produtividade dos
nossos trabalhadores e colaborou para jogar a indústria na recessão. Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,3% da
população de 25 anos ou mais não concluiu o Ensino fundamental ou não tem
qualquer instrução. É uma multidão que mal sabe ler e escrever, mas que tem de
operar computadores, máquinas e que, por menos que tenha estudado, ocupa cargos
de chefia. Esses números explicam ainda porque são necessários cinco
brasileiros para produzir o que apenas um norte-americano fabrica no chão da
fábrica.
Os dados apresentados pelo IBGE fazem parte do Censo 2010
e foram divulgados ontem. A pesquisa mostra ainda que o baixo nível de Educação
está enraizado em quase todos os ramos de atividade. Entre os diretores e
gerentes que estão à frente de empresas, 15,03% deles não terminaram o Ensino
fundamental. Entre os trabalhadores do agronegócio classificados como
qualificados, esse percentual é de 77,20%. Nos serviços domésticos esse número
ficou em 60,80%.
A auxiliar de serviços gerais Rosângela Santos Souza
reconhece que não se empenhou nos estudos, mas não vê a Escolaridade como fator
determinante para sua condição social. “Não conseguia mais estudar e abandonei
a Escola na 4ª série. Aos 17 anos tive minha primeira filha e fui trabalhar
para sustentar a família”, conta. O engraxate Adir da Silva parou de estudar no
dia em que deixou Nanuque, no Vale do Mucuri, em direção a Belo Horizonte.
“Deixei a Escola na 4ª série, quando tinha 10 anos, e nunca mais voltei”, conta
ele, hoje com 60 anos. Adir passou pela construção civil, área de transportes e
atualmente é engraxate e também acredita que a falta de Escolaridade nunca foi
preponderante para sua condição social. “Acho que a idade atrapalha mais a
busca de outras vagas do que a falta de estudo”, garante.
O segmento que apresenta o melhor desempenho é o militar.
O índice das forças armadas, policiais e bombeiros militares é de 5,21, um
número que deve permanecer baixo em função dos cursos de formação oferecidos
pelas corporações e que em alguns são cursos superiores ou de capacitação
técnica. Na indústria de transformação, que tem sofrido com a concorrência
imposta. sobretudo pelos asiáticos, essa taxa é de 34,07%.
Renda A tendência de desconcentração da renda entre os
brasileiros é clara, mas dados do Censo 201 mostram que ainda há um caminho
longo para ser percorrido no Brasil. A pesquisa revela que, em 2010, os 10% dos
trabalhadores melhor remunerados ficaram com 45,3% de todos os rendimentos
pagos no país, enquanto os 10% ocupados com menor renda responderam por uma
fatia de 1,3% dos ganhos. Em 2000, os 10% que recebiam mais concentravam 50,5%
da renda, enquanto os 10% que recebiam menos, totalizavam juntos meros 1,0%.
Entre as categorias de trabalhadores, o destaque foram os
militares e funcionários públicos estatutários, que tiveram um ganho real de
40,9% no rendimento médio mensal. A renda média dos empregados aumentou em
15,8%, de R$ 1.018 em 2000 para R$ 1.179 em 2010. Como resultado, no total do
país, o valor do rendimento médio real mensal de todos os trabalhadores
ocupados passou de R$ 1.234 em 2000 para R$ 1.292 em 2010, alta de 4,7%. A
maior contribuição para o avanço veio da parcela da população com os menores
rendimentos, em que os sucessivos reajustes do salário mínimo foram
fundamentais para que a remuneração crescesse 35,9% entre 2000 e 2010.
Emprego formal
na corda bamba
O emprego formal em Minas Gerais gerou 200 mil vagas nos
11 primeiros meses de 2012 (alta de 4,97%), ficando atrás apenas do indicador
apurado em São Paulo (515 mil carteiras assinadas), mas, quando levado em conta
apenas novembro, o indicador no estado ficou negativo: 4.435 postos foram
eliminados (recuo de 0,11%). Nesse caso, foi o terceiro pior resultado do país,
abaixo apenas do de Goiás (queda de 8.649 vagas) e do de Mato Grosso (5.910
postos). No Brasil, foram criados 46 mil empregos em novembro. O número é maior
do que o do mesmo mês de 2011 (42,7 mil), porém, o dado perde um pouco da graça
ao ser comparado com o de outubro (67 mil) e o de setembro (150 mil), pois é o terceiro
recuo seguido.
Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged). O relatório da pasta justificou a queda das vagas em Minas, em
novembro, da seguinte forma: “A redução decorreu principalmente dos setores da
construção civil (-9.917 empregos) e da agropecuária (-6.225 postos), cujos
saldos superaram principalmente a geração de emprego do setor de comércio
(13.278 postos)”. Para Minas, este foi o pior novembro desde 2008, no auge da
crise internacional, quando foram fechados 33,9 mil vagas.
O resultado tanto em Minas quanto em Belo Horizonte só não
foi pior em razão do grande número de vagas abertas pelo varejo, que recorre a
trabalhadores temporários para as festas de fim de ano. Em BH, o comércio gerou
quase 3 mil vagas. No estado foram 13,2 mil postos de trabalho.
Fonte: Estado de Minas (MG)
Olá Educador Erivelton, Felicidades!
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Irivan Rodrigues