domingo, 27 de janeiro de 2013

Mudança geral já este ano

 

A estruturação do ano letivo para a Educação básica do Distrito Federal será diferente em 2013. A Secretaria de Educação anunciou, ontem, mudanças para os Ensinos fundamental e médio. Nomeada como Currículo em Movimento da Educação básica, a política extingue o estudo seriado até o 5º ano. Nesta fase, o Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), que ia até a 3ª série desde 2005, vai ser ampliado para os dois anos subsequentes. Os estudantes só estão passíveis de reprovação no 3º e no 5º anos. Para o Ensino médio, o aprendizado passa a ser organizado por semestres. Embora a possibilidade de retenção seja mantida, as aulas serão divididas por áreas de conhecimento: nos primeiros seis meses do ano, o Aluno aprende exatas e, nos outros seis, humanas, por exemplo.
A substituição do sistema de seriação tradicional no Ensino fundamental é uma tentativa do Governo do DF de reduzir os índices de reprovação e a evasão Escolar. “Tivemos uma experiência positiva com o BIA, que reestruturou os três primeiros anos do Ensino fundamental. Vamos ampliar essa experiência para o 4º e o 5º anos”, disse o secretário de Educação, Denilson Bento da Costa. Neste ano, a mudança será obrigatória em pelo menos cinco regionais: Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e Guará. Mas outras instituições podem solicitar a participação. A partir de 2014, o sistema será válido para todas.
Segundo Denilson Bento, os ciclos vão aproximar Professor e Aluno, além de possibilitar que cada estudante atinja os níveis de conhecimento no tempo adequado a ele. Não ter reprovação não significa um problema para o chefe da pasta da Educação. “As dificuldades podem ser analisadas caso a caso, com possibilidades de intervenção com estratégias pedagógicas bem traçadas”, ressaltou.
A pesquisadora da Universidade Católica de Brasília (UCB) Leda Gonçalves, no entanto, tem restrições às mudanças previstas para o Ensino público. De acordo com a especialista, prolongar o bloco inicial de Alfabetização pode apenas adiar a reprovação do estudante que enfrentar dificuldades no aprendizado. “As experiências que temos visto com ciclo não são muito bem-sucedidas. A tese é boa, mas, na prática, não vemos mudança no processo pedagógico”, comenta. “O que acontece é apenas uma maquiagem nos índices de reprovação, não muda a qualidade do Ensino”, emenda.
Fonte: Correio Braziliense (DF)

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