A estruturação do ano letivo para a Educação básica do
Distrito Federal será diferente em 2013. A Secretaria de Educação anunciou,
ontem, mudanças para os Ensinos fundamental e médio. Nomeada como Currículo em
Movimento da Educação básica, a política extingue o estudo seriado até o 5º
ano. Nesta fase, o Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), que ia até a 3ª série
desde 2005, vai ser ampliado para os dois anos subsequentes. Os estudantes só
estão passíveis de reprovação no 3º e no 5º anos. Para o Ensino médio, o
aprendizado passa a ser organizado por semestres. Embora a possibilidade de
retenção seja mantida, as aulas serão divididas por áreas de conhecimento: nos
primeiros seis meses do ano, o Aluno aprende exatas e, nos outros seis,
humanas, por exemplo.
A substituição do sistema de seriação tradicional no
Ensino fundamental é uma tentativa do Governo do DF de reduzir os índices de
reprovação e a evasão Escolar. “Tivemos uma experiência positiva com o BIA, que
reestruturou os três primeiros anos do Ensino fundamental. Vamos ampliar essa
experiência para o 4º e o 5º anos”, disse o secretário de Educação, Denilson
Bento da Costa. Neste ano, a mudança será obrigatória em pelo menos cinco
regionais: Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e
Guará. Mas outras instituições podem solicitar a participação. A partir de
2014, o sistema será válido para todas.
Segundo Denilson Bento, os ciclos vão aproximar Professor
e Aluno, além de possibilitar que cada estudante atinja os níveis de
conhecimento no tempo adequado a ele. Não ter reprovação não significa um
problema para o chefe da pasta da Educação. “As dificuldades podem ser
analisadas caso a caso, com possibilidades de intervenção com estratégias
pedagógicas bem traçadas”, ressaltou.
A pesquisadora da Universidade Católica de Brasília (UCB)
Leda Gonçalves, no entanto, tem restrições às mudanças previstas para o Ensino
público. De acordo com a especialista, prolongar o bloco inicial de
Alfabetização pode apenas adiar a reprovação do estudante que enfrentar
dificuldades no aprendizado. “As experiências que temos visto com ciclo não são
muito bem-sucedidas. A tese é boa, mas, na prática, não vemos mudança no
processo pedagógico”, comenta. “O que acontece é apenas uma maquiagem nos
índices de reprovação, não muda a qualidade do Ensino”, emenda.
Fonte: Correio Braziliense (DF)
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