terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A educação e os novos gestores

Em 19 eventos realizados entre outubro e novembro de 2012 no país, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) debateu com os novos gestores os desafios da Educação municipal: mais vagas na Educação infantil e melhor qualidade do Ensino fundamental. No pacto federativo vigente, cabe aos municípios a Educação infantil. Segundo a Constituição Federal, a Educação passa a ser obrigatória dos 4 aos 17 anos, com implementação até 2016, e o 2º Plano Nacional de Educação, ainda em elaboração, fixa a meta de 50% de atendimento em Creche até 2022.
A partir do diagnóstico da realidade e projeção da população até cinco anos, é tarefa dos novos prefeitos planejar a expansão das matrículas na Creche e na Pré-Escola. Em 2012, havia no Brasil 5,6 milhões de crianças de 4 e 5 anos e 4,7 milhões de matrículas na Pré-Escola, em todas as redes de Ensino. Até 2016, serão necessárias mais 618 mil vagas na Pré-Escola. No mesmo ano, eram 10,5 milhões de crianças de até 3 anos e 2,5 milhões de matrículas na Creche. Com menos nascimentos a cada ano, até 2022 será necessário mais 1,9 milhão de vagas na Creche.
Em Minas Gerais, também em 2012, havia 519 mil crianças de 4 e 5 anos e 428 mil matrículas na Pré-Escola. A universalização da Pré-Escola exigirá mais 58 mil vagas até 2016. No mesmo ano, eram 962 mil crianças de até três anos e 229 mil matrículas na Creche. Até 2022, serão necessárias mais 151 mil vagas para chegar a 50% de atendimento em Creche.
Definidas as vagas a ampliar, devem-se alocar recursos e admitir o pessoal necessário. Aí reside o problema, pois o valor por Aluno/ano do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) na Creche corresponde a pouco mais de 50% do custo. Segundo o debate sobre Educação, o outro desafio é melhorar a qualidade do Ensino fundamental, o que implica alfabetizar todas as crianças na idade certa e melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb), com mais aprovação, combatendo a reprovação e o abandono Escolar, e mais aprendizagem.
Para isso são necessários: transporte Escolar e merenda de qualidade, boas condições dos prédios e equipamentos Escolares, ampliação da jornada Escolar, capacitação dos diretores e conselhos Escolares, orientações sobre currículos etc. Entre tais medidas, destaca-se a valorização do magistério. Apesar de reconhecer a necessidade de pagar melhores salários aos Professores, a CNM tem alertado sobre a impossibilidade de pagar o piso nacional, desde 2010 reajustado anualmente acima da inflação e do crescimento da arrecadação municipal. A entidade defende a adoção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor para reajuste do piso dos Professores. Para a CNM, Educação de melhor qualidade exige, da União, mais recursos para a Educação básica pública e, dos municípios, mais gestão com metas e indicadores para os próximos quatro anos.
Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), in: Estado de Minas (MG)

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