Do meio da zona da mata pernambucana, Welison Lopes, 16
anos, jamais realizaria o desejo de ver neve. Morador de Nazaré da Mata (PE) e
filho de uma dona de casa, ele sonha longe e, na segunda tentativa, conquistou
uma vaga em um dos grupos de alunos da rede estadual que embarcou em 25 de
janeiro para fazer intercâmbio na Nova Zelândia.
O aluno da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Dom
Vieira vai cursar um semestre do 3º ano do ensino médio no Taieri College, na
cidade de Dunedin, graças ao Programa Ganhe o Mundo (PGM) mantido pela
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco (SEE). Ele não será o único: no
total, 1,6 mil adolescentes irão embarcar, entre janeiro e fevereiro de 2013,
para países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Espanha, Chile, Argentina e
Cuba, além da Nova Zelândia.
Estudantes atualmente matriculados no 2º ano do ensino
médio da rede estadual poderiam se inscrever até o dia 1º de fevereiro para
disputar uma das 1.275 vagas do próximo edital. Os candidatos precisam ter
desempenho superior a sete em língua portuguesa e matemática, frequência mínima
de 85% nas aulas e ter entre 14 e 17 anos na data do embarque. Eles também
devem fazer uma prova de proficiência de um dos idiomas, inglês ou espanhol.
Criado em 2011, o PGM já levou 552 alunos para o exterior.
Lá fora, os estudantes têm a oportunidade de viver experiências distantes da
sua realidade - desde frequentar aulas regulares com nativos até brincar na
neve. A viagem dura um semestre letivo (cerca de cinco meses) e é totalmente
bancada pelo governo estadual.
Empresas de intercâmbio contratadas via licitação realizam
toda a operação, desde a organização dos documentos para emissão de passaporte
e visto até a localização da casa de família onde o aluno ficará hospedado. O
pacote geralmente inclui alimentação. Além disso, os intercambistas recebem uma
bolsa mensal de R$ 609 (cerca de US$ 300) para ajudar nos gastos diários. A
família entra apenas com o incentivo e, depois, a saudade.
Ainda que com o coração apertado, a mãe de Welison,
Josivalda Lopes incentivou o filho a tentar uma vaga no programa. Um estímulo
importante, já que na primeira edição ele não foi selecionado devido às notas
insuficientes nas disciplinas. O menino que sonha em fazer medicina encara a
viagem como uma chance para abrir portas e, quem sabe, fazer uma especialização
no exterior. Para ele, falar inglês já vai ser uma grande vantagem.
Fonte: Terra
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