A administração da Educação básica, negligenciada pelas
políticas oficiais nos últimos anos, começa a dispor de ferramentas que poderão
contribuir para sua melhoria. É o caso do portal Conviva Educação, criado com o
objetivo de qualificar a gestão de Escolas municipais. Uma iniciativa simples,
com baixo investimento para os padrões brasileiros – em que quase tudo é
grandioso e caro –, merece ser saudada, por ter o objetivo de racionalizar as
atividades de Escolas de todo o país. Outro aspecto positivo é que, das 11
instituições envolvidas no projeto, sob a coordenação da União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação, muitas são empresas privadas que assumiram o
compromisso de participar dos esforços públicos pela qualidade do Ensino.
O portal reúne informações sobre como conduzir a
administração Escolar, desde as questões gerenciais do dia a dia – alimentação,
transporte, orçamento – até controle de gastos e jornadas de servidores. Um
banco de dados incluirá os indicadores do Índice de Desenvolvimento da Educação
básica. Não deixa de ser surpreendente constatar que a rede municipal pública
não contava até agora com esse tipo de recurso, que tem o mérito de
proporcionar também o compartilhamento de tecnologias.
Os municípios, que ficaram com a atribuição do Ensino
básico, dependem, no entanto, do suporte dos Estados e da União para exercerem
suas tarefas. O portal poderá explicitar, a partir da troca de informações, as
carências enfrentadas por muitas comunidades, nas quais as deficiências
gerenciais são consequência de outras limitações. Essa troca será possível no
espaço criado para fóruns de discussão, para a exposição de dúvidas. Uma das
questões controversas urgentes, que dependem do aperfeiçoamento da gestão, é a
construção de Creches, uma prioridade do governo, que conta com recursos
federais, mas acaba se transformando em custos de manutenção insustentáveis
para muitos municípios. O portal poderá contribuir para a solução deste impasse
e, ao mesmo tempo, inspirar projetos semelhantes em outras áreas do setor
público.
Fonte: Zero Hora (RS)
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