O Plenário aprovou ontem a Medida Provisória 586/12, que
cria incentivos para a alfabetização de todas as crianças nas Escolas públicas
até os 8 anos de idade, por meio do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa. A matéria precisa ser votada ainda pelo Senado. O pacto envolve
aproximadamente 8 milhões de estudantes nos três primeiros anos do Ensino
fundamental, distribuídos em 400 mil turmas de 108 mil Escolas da rede pública.
Serão quatro áreas de atuação: formação de Professores, fornecimento de
material didático, avaliação e gestão. Os compromissos assumidos no pacto são
alfabetizar todas as crianças em língua portuguesa e em matemática; realizar
avaliações anuais e universais dos Alunos; e, no caso específico dos estados,
apoiar os municípios que tenham aderido.
Parecer aprovado - A MP foi aprovada na forma de parecer
da comissão mista que analisou o assunto, com uma emenda aceita pelo Plenário.
O parecer, de autoria do senador Eduardo Amorim (PSC-SE), faz algumas mudanças
no texto original da MP. Entre elas, está a retirada da exigência de o
estudante beneficiado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) comprovar
idoneidade cadastral. Isso será exigido apenas do fiador, tanto na assinatura
do contrato quanto em termos aditivos. Ainda sobre o Ensino superior, o texto
prevê assistência financeira, por parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), para garantir o acesso e a permanência do estudante na
faculdade. Essa assistência deverá ocorrer com bolsas ou ressarcimento de
despesas, segundo regulamento. A única emenda aprovada na votação em Plenário,
por 209 votos a 191, de autoria da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende
(DEM-TO), fixa o dia 31 de dezembro de 2022 como data limite para o cumprimento
da meta de alfabetizar as crianças da rede pública de Ensino até os 8 anos de
idade. Segundo o governo, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
deverá custar R$ 2,7 bilhões até 2014, dos quais R$ 1,1 bilhão já está previsto
no Orçamento de 2013. Esse dinheiro será repassado pelo FNDE por meio de bolsas
para Professores alfabetizadores participarem de cursos de formação continuada.
O texto determina ainda a realização de um exame em todas as Escolas ao final
da 3ª série do Ensino fundamental para avaliar o desempenho dos Alunos.
Média nacional - A Alfabetização até os 8 anos é uma das
metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita no Senado. De acordo com
o Ministério da Educação, os dados do Censo 2010 revelam que a média nacional
de crianças não alfabetizadas aos oito anos foi de 15,2%. No entanto, os
índices variaram muito. Enquanto o Paraná teve 4,9%, Alagoas atingiu 35%. Em
2011, mais dados revelaram a importância de se avaliar o nível de Alfabetização
das crianças. Apenas metade das que concluíram o 3º ano aprendeu o que era
esperado no período, apontou a Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do
Ciclo de Alfabetização), uma parceria da ONG Todos Pela Educação com o
Instituto Paulo Montenegro/Ibope, Fundação Cesgranrio e Inep. Em leitura, a
porcentagem foi de 56,1% e em matemática, de 42,8%. Também houve grande
variação entre as regiões brasileiras e entre as redes particular e pública de
Ensino. A avaliação foi aplicada em seis mil Escolas em todas as capitais.
Fonte: Jornal da Câmara (DF)
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