Foi realizada, ontem, a primeira fase do processo de
seleção para diretores e vice-diretores da rede municipal de Ensino e para
diretores e coordenadores da rede estadual. O município tomou carona no edital
baixado pelo Governo do Estado, sob o argumento de reduzir os custos e
aproveitar a estrutura montada pelas autoridades estaduais. O Município
preencherá as diretorias de 287 Escolas.
São três fases as fases do processo de seleção: 1) prova
objetiva; 2) entrega de documentação comprobatória e avaliação de títulos; 3)
Curso de Fundamentação, prova escrita do tipo objetiva e de uma prova de
natureza analítico-discursiva, exclusiva para os candidatos ao cargo de diretor
Escolar. Somente seis mil serão convocados para a terceira fase, ficando a
execução da seleção a cargo da Coordenadoria de Concursos (CCV), da
Universidade Federal do Ceará (UFC).
Há pouca resistência à ideia de que a escolha dos
diretores das Escolas públicas deva ser feita com o mínimo de interferência
possível de fatores estranhos ao critério objetivo da qualificação dos
candidatos e de sua legitimidade.
Indicações por políticos sempre foram uma porta aberta
para o fisiologismo. A ideia da seleção pública (não se trata de concurso
público, visto que é cargo provisório) para avaliar os requisitos técnicos dos
candidatos aos cargos agrada à opinião pública. Isso, porém, não deve excluir a
participação da comunidade Escolar na escolha final, pelo voto direto. Só esta
pode avaliar a capacidade de liderança do candidato.
Como se viu, o Estado resolveu esse problema fazendo uma
rigorosa seleção para compor um Banco de Gestores Escolares. Deste corpo
qualificado é que sairão os candidatos a cargos de gestão educacional, que se
submeterão à eleição direta pela comunidade Escolar (pais e Professores de cada
unidade). Dessa forma, eles não serão apenas tecnocratas, mas líderes: devem
aliar a capacidade técnica à capacidade de liderança, sem a qual uma comunidade
pode se sentir desmotivada a alcançar as metas propostas. Essa é a forma
democrática de agir (que também seria inócua sem a capacitação técnica prévia).
Espera-se que o Município de Fortaleza imite a sabedoria
do Estado nesse aspecto, complementando o processo de seleção com a legitimação
democrática.
Pais de alunos protestam para evitar transferência
Pais e Alunos da Escola municipal Demócrito Rocha, no
bairro Messejana, fizeram manifestação, na manhã ontem, contra a decisão da
Secretaria Municipal da Educação (SME) de transferir, temporariamente, os cerca
de 700 estudantes para outra unidade Escolar localizada no Tancredo Neves. Além
da distância entre a nova Escola e as residências dos estudantes, os pais temem
que possíveis conflitos surjam com a presença das crianças na outra comunidade.
“Eles têm um jeito de viver e a gente tem o nosso. A gente
não sabe se eles iam concordar”, avalia uma mãe de três Alunos, que O POVO opta
por não identificar. O motivo da transferência é a reforma do telhado da
Escola, iniciada semana passada. A estrutura de madeira está comprometida por
cupins e engenheiros da SME solicitaram a interdição do local, conforme Wilson
Silva, diretor da Escola. A reforma deve durar dois meses. O diretor conta que
as duas Escolas ficam localizadas em territórios rivais, o que poderia criar
conflitos entre as comunidades.
“É muito complicado trabalhar com comunidades diferentes.
Tem disputas entre os jovens”, afirma. Após a recusa da maioria dos pais
presentes na Escola na manhã de ontem, o diretor avalia com a SME a opção de
fazer a reforma por etapas.
Segundo alguns relatos, apenas quando chegaram ao ponto do
transporte Escolar, os pais foram informados por um fiscal que a viagem teria
destino diferente. “Fui para a parada esperar o transporte. O fiscal foi
falando que ia levar direto pro Tancredo. Eu disse que não ia”, relata a estudante
do 6º ano. Após a recusa, os motoristas levaram as crianças à Escola Demócrito
Rocha.
De acordo o diretor da Escola, a decisão da transferência
foi tomada durante o recesso Escolar, o que impossibilitou o repasse da
informação a todos. Os pais se reuniram na quadra da Escola e fizeram um
abaixo-assinado, entregue a um representante do Distrito de Educação da
Regional VI que compareceu à Escola.
Segundo a assessoria da SME, os Alunos da Escola Demócrito Rocha não vão ser
mais transferidos. Um técnico foi enviado ao colégio ontem e, em conversa com
os pais, foi decidido que todos os estudantes terão aulas na parte que já está
reformada. 70% da obra já está concluída.
Fonte: O Povo (CE)
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