Os calos da boa Educação

Quatro operações básicas e uma mesma pedra no sapato da qualidade educacional do Ensino público em Pernambuco. Entre os Alunos matriculados no 3º ano do Ensino médio no estado, apenas 7,7% têm aprendizagem adequada em matemática. O dado é apontado pelo relatório anual do movimento Todos Pela Educação que estabelece cinco metas de desenvolvimento na área para serem cumpridas até 2022 pelo país.

Divulgado ontem, o documento revela que Pernambuco foi um dos quatro estados brasileiros a não atingir a meta parcial de ter todos os Alunos com aprendizado adequado à série cursada, além de não alcançar o índice desejado de percentual de crianças e adolescentes matriculados na Escola e também de conclusão do Ensino fundamental e médio.

Baseando em resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011, da Prova Brasil e também do Sistema de Avaliação da Educação básica (Saeb), o relatório apontou que pelo menos 15,4% dos Alunos dos terceiros anos do Ensino médio da rede estadual deveriam ter conhecimento de matemática adequado à série. O percentual também é negativo para língua portuguesa, no qual a meta era de 25,1%, mas o estado só atingiu 20,1%. Os índices médios aceitáveis também não foram atingidos para o Ensino de matemática e português para Alunos dos 5º e 9º anos do Ensino fundamental.

“No Brasil não existe uma Educação para responder a essa questão da matemática, que desde 1999 apresenta o mesmo patamar de qualidade. Isso é absurdo se pensarmos que o terceiro ano é a finalização do ciclo educacional Escolar. O país cresce no Ensino fundamental, mas não no médio”, explicou a diretora do Todos Pela Educação, Priscilla Cruz.

Para ela, isso acontece por uma falta de investimento na qualificação do Professor. “As universidades não estão cumprindo o papel de preparar esse profissional. Eles são formados de forma genérica, com muita teoria e sem articulação com as salas de aula.” A opinião é compartilhada pela estudante Maria Eduarda Albuquerque, 16. “Durante meu Ensino fundamental, sentia dificuldade em matemática porque a matéria não era passada da melhor forma”,contou.

Os resultados foram questionados pela Secretaria Estadual de Educação, que contabiliza 770 mil Alunos matriculados. “Nós superamos as metas propostas pelo Ideb em 2011.

O que acontece é que foi coletada uma amostra de apenas um aspecto do Ideb que não compreende as Escolas de referência. Foram avaliadas 49 turmas naquele ano, sendo que dez delas eram de EREMs. Das 33 Escolas pernambucanas avaliadas, apenas 10 eram de referência”, garantiu o secretário estadual de Educação, Ricardo Dantas.

Fonte: Diário de Pernambuco (PE)