Antes mesmo de as crianças aprenderem a falar ou andar,
suas vontades e seus sentimentos podem ser compreendidos por meio da linguagem
corporal. Essa forma de comunicação não verbal pode ser muito explorada em sala
de aula durante o Ensino infantil como forma de potencializar o aprendizado de
forma lúdica e propícia à faixa etária dos pequenos estudantes. A linguagem
corporal se expressa de diversas formas. Os gestos e a postura dos indivíduos
podem expressar uma variedade de sentimentos e pensamentos.
Até mesmo a voz pode ser considerada um gesto, uma vez que
é possível valer-se da sua entonação para expressar ideias diferentes. Pense,
por exemplo, em um bebê que ainda está balbuciando as primeiras palavras.
Estudos de neurolinguística evidenciam que quando a criança começa a apontar
objetos com uma intenção orientada, esse é o primeiro indício de que a
comunicação verbal está prestes a surgir. O poder da linguagem corporal é imenso.
As atitudes corporais, sejam elas de qual natureza forem, são muito fortes e
próximas do que a personalidade do indivíduo é de fato. Por essa razão, a não
ser que a pessoa seja treinada para isso (em aulas de teatro, por exemplo), é
pouco provável que ela consiga dissimular suas emoções e seus sentimentos mais
verdadeiros.
Outra peculiaridade importante diz respeito ao reforço ou
à negação do que está sendo dito pela comunicação verbal. Se a linguagem
corporal é um processo intencional ou não ligado às experiências, sentimentos e
atitudes dos indivíduos, não há como não correlacioná-la ao outro e ao
ambiente. Percebemos que a relação do indivíduo com o corpo surge no momento do
seu nascimento e é amadurecida por meio das situações vividas por ele ao longo
da vida. Como a Escola faz parte de um momento muito importante da formação da
pessoa, não temos como negar seu papel no desenvolvimento da relação entre a
criança e o corpo. Muitas instituições já entenderam que é preciso estimular a
corporeidade dos pequenos estudantes desde o Ensino infantil. Assim, as
atividades do maternal ao 2° período já incluem objetivos que trabalhem o corpo
como elemento cognitivo. Um exemplo disso são as cirandas. Mesmo tradicional, a
brincadeira de roda pode ganhar diferentes propostas educacionais quando os
Educadores estimulam as crianças a brincar variando o sentido da formação da
roda. Ao inverter o sentido clássico do jogo, as crianças criam uma nova
relação com o espaço e com o seu corpo, o que incute nelas uma noção mais ampla
de sua corporeidade, reforçando o aprendizado intrínseco à brincadeira.
Potencializar o aprendizado e a relação com o corpo só é
possível com incentivo dos Educadores. Durante muitos anos o corpo esteve
presente em sala de aula, mas nunca foi considerado como elemento cognitivo.
Hoje, a necessidade de profissionais capacitados para lidar com as novas
necessidades do Ensino infantil é grande e urgente. Os novos Professores dessa
faixa etária devem estar plenamente atualizados sobre a necessidade de envolver
todo o potencial do Aluno enquanto indivíduo em seu processo de aprendizagem.
Crianças estimuladas a lidar bem com o seu corpo desde a infância chegarão à
juventude mais adaptadas às atividades orais, o que as tornará profissionais
com domínio da oratória e de sua postura no mercado de trabalho.
Fonte: Estado de Minas (MG)
Nenhum comentário:
Postar um comentário