domingo, 5 de maio de 2013

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Segue a dica, meus bons diqueiros:
Há algum tempo, conversamos, eu e minha amada irmã, sobre um conhecido nosso que, para se referir às pessoas que moram em seu prédio, usa o termo 'MORADEIRA'. Afinal, pergunta ela, isso existe?
NÃO EXISTE, gente, a não ser na língua saborosa, tão generosa e livre de preconceitos do povo.
Mas, a Academia que não é generosa ( isso é uma crítica, sim?) cunhou o termo 'MORADORA', feminino de morador, e pronto! Os dicionários não aceitam a contribuição da língua falada e, com isso, perdem a oportunidade de enriquecer o léxico.
Vejam que belo texto encontrei em minhas 'andanças' literárias sobre o termo em questão, entre outros( os grifos são meus): ( o texto inteiro está no anexo e é 'bonidemais', como querem os mineiros.
' [...] Foi governado pelo meu sertanejo coração de sangra-d'água e aguapé que este "moradense" deixou de ser um morador de sua cidade, mas virou um assíduo "moradeiro". Explico: "moradense" é quem nasce e vive em Morada Nova. Quem nasce noutras terras e muda-se para Morada Nova é "morador". E aqueles que, tendo ou não nascido lá, vivem em outras terras, mas frequentam frequentemente a nossa cidade, estes, somos os "moradeiros", seja a negócios, por lazer ou amor.
Eu, cá de minha parte, virei moradeiro por pura necessidade: sarar uma neurose de saudade, um banzo. E voltar a Morada Nova é parte da cura: o chá, o divã.'
Que trecho mais lindo, não é? Aí, ele justifica o uso de MORADEIRO, muito mais expressivo, segundo o autor ( e é!) para designar o amor pela terra.
 Abçs da Edinalda
GUTTA CAVAT LAPIDEM NON VI, SED SAEPE CADENDO.
( água mole em pedra dura tanto bate até que fura)

2 comentários:

  1. adorei esse blog, achei umas dicas que quero ensinar no escola zona norte sp parabéns pelo artigo

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  2. agora já sei qual conteudo recomendar ao colegio objetivo zona norte sp, bacana mesmo, adorei e nos inspirou esse projeto, espero que os alunos curtam bastante

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