quinta-feira, 30 de junho de 2011

Criança que pega coisas de amigos tenta suprir carência

Um fato que acontece com certa frequência nas escolas é as crianças pegarem coisas que não são suas. Volta e meia, elas aparecem em casa com algo diferente. Justificam dizendo que pegaram emprestado do amigo. Sem que muitas vezes ele saiba do empréstimo.
O contrário também ocorre e chegam com o material desfalcado. Nem sempre têm certeza do que aconteceu. Às vezes está com o amigo, que também se esqueceu de dizer que pegou emprestado.
É certo que as crianças costumam trocar coisas entre si em comum acordo, o que não é do agrado dos pais. Eles ficam meio confusos se as crianças realmente trocaram ou simplesmente pegaram do amigo.
Quando são bem pequenas, guiadas pelo desejo, elas podem pegar coisas afirmando serem suas. Numa época em que ainda não conseguem discernir bem o que é seu e o que é do outro – o eu e o outro. Ela encontra algo e toma posse.
O que não significa que esta criança tenha tendência a roubar. É um aprendizado que está relacionado com seu desenvolvimento psíquico, experiências e orientações.
Aprendemos que não devemos pegar coisas que não são nossas. Quando acontece da criança chegar com algo que não é seu, ninguém precisa se desesperar. É preciso ensinar-lhe que não se deve fazer isso e orientá-la para que devolva o objeto. De preferência, ajudando-a a se colocar no lugar do outro, de como ela se sentiria se alguma criança ficasse com seu brinquedo, por exemplo.
No entanto, às vezes vemos crianças que extrapolam. Vão além de pegar emprestado um objeto sem que o amigo saiba. Pegam as coisas e as escondem, numa clara evidência de que sabem que aquilo não é correto. O que deixa a todos muito preocupados. Será um futuro marginal? Mas por que se ele tem tudo?

Nunca se possui tudo
As pessoas confundem o ter tudo material com o ter tudo. Para começar, nunca se possui tudo (e não me refiro às coisas materiais), tem sempre algo faltando. A falta é importante, impulsiona o indivíduo para ir em frente.
Às vezes, porém, faltam coisas muito mais preciosas do que aquela boneca que acabou de ser lançada ou o carrinho que só se encontra no exterior – e que o papai trouxe em sua última viagem.
Pode-se pensar que a criança que pega coisas, e que já tem a consciência de que esse ato não é correto, está buscando algo que ainda não sabe o que é. Tenta suprir uma carência, uma falta, uma ausência.
Com esse delito, sinaliza que as coisas não vão bem. E que precisa de ajuda. Ela própria não entende. O que ela compreende é que aquele objeto, que muitas vezes não tem um valor monetário significativo e do qual ela tem muitos parecidos (e por vezes mais bonitos), é muito necessário. Imprescindível. Parece carregado de algo que precisa. Mas é pura ilusão. Por ser uma ilusão, sua satisfação é momentânea e o ato tende a ser repetido.
É necessário ajudar essa criança para que ela possa compreender e dizer o que não vai bem com ela. Do que realmente precisa.
Na maioria das vezes não é algo difícil dos pais providenciarem, embora muitos tenham que aprender como fazê-lo. Seja sua atenção, seu carinho, um gesto de amor. Não se encontra numa loja ou num free shop. É algo que precisam desenvolver – amar seus filhos e estar próximos deles.
Claro que o ato em si deve ser reprimido. Ninguém deve sair por aí pegando coisas que não são suas, mas o mais importante é entendê-lo como um sinal de que as coisas não vão bem. Assim como as escolas devem ter uma compreensão que vá além do fato em si. Deste modo, pode-se ajudar essas crianças a serem mais felizes e a saberem do que realmente precisam. Sem ter que pegar nada do outro.
Ana Cássia Maturano (psicóloga e psicopedagoga), in: G1

Notas na parede

A Educação brasileira tem desde 2007 um indicador universal de qualidade, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Ele avalia a cada dois anos todas as escolas do país.
No caso das públicas, as notas por escola estão disponíveis na internet, assim como as metas que elas devem perseguir até 2022.
O objetivo é que a média daqui a uma década seja 5,8 para o 5º ano do ensino fundamental nas escolas públicas. O resultado mais recente, de 2009, é 4,4.
Um projeto de lei do deputado Edmar Arruda (PSC-PR) quer determinar, agora, que seja afixado na entrada de cada escola um painel com sua nota no Ideb e as médias do município e do Estado.
O economista e especialista em Educação Gustavo Ioschpe, autor da ideia, argumenta que os pais hoje desconhecem o resultado das escolas e que a divulgação geraria "um desconforto positivo".
Além de não precisar consultar a internet, os pais poderiam comparar a qualidade da escola de seus filhos com a das demais.
A iniciativa é meritória. A divulgação das notas por esse novo meio tem custo quase zero e possui o inegável efeito de aproximar os pais da escola de seus filhos.
Ao ficar ciente do resultado, a família pode acompanhar mais atentamente o desempenho da instituição e exigir medidas concretas na busca de melhoria da qualidade do ensino.
É importante, ainda, um intercâmbio entre as escolas e os pais. De nada adianta a divulgação das notas, em busca de um maior engajamento das famílias, se as instituições não estiverem abertas à sua participação. Outra providência seria convocar os pais para reuniões periódicas.
Há algumas décadas pesquisas confirmam que o nível socioeconômico das famílias é o principal fator a explicar o desempenho dos alunos. Não se deve esperar, portanto, avanços prodigiosos.
Como disse à Folha a historiadora Diane Ravitch, "crianças de baixa renda só vão ter uma performance de alto nível se suas necessidades não forem ignoradas". A estudiosa ressalta que "sozinhas as escolas não reduzirão a pobreza ou produzirão igualdade". O Ideb é um importante mecanismo para aperfeiçoar a qualidade do ensino no Brasil, e sua popularização teria efeito positivo.
As metas do ensino público, no entanto, são muito pouco ousadas. A nota 5,8 é apenas para o 5º ano do ensino fundamental, só em 2022. Para a 9º ano, o objetivo é 5,2. Para o ensino médio, 4,9.
O governo, assim como pais e alunos, deve almejar resultados mais ambiciosos na Educação.
Fonte: Folha de São Paulo (SP)

Resultados em sala de aula

Melhorar a Educação é um desafio constante não só para os governantes. Professores, diretores e alunos estão sempre se debruçando em alternativas para encontrar novas soluções. Vale tudo. Desde inovar no incentivo à leitura ou até mesmo mudar a forma de gestão da escola. Mas, antes mesmo das megamudanças, o que fazer para que as pequenas se tornem tão fundamentais e capazes de gerar bons resultados?
Foi a partir dessa pergunta que se implantou em 20 escolas estaduais de ensino médio de Belo Horizonte, em 2008, o programa Jovens de Futuro, do Instituto Unibanco. A resposta veio agora, no início deste ano, com as melhorias nas notas de alunos em matemática e português. 
“Deu certo”, comemora a superintendente do Instituto Unibanco, Wanda Engel. Segundo ela, foram selecionadas as escolas e o instituto deu apoio para que elas desenvolvessem planos pedagógicos e estratégicos para melhorar o ensino. Algumas investiram na capacitação dos professores, outras investiram em premiações de alunos, houve quem fizesse obras e outras alterações.
“Por ano, o instituto investiu R$ 100 por aluno. Em contrapartida, as escolas se comprometem a melhorar as médias escolares no Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb) em português e matemática e a diminuir em 40% seus índices de evasão. Além disso, monitoramos outras 26 instituições de BH que serviram de base de comparação”, diz. 
No fim do ano passado, os alunos fizeram o Proeb da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. “Os resultados foram absolutamente incríveis. Eles cresceram uma média de 12 pontos em matemática e português”, comenta Wanda, acrescentando que, como a experiência estava somente em Minas – onde foram investidos R$ 13,4 milhões, beneficiando 34 mil alunos – e Porto Alegre, os bons números convenceram o Ministério da Educação (MEC) a se associar a esse esforço. “Vamos levar também o projeto a todo o Brasil”, anuncia. 

DEDICAÇÃO
Satisfeita, a diretora da Escola Estadual Maurício Murgel, Sônia Marinho Amaral de Resende, elogia a iniciativa. A escola, que antes tinha problemas com evasão escolar, em 2007 tirou 289 na prova do Proeb em matemática e, em 2010, chegou a 319. Em português, em 2007, foram 288 pontos; em 2010, 313. “É um projeto inovador que realmente envolve toda a comunidade escolar e eleva nosso nível educacional”, comemora.
Fonte: Estado de Minas (MG)

Educadores discutem as aulas dobradas

Durante quatro anos, a Escola Municipal Erasmo Pilotto, no Bairro Alto, experimentou uma forma diferente de organização do tempo das aulas. O colégio adotou o sistema de dobradinha, com duas aulas seguidas de cada disciplina, para as turmas do 6.º ao 9.º ano do ensino fundamental.
O objetivo era evitar o desperdício de tempo com a troca constante de professores – e a consequente necessidade de acalmar a turma antes do início das atividades. Nem tudo, entretanto, saiu conforme o planejado. Nas turmas mais agitadas, os professores passaram a ter dificuldade de manter os alunos concentrados. Além disso, um único dia de falta fazia com que os estudantes perdessem uma quantidade expressiva de conteúdos da mesma disciplina.
A experiência mostra que a ampliação da duração das aulas nem sempre tem impacto positivo na aprendizagem. Embora a expansão da jornada seja uma ótima oportunidade para aplicar técnicas diversificadas de ensino, manter o aluno concentrado nas explicações por mais de uma hora não é tarefa fácil.
“Em algumas áreas, a produção dos alunos era melhor, porque eles ficavam envolvidos com o trabalho por um tempo maior. Mas o resultado dependia do perfil de trabalho do professor e também da turma. Houve um desgaste interno em função dessas dificuldades, até pela estrutura física e material da escola, já que você precisa diversificar as estratégias para manter o foco na aula”, afirma a diretora da escola, Janete Luiza Araújo.

Equilíbrio entre as duas modalidades é a solução
No Colégio Internacional de Curitiba, a solução encontrada para desenvolver atividades pedagógicas que exigem mais de 50 minutos, sem tornar os estudos exaustivos, foi equilibrar aulas simples com aulas geminadas. A partir do 6º ano do ensino fundamental, quando os alunos passam a ter várias disciplinas específicas, algumas aulas são dadas de forma blocada.
“Não é preciso dobrar todas as aulas. Mas nós consideramos que 50 minutos, principalmente para os estudos sociais e as aulas de Inglês, são insuficientes. Nas aulas mais longas, o professor pode desenvolver oficinas de escrita, apresentando um tema para aluno, discutindo o assunto e propondo a elaboração de um texto”, explica a diretora do programa brasileiro da escola, Cláudia Lebiedziejewski.
A professora de Português Ana Cláudia de Almeida Rocha, que leciona para o ensino médio, conta que as aulas duplas são fundamentais para desenvolver projetos maiores, como seminários, debates e oficinas de texto. “A gente tem de cinco a seis aulas por semana com cada turma do ensino médio. Dessas, com certeza duas são geminadas”, afirma.
Segundo ela, o sucesso das aulas mais longas depende dos estímulos utilizados pelos professores. “Não vou usar toda a aula para trabalhar um item extremamente teórico, que exige só a passividade do aluno. O ideal é desenvolver atividades que exigem maior atenção na primeira aula e partir para a produção na segunda”, diz.
Para a professora Marlene Mattevi Roncato, do curso de Pedagogia da Universidade Tuiuti do Paraná, não há motivos para ampliar a duração das aulas se o professor não conseguir diversificar as atividades. Mesmo assim, ela considera insuficiente o tempo normalmente dedicado a cada disciplina.
“Percebo nos estágios, no contato com a prática dos professores, que as aulas acabam se resumindo a 30 minutos de trabalho efetivo. Se o tempo fosse maior, em vez de ficar só com o livro didático, o professor poderia explorar outras fontes de apresentação do conteúdo, como artigos científicos e documentários”, afirma.
De acordo com a diretora do Colégio Internacional, o bom desempenho escolar não está associado apenas ao tempo maior dedicado a algumas aulas, mas ao pequeno número de alunos por turma, o que permite um ensino mais personalizado. “Nossa grande vantagem é que escola é pequena, com uma média de 20 alunos por sala. Não acho que dar aulas geminadas para grupos de 50 alunos fará diferença”, conclui. (MC)
A explicação para a desatenção dos alunos também está no relógio biológico. O neurocientista Fernando Louzada, do Laboratório de Cronobiologia Humana da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que não é possível manter a atenção por mais de uma hora e meia. Os cientistas descobriram que a cada 90 minutos a concentração atinge um pico e um vale, ou seja, o cérebro vai da concentração total à distração completa.
De acordo com Louzada, os intervalos entre as aulas podem se transformar em estímulo para os estudantes. Mas também é possível “retirar os alunos do vale” a partir de outros incentivos externos. “O professor pode tocar uma música ou mostrar imagens, utilizar algo que tenha muito significado para o aluno. O importante é impor diferentes ritmos ao longo dessa uma hora e meia”, diz.

Mais aulas curtas
Entre os pesquisadores da área de Educação, a importância da oferta do ensino em período integral é ponto pacífico. Mas ainda não há consenso sobre a melhor forma de organização desse tempo adicional. A pedido do Instituto Ayrton Senna e do movimento Todos pela Educação, um grupo de estudiosos mapeou as pesquisas nacionais e internacionais existentes a respeito das condições que impactam a aprendizagem.
Segundo André Portela Souza, que participou do mapeamento e é professor da Escola de Eco­­nomia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, estudos internacionais mostram que o aumento da jornada escolar diária deve acontecer por meio da expansão do número de aulas, e não pelo aumento da duração de cada aula.
“Quanto mais tempo de exposição à aprendizagem, melhor. Mas a divisão do tempo deve ser feita de forma produtiva. Você não deve expor o aluno à mesma matéria durante um longo tempo”, afirma Portela, citando dois estudos realizados por universidades norte-americanas.
Segundo uma pesquisa de 2001 da Universidade de Maryland, a performance de alunos de ensino médio em aulas blocadas de matemática foi pior do que em aulas simples. Segundo o estudo, o desempenho dos estudantes caiu 6% em relação à média para cada acréscimo de 10 minutos na aula.
Fonte: Gazeta do Povo (PR)

Salário de professores é só a ponta do iceberg dos problemas

Ao longo das últimas décadas, a Educação básica se expandiu quantativamente no Brasil. Em 2006, do total de pessoas entre 7 e 14 anos, 96% estavam matriculadas no ensino fundamental (1.ª à 8.ª série), etapa adequada para a faixa etária. Com a ampliação do acesso a essa fase da Escolaridade, os desafios mudaram de lugar. Para o professor Cláudio de Moura Castro, o próximo passo é investir na qualidade do ensino. 
Segundo Castro, porém, consertar a Educação requer muito mais do que jogar dinheiro no sistema: é necessário tornar os gastos mais eficientes. Nesta quinta-feira, às 8h30, o professor ministrará a palestra “Caminhos e alternativas para o ensino de qualidade no Brasil”, no Hotel Pestana. Depois haverá uma apresentação do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. 
Promovido pelo Grupo Positivo em parceria com a Gazeta do Povo e o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), o evento abrirá os trabalhos do Sala Mundo 2011 – Encontro Internacional de Educação, que será realizado em Curitiba nos dias 17 e 18 de agosto. Confira a entrevista concedida pelo economista, por e-mail, à Gazeta do Povo.

Depois de o Brasil praticamente universalizar o ensino fundamental, quais são os principais desafios para a próxima década?
Qualidade. Qualidade. Qua­lidade.

A democratização do acesso pode se tornar inócua se não for garantido o direito à Educação de qualidade para amplos contingentes da população?
Não. A universalização, em si, já é um grande avanço na democratização. Significa que deixaram de existir as horrendas diferenças de Escolaridade mínima da população. Porém, apesar de significar muito, é apenas um primeiro passo. O próximo é qualidade para todos. 

O Plano Nacional de Educação (PNE), em discussão no Con­­gresso Nacional, prevê 20 metas a serem alcançadas até 2020, entre elas que 50% das crianças de até 3 anos tenham acesso à creche. Como o senhor avalia essas metas?
Nada de errado nas metas. O problema do PNE é que não mostra o caminho para chegar lá. A equação financeira é mais do que ambígua. Chegar a 7% do PIB. Bela meta! Mas quem paga a conta e quem obriga a pagar? No caso da creche, talvez seja a meta mais fácil, pois é politicamente atraente. Pais querem um estacionamento para seus filhos durante o dia. Prefeitos querem satisfazer os pais/eleitores e inaugurar obras. 

É necessário aumentar o montante de recursos aplicados em Educação para cumprir as metas previstas no PNE?
Essa pergunta só pode ser respondida se soubermos quanto é possível remanejar gastos. Gastamos o mesmo que países com sistemas educativos muito melhores do que o nosso. Só que exageramos nos gastos públicos com o superior e gastamos de menos na Educação básica. Dá para corrigir essa distorção? Há também muita ineficiência nos gastos. Se reduzirmos tais desperdícios, conseguiremos mais com menos recursos.

O PNE também prevê igualar o salário dos professores ao de outros profissionais de nível superior. Os professores brasileiros ganham mal?
Essa pergunta entra em um pantanal metodológico. Salário Mensal ou Salário Hora? Se considerarmos salário hora, os professores não ganham menos, pois têm uma jornada mais curta. Há também uma série de vantagens inerentes ao serviço público que afetam a atratividade da carreira docente (estabilidade, aposentadoria integral e precoce, etc). Ademais, há uma grande variação entre estados e municípios. 

Salários maiores são parte de um conjunto de elementos essenciais para garantir um ensino de qualidade superior?
Eis outro terreno minado. Aumentar salário não é necessário e nem suficiente para melhorar o ensino. Além disso, melhorar quanto? Dobrar talvez melhore a qualidade. Mas é orçamentariamente impossível. Melhorar de quais professores? Compa­rando estados brasileiros, não há qualquer correlação entre salário e qualidade. Estados como Minas Gerais e Santa Catarina são dos que menos pagam e estão no topo da distribuição de qualidade.
Roraima paga muito e consegue pouco. O que parece importar mais é o ambiente da Escola. Quando a Escola tem uma atmosfera agradável, quando há bons fluidos, o salário aparece menos como problema citado pelos professores. Quando a Escola é psicologicamente insalubre, os professores reclamam dos salários. Ou seja, salário é apenas a ponta do iceberg.

O senhor é a favor do pagamento de bônus por desempenho, a chamada meritocracia? Isso não coloca muita responsabilidade sobre a qualidade do ensino nas costas dos professores e desobriga o Estado de oferecer condições adequadas?
Esse é um argumento tolo. A qualidade da Educação resulta de um conjunto grande de fatores. Não há nenhuma razão para acreditar que um governante vai enfrentar os vendavais políticos para criar bônus para desempenho e, de outro lado, abandonar as outras frentes de melhoria do ensino. Isso seria de uma burrice política incomum. É pagar o preço político de uma mudança mal recebida e não ganhar os dividendos, também políticos, de melhorar a qualidade.

A presidente Dilma lançou neste ano o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico) e disse que repetiria no ensino técnico a experiência bem-sucedida do ProUni. Como o senhor avalia esses dois programas?
O Prouni é demonstravelmente um grande sucesso – um dos maiores dos últimos anos na área da Educação. O Pronatec pode repetir a proeza, embora a proposta original tenha pequenos cacoetes que podem ser corrigidos
Fonte: Gazeta do Povo (PR)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Carências na educação

Longe de registrar um padrão de qualidade compatível com as necessidades do país, a Educação brasileira está mais distante ainda de garantir os recursos necessários para financiar esse objetivo. O ministro da Educação, Fernando Haddad, insiste no fato de que a elevação gradativa dos recursos para o ensino do equivalente a 5% para 7% do Produto Interno Bruto (PIB) é suficiente para custear as 20 metas do Plano Nacional de Educação, em exame pela Câmara.
Responsáveis pela Educação Infantil e pelo Ensino Fundamental, os municípios alegam não ter como cumprir as metas de sua competência com recursos próprios. Como não há previsão de dinheiro extra para esse objetivo no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, o risco é de que um avanço tão necessário fique no plano das intenções.
Enviado ao Congresso no final do ano passado, o PNE define uma série de objetivos a serem alcançados até 2020. Entre eles, incluem-se a universalização do ensino em diferentes níveis a partir de quatro anos de idade, a alfabetização de todas as crianças até os oitos anos de idade, a duplicação nas matrículas da Educação profissional técnica de nível médio e a valorização profissional dos educadores.
O que mais preocupa os prefeitos, como ressalta documento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), é que, apenas para o cumprimento de três metas de sua competência, haveria necessidade de R$ 17,6 bilhões por ano – montante que as prefeituras não dispõem hoje.
O país precisa dotar o ensino público de projetos viáveis, não apenas de propostas que acenam com mais possibilidades, como parece ser o caso do Plano Nacional de Educação. É inadmissível que tantas crianças mal assistidas sob o ponto de vista da aprendizagem continuem a pagar pela omissão de adultos aos quais foi confiada a missão de resolver os crônicos problemas nesta área.
Fonte: Zero Hora (RS) e Jornal de Santa Catarina (SC)

O próximo passo

Desde a Revolução de 1930, o Brasil trocou de ministro da Educação em média em intervalos inferiores a dois anos. Foram quase 50 ministros, sem contar os interinos. Houve, no entanto, duas notáveis exceções: Gustavo Capanema, de 1934 a 1945, e 60 anos depois, Paulo Renato Souza, ministro de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 a 2002.
Paulo Renato morreu no último sábado, no interior de São Paulo, depois de sofrer um infarto fulminante, aos 65 anos. Uma morte precoce de alguém que foi um ministro vitorioso de uma área em que o país vem pecando ano após ano e, com certeza, vai fazer muita falta ao Brasil
Cercado de técnicos de alto nível, como ele próprio, Paulo Renato mexeu nas estruturas da Educação brasileira ao criar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, o Fundef (hoje Fundeb), o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, e de tirar da gaveta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, além de ter conseguido universalizar o ensino fundamental.
Falta-nos o ministro que realmente suceda a Capanema e a Paulo Renato, que assuma o resgate da grande dívida que o país tem com os brasileiros. Dívida que é o maior empecilho ao nosso desenvolvimento.
Sem prioridade à Educação básica de qualidade, não haverá mão-de-obra qualificada e nem técnicos de nível superior capazes de gerir um país como o nosso.
É preciso enfrentar o forte corporativismo das universidades públicas (que, aliás, ficam com a maior parte dos recursos enquanto o ensino básico vive na penúria). Elas, hoje, são exclusividade da classe média, que tem acesso ao ensino médio privado e de uma meia dúzia de afrodescendentes que beneficiados pelo sistema de cotas.
Os pobres vão para as faculdades privadas não para as de qualidade, que são melhores que as públicas e caras, mas para aquelas sem compromissos com a qualidade do ensino, verdadeiras fábricas de diploma que só nisso parecem chinesas, produzindo canudos- quinquilharias.
Qualquer comparação internacional é constrangedora. De acordo com a pesquisa mais rigorosa a respeito, a edição de 2009 do Program for International Student Assessment (Pisa), o Brasil está pior não apenas que qualquer país desenvolvido no domínio de leitura, matemática e ciências.
É superado por países como Turquia, Uruguai, México e Colômbia. Além de formarmos menos profissionais da área técnica que o necessário, nossos formados não têm os conhecimentos específicos suficientes, em parte porque chegam às faculdades sem saber o que deveriam ter aprendido no ensino médio, como ocorre com os coreanos, para citar apenas um exemplo. É o suficiente para erguer uma barreira intransponível para o futuro.
Nossas universidades públicas devem priorizar os cursos de ciências exatas como matemática, física, química, medicina, engenharia, além de cursos em áreas tecnológicas em que avançamos muito, em particular a partir da gestão de Paulo Renato no MEC, mas em quantidade insuficiente.
Do contrário, logo estaremos importando produtos chineses que não serão vendidos por camelôs, mas por engenheiros e não será para construir um futuro para os brasileiros.
Fonte: Brasil Econômico (SP)

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Salve, salve, meus diqueiros antenados!
Pois bem: lá vão duas dicas, pq antecipo a de domingo.
As duas vêm de diqueiros antenados que coincidentemente são primos (eu acho!) e não sabem que estão na mesma lista. Ah, as maravilhas da tecnologia, né, gente?
A primeira é sugestão de ALGENIRO, ex-excelente-aluno que, embarcado, está atento às últimas notícias sobre as discussões tão polêmicas sobre homofobia e quer saber a origem da palavra. Eis a "consulta":

Olá ,
Aproveitando a onda...
Me diga, mestra. Homofobia não seria, horror ao homem ou a homem?Fobia, seria medo ou horror? Imagino que é derivação do latim. Pra caracterizar violência contra os homossexuais, não haveria uma palavra mais adequada? Uma boa dúvida pra dica, não?

É uma boa dica, sem dúvida: então, vamos a ela!

O termo é um neologismo criado pelo psicólogo George Weinberg, em 1971, numa obra impressa, combinando a palavra grega phobos ("fobia"), com o prefixo homo-, como remissão à palavra "homossexual". 
(homo= igual, fobia=do Grego φόβος "medo", "aversão irreprimível.
Phobos (grego) é medo em geral. Fobia é mais que medo: é um medo irracional (instintivo) de algo. Porém, "fobia" neste termo, é empregado, não só como medo geral (irracional ou não), mas também como aversão ou repulsa em geral, qualquer que seja o motivo.
Etimologicamente, o termo mais aceitável para a idéia expressa seria "Homofilofóbico", que é medo de quem gosta do igual.
 
A segunda vem de ERIVELTON, meu ex-aluno maravilhoso, Monitor de Latim e reponsável pelo blog Escola Pra quê, onde publica nossas dicas! Tb é ótima sugestão. A ela, pois!
 
Minha querida, profe!
Não sei se vc já abordou a respeito de dois termos muito pronunciados pelos repórteres e apresentadores da Rede Globo: "récorde" e "chegar em(na/no) (lugar)...". Caso eu não esteja "chovendo no molhado", gostaria de sua apreciação.
Bjins!
Eri
 
Adorei este "chover no molhado" e, mesmo que o tema já tenha sido objeto de nossas discussões, vale a pena retomar, não é?
A palavra RECORDE está aportuguesada e assim deve ser empregada, como paroxítona. Ocorre que durante 20 e alguns anos trabalhei com o pessoal de Jornalismo e a informação era a mesma:" professora, os editores não aceitam que falemos em Português. Querem a pronúncia em Inglês!" Vai entender! Os meninos sabiam que havia o registro indicado em Português, mas para atender a quem lhes pagava, contrariavam o idioma! Ó dó!
O mais triste nessa história provinciana, de se exigir a pronúncia proparoxítona, é que como o campista tem muita dificuldade para enunciar proparoxítonas, a palavra vira... "reco"!
Ex.:"Cê viu? O cara bateu o reco!"
ou
"Leva a mal, não. Bati o reco!"
 
Quanto a "chegar em(na/no) (lugar)...". é um caso difícil de resolver na prática, porque envolve regência, né, Eri? E aí, mesmo quem tem escolaridade, mas não se preocupa com a fala acaba escorregando no uso da preposição. O correto é chegar a casa, ao trabalho, à terceira margem do rio (rssss), à beira da praia, ao Paraíso (ou "a dois passos dele..."). Talvez o falante faça analogia com ESTOU EM CASA, não sei!
Enquanto for um fenômeno de fala apenas, é tranquilo. Se "contaminar" a escrita... ficaremos "ricos" ( !!!!!!!!!!) com as revisões em trabalhos e teses, né? Até parece...
Abçs, até quarta,
Edinalda

Para despertar o povo!

Outdoors colocados nas ruas de Jaraguá do Sul (SC).
Exemplos como esses deveriam ser copiados.



Colaboração: Regina Siqueira 

Os excluídos do pleno emprego

A prosperidade econômica brasileira não está sendo desfrutada por um número expressivo de trabalhadores. O crescimento que levou ao pleno emprego enfrenta, nos últimos anos, o dilema explicitado pela baixa escolaridade ou pela formação técnica deficiente dos que não conseguem preencher requisitos mínimos na disputa por uma vaga.
É lamentável que num ciclo de desenvolvimento seguro, que sobrevive inclusive aos desequilíbrios da economia mundial, a baixa escolaridade retire de muitos cidadãos a possibilidade de participar da partilha desses benefícios.
Por estimativas do IBGE, baseadas na Pesquisa Mensal de Emprego do mês de maio, a maioria dos 1,5 milhão de desempregados nas maiores regiões metropolitanas não consegue ocupação porque não concluiu o Ensino Médio. As oportunidades existem.
Tanto que, a partir de 2003 e até o mês passado, o país viu a população ocupada crescer 21,9%. Um dado demonstra como o crescimento, acompanhado da modernização da economia em todas as áreas, fez com que as empresas passassem a ser naturalmente mais exigentes. O contingente de trabalhadores com quatro a sete anos de estudo formal caiu, no mesmo período, 12,4%.
A tradução deste dado é óbvia: são cada vez mais reduzidas as chances de trabalho para quem estuda pouco. O que se revela com essa constatação é o descaso acumulado sucessivamente, por parte do setor público, com a Educação básica e a formação técnica.
Profissionais que antes eram absorvidos pelo mercado, para atividades que não exigiam muitos anos de escolaridade, agora são barrados quando disputam vagas de motorista, mecânico, vendedor ou outras funções cuja habilitação evoluiu com as novas tecnologias.
O que o Brasil assiste é ao agravamento de uma situação que o dinamismo econômico apenas acentua. Não há mais como adiar investimentos em Educação, sem a qual inexiste a possibilidade de ascensão, não só profissional, mas também social.
Mesmo que as políticas de Educação para o ensino básico sejam de atribuição de municípios e Estados, o governo federal precisa participar desse esforço, para que a formação inicial também seja beneficiada pelas melhorias notadas nas universidades e o país não desperdice oportunidades e talentos.
Fonte: Zero Hora (RS) e Jornal de Santa Catarina (SC)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Conheça 12 filmes em que a educação é protagonista

O professor não é um grande ator apenas na sala de aula: em filmes e documentários, a profissão assume papel de destaque. O site “Todos Pela Educação” selecionou 12 obras que contam histórias de docentes dedicados, discutem a importância do magistério e falam do complexo processo do ensino-aprendizagem.
Confira os filmes abaixo e, se você conhecer outros bons exemplos da Educação no cinema, deixe seu comentário aqui.

1-   As melhores coisas do mundo
         Um adolescente de 15 anos, cujo apelido é "Mano", precisa aprender a lidar com o bullying e com as reações de colegas, no momento em que seus pais estão se separando. O local principal da trama é a escola, palco para debates sobre a iniciação sexual, o amor entre aluna e professor, a democracia no ambiente do ensino, entre outros. A obra pretende retratar os dilemas dos jovens na perspectiva deles.
Ficha técnica
Direção: Laís Bodanzky
Duração: 107 min
Ano: 2010
País: Brasil

2- Entre os Muros da Escola
Baseado em livro homônimo, o filme mostra as experiências do professor de literatura François Marin em uma escola de Ensino Médio, localizada na periferia de Paris. O docente tenta estimular os estudantes, mesmo tendo que lidar com o descaso dos alunos. A obra foi indicada ao Oscar 2009 de Melhor Filme Estrangeiro e ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2008.
Ficha técnica
Direção: Laurent Cantet
Duração: 128 min
Ano: 2007
País: França

3- Escritores da Liberdade
Uma professora tenta combater um sistema deficiente e fazer com que a sala de aula faça a diferença na vida de seus alunos, criados em meio à violência e à agressividade. Por meio de diários, os adolescentes escrevem suas histórias e têm a chance de ter uma voz própria. O longa foi inspirado em eventos reais, relatados pela professora Erin Gruwell e seus alunos no livro "O Diário dos Escritores da Liberdade".
Ficha técnica
Direção: Richard LaGravenese
Duração: 123 min
Ano: 2007
País: Estados Unidos

4-   Pro Dia Nascer Feliz
O documentário mostra as situações que o adolescente brasileiro enfrenta nas escolas, envolvendo casos de preconceito, violência e também de esperança. São apresentados jovens de três estados do País, de classes sociais diferentes, que falam de suas vidas na escola e contam seus projetos, sonhos e inquietações.
Ficha técnica
Direção: João Jardim
Duração: 88 min
Ano: 2006
País: Brasil

5- O Sorriso de Mona Lisa
O filme conta a história de uma recém-graduada professora, interpretada por Julia Roberts, que consegue emprego em um tradicional colégio feminino para lecionar história da arte. Incomodada com o conservadorismo do colégio, que educa as melhores e mais brilhantes jovens mulheres do Estados Unidos para serem esposas cultas e respeitáveis mães, ela decide lutar contra as normas e inspirar suas alunas a enfrentarem os desafios da vida. 
Ficha técnica
Direção: Mike Newell
Duração: 117 min
Ano: 2003
País: Estados Unidos

6- O Clube do Imperador
William Hundert é professor de uma escola preparatória para rapazes que recebe como alunos a nata da sociedade americana. Lá, Hundert dá lições de moral, por meio do estudo de filósofos gregos e romanos. Com a chegada do rebelde filho de um senador, que questiona a importância das aulas de Hundert, o professor vê sua rotina perturbada. Apesar da rebeldia, o docente tenta aprender a lidar com o estudante.
Ficha técnica
Direção: Michael Hoffman
Duração: 109 min
Ano: 2002
País: Estados Unidos

7- Nenhum a Menos
Quando o professor da escola primária de um pequeno vilarejo tem que se ausentar durante um mês, a única opção para substituí-lo é uma menina de 13 anos. Antes de partir, ele recomenda à garota que não deixe nenhum aluno abandonar a escola durante sua ausência. Pouco mais velha do que seus alunos, ela sente dificuldades para dar aula e manter os estudantes na escola. Um deles foge em busca de trabalho para ajudar no sustento da família, e a jovem professora decide ir atrás para trazê-lo de volta.
Ficha técnica
Direção: Yimou Zhang
Duração: 106 min
Ano: 1999
País: China

8- Mr. Holland: Adorável Professor
Para ter mais dinheiro e poder se dedicar a compor uma sinfonia, um músico decide começar a dar aulas. Ele é obrigado a encarar o desinteresse dos alunos pela música, e as coisas se complicam quando sua esposa dá à luz uma criança surda. Para conseguir pagar os estudos e o tratamento médico do filho, o professor se envolve cada vez mais com a escola e acaba deixando de lado seu sonho de se tornar um grande compositor.
Ficha técnica
Direção: Stephen Herek
Duração: 140 min
Ano: 1995
País: Estados Unidos

9- Madadayo
Trata-se da história de um professor universitário que se aposenta depois de 30 anos lecionando. Tendo conquistado o respeito e a admiração de seus alunos com seu humor e carisma, ele recebe uma homenagem todos os anos. Sempre na data de aniversário do professor, os ex-alunos se reúnem e perguntam ao mestre "Mada kai?" ("Pronto?"), ao que ele responde com "Madadayo!" ("Ainda não!"), demonstrando o desejo de que o mestre seja eterno.
Ficha técnica
Direção: Akira Kurosawa
Duração: 134 min
Ano: 1993
País: Japão

10- Meu Mestre, Minha Vida
         O professor Joe Clark é convidado a assumir o cargo de diretor em uma escola de Nova Jersey, marcada por casos de disputas entre gangues e tráfico de drogas. Autoritário, o docente decide fazer uma verdadeira revolução no colégio, que é considerado um “caldeirão de violência”. Com seu método nada ortodoxo, ganha alguns admiradores, mas também muitos inimigos.
Ficha técnica
Direção: John G. Avildsen
Duração: 104 min
Ano: 1989
País: Estados Unidos

11- A Sociedade dos Poetas Mortos
         Em 1959, o novo professor de literatura de uma escola preparatória tradicional (interpretado por Robin Williams) entra em choque com a rígida direção do colégio por causa de seus métodos pouco comuns, que estimulam os alunos a pensarem por si mesmos e a perseguirem suas paixões individuais. O filme foi vencedor do prêmio de Melhor Roteiro Original no Oscar 1990.
Ficha técnica
Direção: Peter Weir
Duração: 128 min
Ano: 1989
País: Estados Unidos

12- Ao Mestre com Carinho
Mark Thackeray é um engenheiro desempregado que decide dar aulas no bairro operário de East End, em Londres. O novo professor tem que enfrentar uma turma cheia de alunos desinteressados e indisciplinados, que fazem de tudo para que ele desista de sua missão de ensinar. Mesmo assim, o professor consegue resultados importantes. Ao receber um convite para voltar para a engenharia, Mark tem de decidir se continua ou não no magistério.
Ficha técnica
Direção: James Clavell
Duração: 105 min
Ano: 1967
País: Inglaterra

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Investimento em educação hoje gera salário maior no futuro

Investir em você mesmo, na sua formação acadêmica, no seu conhecimento, é um investimento de longo prazo que pode gerar muitos benefícios quando realizado de forma bem planejada. Esse investimento não requer somente uma determinada quantia em dinheiro, mas, também, tempo e muita dedicação de sua parte.
Um bom curso de pós-graduação não é barato e não é pequeno o esforço e a dedicação que requer. Sendo assim, dedique um bom tempo para analisar todas as alternativas e conduzir sua escolha de forma a justificar o investimento que será feito.
Existem duas modalidades de cursos de pós-graduação disponíveis: os cursos classificados como "lato sensu" (em sentido amplo) e como "strito sensu" (em sentido restrito). Os "lato sensu" são indicados para aqueles que buscam desenvolvimento profissional e querem investir em sua carreira.

PÓS-GRADUAÇÃO
O mercado educacional oferece basicamente dois tipos de curso:
1) Cursos de especialização, normalmente com carga horária de 360 horas;
2) MBA (Master in Business Administration), com carga horária tradicional de 450 horas. Embora não seja regra, outra diferença entre os dois tipos de curso se refere ao nível de senioridade e experiência profissional do público.

Os "strito sensu" de pós-graduação contemplam três tipos distintos de curso, indicados para objetivos também distintos:
1) Mestrado acadêmico: indicado para pessoas que buscam uma carreira acadêmica, que pretendem lecionar, ou, ainda, que desejam trabalhar com pesquisas;
2) Mestrado profissionalizante: indicado para executivos que buscam fortalecer e aprimorar seus conhecimentos visando retorno na carreira profissional;
3) Doutorado: para aqueles que buscam formação acadêmica de distinção. Como o investimento em dinheiro não é pequeno, pesquisamos alternativas de bolsas de estudo para que você consiga cursar a pós-graduação gratuitamente. 

CAPES
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é um braço governamental da pós-graduação gratuita exclusivamente "stricto sensu".
Pela Capes, você pode conseguir bolsas de estudo para desenvolver pesquisas e fazer mestrado e doutorado.
Mais informações em http://www.capes.gov.br/.

CNPq
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é um órgão do governo que visa o desenvolvimento do conhecimento científico.
Consulte http://www.cnpq.br/ para conhecer os valores das bolsas e, nesse caso, uma taxa mensal adicional para aquisição de livros e participação em congressos.

FAPESP
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) oferece bolsas no Estado e no exterior.
No Estado, as modalidades oferecidas são: treinamento técnico, iniciação científica, mestrado, doutorado, doutorado direto e pós-doutorado.
Consulte http://www.fapesp.br.

FINEP
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) fomenta o desenvolvimento tecnológico, científico e empresarial e realiza o financiamento tanto para instituições como para estudantes em diversas modalidades. Saiba mais em http://www.finep.gov.br/.

BANCOS
Vários bancos oferecem programas de financiamento estudantil. Eles pagam parte ou toda a pós-graduação e você devolve o dinheiro com juros quando, depois de formado, já estiver exercendo a profissão.
A relação de entidades que concedem bolsas de estudo ou financiam cursos de pós-graduação não se restringe às listadas. Analise também a possibilidade de que o custeio de sua pós-graduação seja patrocinado pela família ou pela empresa onde você trabalha atualmente.

COM PÓS, RENDA SOBE
Para calcular o retorno sobre o capital investido, vamos dar uma olhada em dados obtidos com a assessoria de comunicação social do Ipea sobre a remuneração média das pessoas economicamente ativas no país, com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
Em 2005, quem tinha superior completo recebia R$ 2.267,61 por mês. Em maio deste ano, esse valor foi de R$ 2.964,56 (corrigido pelo IPCA, índice oficial de inflação no país).
Nos mesmos períodos, quem tinha pós-graduação completa tinha remuneração de R$ 4.108,65 e R$ 5.371,45, respectivamente.
Os dados mostram que os profissionais com pós-graduação completa ganham cerca de 80% a mais do que seus colegas com superior completo. 
Com base nesses dados, e sem considerar os aspectos de valor do dinheiro ao longo do tempo, o retorno do investimento de aproximadamente R$ 20 mil, feito em um bom curso de pós-graduação, seria recuperado em pouco mais de oito meses.
E não se preocupe com os riscos desse investimento. As lições aprendidas são suas, para sempre.
Fonte: Folha de São Paulo (SP)