sábado, 30 de abril de 2011

Educação de qualidade... onde????

Sou professora do Estado do Rio de Janeiro, e, sinceramente, apesar dos muitos anos de profissão, há coisas impossíveis de entender.
Hoje apliquei prova em duas turmas, com matéria dada, revisada, atividades feitas, e trabalho realizado na sala de informática. A maioria dos alunos entregou as provas em branco, com a seguinte justificativa: "Ai, professora, ano que vem, na dependência, é só fazer trabalhinho que a gente passa". Mentira? Não, pura verdade.
Acontece que esta praga chamada "dependência" permite ao aluno ser reprovado e até duas matérias, sem ser retido na série em que está. O problema é que já não há professores em número suficiente para as aulas regulares, quanto mais para aulas de dependência. E aí vem o famoso "jeitinho brasileiro". O que o professor mais ouve da coordenação pedagógica é que tem que dar um trabalhinho para ajudar.
Resultados: no final do ano há a "prova Brasil", e a exigência é que os alunos tenham um bom desempenho. Como? Além disso, no ano seguinte há alunos que simplesmente abandonam a dependência na imatura ilusão de que alguém vai acabar esquecendo daquilo. Pois bem, se ele é reprovado em matérias na série atual, acabará ficando retido, pois ele não pode ser reprovado em mais de duas matérias.
Além do mais, na avaliação das escolas pelo Estado, há coisas realmente inacreditáveis, como o fato de, se alguma aluna engravidar, a escola perde pontos. Sinceramente, NUNHUMA ESCOLA SUBSTITUI A FAMÍLIA, e com o atual nível de abandono moral dos filhos por boa parte dos pais, jogar esta responsabilidade em cima dos profissionais da educação é brincadeira!
Ah, e uma observação final, mas nem por isso menos importante: os professores são a única categoria profissional do Brasil que não recebe abonos (não aumentos) salariais via negociação sindical, mas na base da chantagem :"se não fizer isto, não ganha aquilo".
Profa. Silvia Costa (transcrito do Blog Refletiação)

Resposta à Professora Silvia Costa


Oi, Silvia! Este é um dos muitos jeitinhos dados nas escolas públicas: o-faz-de-conta! A cada dia fica mais evidente para nós que uma gestão escolar de qualidade seja a solução e quando tivermos pessoas competentes à frente da Educação Pública, aí sim, possamos ver os resultados que esperamos.
Qualquer empreendimento mal administrado está fadado à falência e a escola pública não foge à estatística.
Olho para os meus alunos e me dá uma angústia muito grande, por muitas coisas de que são privados. Por mais qualidade que possamos imprimir às nossas aulas, o resultado se torna insignificante dentro de um todo. Os desafios são muitos: Gente sem nenhum preparo ou sensibilidade educacional à frente de escolas e secretarias; Famílias distantes das escolas; Alunos desinteressados, desmotivados e alienados; Professores estressados, doentes e despreparados; Coordenadores que nada coordenam; Escolas sem infra-estrutura; Falta de política pedagógica... E o mais interessante é que ainda conseguimos vislumbrar raríssimas exceções dentro de tanta mediocridade!
Aí chegamos a uma triste conclusão: o que dizermos para os nossos alunos (àqueles que ainda conseguem enxergar um futuro promissor)?
  1. Que eles não se encontram em pé de igualdade com os alunos de “boas” escolas particulares?
  2. Que eles provavelmente ficarão com o resto ou subempregos dentro do mercado de trabalho?
  3. Que o sistema quer que eles concluam o ensino médio e continuem desempregados e deixem para os que têm recursos financeiros ingressar no ensino superior e ficarem com os melhores empregos?
  4. Que a educação pública básica é para os pobres e a universidade pública para os ricos?
Muitos poderão achar que estou exagerando, lamuriando ou sendo demasiadamente pessimista! Talvez tenham suas razões por não vivenciarem a realidade com todas as suas cores, ou por não olharem para frente, para o alto e para fora!
Lembrando Drummond que diz: “Olha quanto desafio... quanta coisa nova nesse mundão de Deus nos esperando”, eu conclamo aqueles que querem fazer uma Educação Pública de qualidade a “gritarem” para que possamos sair desta inércia em que nos encontramos. Enquanto é tempo!
Prof. Erivelton R. Almeida

Seminário: Inclusão Escolar: O Direito na Prática


(evento gratuito no Fórum de Campos dos Goytacazes-RJ)
Data: 16 de maio de 2011
Horário: 13 às 17h30min
Local: Fórum Maria Tereza Gusmão Andrade, Av. XV de Novembro, 289, 4° andar - Salão do Júri, Centro, Campos dos Goytacazes - RJ.

1º Momento
Abertura: Dr. Paulo Assed Estefan, Juiz Diretor do Fórum de Campos.

2º Momento: Mesa - Inclusão Escolar: Políticas e Garantias
Dr. Joiran Medeiros da Silva - Coordenador Geral de Avaliação e Apoio a Programas e Projetos em Educação Especial do Ministério da Educação (MEC); Dr. Heitor Carvalho Campinho - Juiz Titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso e Juiz Dirigente do 6° NUR; Dr. Márcio Pacheco - Deputado Estadual, Presidente da Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência - ALERJ. Coordenador da mesa: Dr. Décio Nascimento Guimarães - Técnico de Atividade Judiciária (TJ/RJ), Pedagogo, Orientador Educacional, Pesquisador em Educação Inclusiva.

3º Momento: Mesa - Inclusão Escolar: Estratégias e Possibilidades
* Superdotados:
Dra. Cristina M. C. Delou - Presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação, Psicóloga, Doutora em Educação, Profª Associada da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF)
* Deficiências:
Dr. Décio Nascimento Guimarães - Técnico de Atividade Judiciária (TJ/RJ), Pedagogo, Orientador Educacional, Pesquisador em Educação Inclusiva
* Transtornos Neurocomportamentais:
Dr. Irineu Dias da Silva, Médico, Especialista em Saúde Mental da Infância e Adolescência. Coordenadora da mesa: Drª Giséle Pessin - Psicóloga Escolar da Prefeitura Municipal de São João da Barra.

4º Momento: Inclusão na Prática: Experiências
Dra. Vanessa Andrade - Psicóloga, Consultora em Acessibilidade, Coordenadora de Acessibilidade da UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina) Virtual.

Inscrições: www.culturaesaber.com
Informações: (22) 2737-9600 / decion@tjrj.jus.br
Realização: Direção do Fórum de Campos dos Goytacazes e Instituto Cultura e Saber
Apoio: Instituto Palmares e ABATERJ

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quem quer ser professor? Pesquisa revela profissão em baixa

Anda circulando por aí a notícia de que 2% dos jovens querem ser professor (a maioria quer fazer direito, engenharia e medicina). O dado vem de uma pesquisa da Fundação Carlos Chagas, foi divulgado pelo Gilberto Dimenstein e está por toda a rede. As "notícias-espetáculo" se espalham rapidamente, mas pouca gente dá atenção às letras miúdas. Resolvi dar uma olhada na pesquisa propriamente dita e vi muita coisa interessante/alarmante.
De fato, o estudo mostra que a profissão de professor está em baixa no imaginário dos jovens, mas seria bom fazer uma ressalva sobre o número. Esses 2% referem-se aos alunos que querem fazer pedagogia ou alguma licenciatura. Eu, por exemplo, que sou professor há dez anos, não teria feito esta opção no ensino médio. O número aumenta para 11% quando inclui as opções por carreiras acadêmicas, ligadas à docência (matemática, história, etc...).

Desses 2% que querem ser professor, 77% são mulheres. E 87% são de escolas públicas, o que está ligado a outra tendência identificada no estudo: "quanto maior o nível de instrução dos pais, menor a intenção de ser professor". Na escola pública, diz a pesquisa, a maioria dos pais não tem curso superior, ao contrário das particulares. Estes dados confirmam a tese do "apartheid educacional" no Brasil, que alimenta e mantém a desigualdade de oportunidades entre pobres e ricos.
A pesquisa, que a Fundação Victor Civita encomendou à Fundação Carlos Chagas, ouviu 1501 jovens de escolas públicas e privadas.
O estudo diz que 32% deles pensaram em ser professor. Dimenstein destacou os motivos pelos quais esses alunos desistiram da carreira docente: "1) falta de valorização social; 2) salários baixos; e 3) rotina desgastante". O estudo diz, além disto, que os alunos consideram a profissão árdua porque "apesar de transformadora e respeitável, exige uma forma de dedicação e um saber-fazer que ocupam completamente aquele que a ela se dedica, de modo a exigir demais e retribuir de menos."
Rodrigo Travitzki, Rizomas

Municípios terão de contratar pelo menos 180 mil professores

Os municípios brasileiros esperam contar com a ajuda do governo federal para conseguir cumprir o artigo 2.º da Lei do Piso Salarial, que destina um terço da carga horária dos professores a atividades extra-classe.
Segundo a As­­so­­ciação Nacional dos Munícipios (ANM), a adequação à lei causará um impacto direto de R$ 3,1 bi­­lhões, a serem usados na contratação de, no mínimo, 180 mil novos docentes. Para a ANM, esse investimento será possível apenas se o Ministério da Educação (MEC) liberar recursos para complementar os orçamentos municipais.
A lei define que a União usará recursos do Fundo Nacional do De­­senvolvimento da EducaçãoBásica (Fundeb) para auxiliar os municípios cuja receita é insuficiente para garantir os investimentos. Mas a ANM reclama que esses re­­cursos são de difícil liberação, pois o MEC ainda não teria regulamentado a lei, criando as regras para que as prefeituras solicitem a complementação. “Os recursos não são para todos os que precisam.
“Ape­nas nove estados [Ala­goas, Ama­zonas, Bahia, Ceará, Ma­­ranhão, Pará, Paraíba, Pernam­buco e Pi­­auí], que representam 1.756 municípios, têm direito à complementação ao Fundeb e ao piso, os outros estão excluídos”, critica Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.
A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação no Paraná (Undime-PR), Cláudia Maria da Cruz, também avalia que os gestores municipais terão dificuldade em ajustar o orçamento. “Vai ser preciso au­­mentar em 30% o quadro de professores”, diz. Ela defende a concessão de um prazo para adaptação.
“As prefeituras precisarão mudar ou criar planos de carreira para os docentes. Não temos um retrato hoje, no Paraná, sobre quanto tempo seria necessário para implantar isso. Muitas prefeituras sequer pagam o piso, e com certeza vão precisar de apoio do governo federal.” Segundo Cláu­­dia, hoje a maioria dos municípios do Paraná não oferece hora-atividade.
O MEC afirma que as regras para a complementação existem, porém ne­­nhum município foi contemplado, e ressalta que as re­­gras foram mudadas para agilizar a liberação dos recursos, que em 2011 somam R$ 867 milhões. Pro­cu­­­­rada pela Gazeta do Povo, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná informou que aguarda a publicação da decisão para avaliar a extensão dos efeitos da lei.
A exigência de que os professores tenham 33% da jornada de trabalho destinada à hora-atividade está em uma lei sancionada em 2008. No mesmo ano, cinco estados (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Ceará) protocolaram uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.
A alegação é de que faltava previsão orçamentária. Na quarta-feira, o STF julgou a ação improcedente. A lei continua em vigor, mas pode voltar a ser discutida caso haja um novo pedido de recurso
Fonte: Gazeta do Povo-PR

quarta-feira, 27 de abril de 2011

STF define que um terço da jornada dos docentes seja fora da aula

No início do mês, o Supremo se posicionou a favor do piso salarial da categoria, que deve ser calculado sem contar benefícios, como bônus e gratificação. Na ocasião, os ministros não formaram consenso sobre a questão da carga horária e decidiram esperar o presidente Corte Cezar Peluso.
Nesta quarta, o plenário retomou o julgamento da carga horária do magistério e o ministro Peluso considerou inconstitucional a definição da jornada de trabalho, empatando o placar em 5 votos contra a carga horária e 5 a favor. O ministro José Antonio Dias Toffoli se absteve da votação. Seguindo o voto do ministro relator, Joaquim Barbosa, o plenário decidiu manter o artigo da lei que separa um terço das 40 horas semanais de trabalho para realização de atividades fora da sala de aula, e a Lei do Piso passa a valer na íntegra sem nenhuma alteração.
No entanto, como a decisão sobre o horário de trabalho não alcançou o quórum de seis votos, não se aplicam os efeitos vinculantes em relação a esse artigo da legislação, o que significa que a decisão poderá ser questionada novamente, e outros tribunais poderão julgar de outras formas. O debate, inclusive, pode voltar novamente para o STF.
Os cinco estados que questionaram a constitucionalidade da lei 11.738/2008 alegam que ela fere o princípio de autonomia das unidades da federação prevista na Constituição. Também argumentam que a lei não leva em consideração o orçamento e a quantidade de trabalhadores de cada unidade da federação. São Paulo tem hoje metade deste tempo para atividades extraclasse.

Entenda a controvérsia
Em 2008, o Congresso aprovou lei que define um piso nacional para os professores e reservava um terço da carga horária de 40 horas para atividades extracurriculares.
No mesmo ano, governadores de Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul entraram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4167 questionando a validade da lei aprovada no Congresso.
Uma decisão liminar concedida aos cinco Estados pelo Supremo invalidou o dispositivo que reservava tempo para atividades fora da sala de aula e considerou que o valor pago como piso poderia incluir vantagens, além do salário.
Neste ano, o novo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou não ter mais interesse na ADI. Porém, a Justiça impede que um reclamante se desligue oficialmente do processo em andamento.
Em julgamento no início do mês, o STF manteve o pagamento do piso sem considerar benefícios, conforme previsto na lei. Hoje, ele voltou a se posicionar em favor da lei e a fixação da carga horária de 40 horas com reserva de tempo para atividades extra classe.
Fonte: IG Educação 

Novo e revolucionário conceito de tecnologia de informação

Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um revolucionário conceito de tecnologia de informação, chamado de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas - L.I.V.R.O.
L.I.V.R.O. representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo!
Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e capazes de conter milhares de informações. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantêm automaticamente em sua seqüência correta.
Através do uso intensivo do recurso T.P.A.- Tecnologia do Papel Opaco - permite-se que os fabricantes usem as duas faces da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os seus custos pela metade!
Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade. É que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações, basta se usar mais páginas. Isso, porém, os torna mais grossos e mais difíceis de serem transportados, atraindo críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.
Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. Lembramos que quanto maior e mais complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.
Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima página. O L.I.V.R.O. pode ser rapidamente retomado a qualquer momento, bastando abri-lo. Ele nunca apresenta "ERRO GERAL DE PROTEÇÃO", nem precisa ser reinicializado, embora se torne inutilizável caso caia no mar, por exemplo.
O comando "browser" permite fazer o acesso a qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda já vem com o equipamento "índice" instalado, o qual indica a localização exata de grupos de dados selecionados.
Um acessório opcional, o marca-páginas, permite que você faça um acesso ao L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na última utilização mesmo que ele esteja fechado. A compatibilidade dos marcadores de página é total, permitindo que funcionem em qualquer modelo ou marca de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração.
Além disso, qualquer L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de página, caso seu usuário deseje manter selecionados vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas.
Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O. através de anotações em suas margens. Para isso, deve-se utilizar um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada - L.A.P.I.S. Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. vem sendo apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares de programadores desse sistema já disponibilizaram vários títulos e upgrades utilizando a plataforma L.I.V.R.O., a última palavra em tecnologia. (autor desconhecido)
Colaboração: Profa. Beth Tavares

Mostrando a língua - 06

Salve, Magistra!
Aí vai uma dúvida: O correto é "desencargo de consciência" ou "descargo de consciência"? Podemos ter uma palavra formada por dois prefixos +(des e en) que são opostos? des+en+cargo
Abrç!
Eri

Salve, salve, meu excelente Monitor e queridos diqueiros!

No capítulo XLVI de Dom Casmurro, Machado de Assis escreveu: “Podia ser um simples descargo de consciência (...)”. Talvez isso tenha levado alguns a condenar a expressão “por desencargo de consciência”, insistindo na diferença entre “cargo” e “encargo”. Mas Caldas Aulete, embora cite a expressão “por descargo de consciência”, com o sentido de “para que não fiquem remorsos”, assinala que desencargo é o mesmo que descargo, e cita trecho do escritor Franklin Távora (1842-1888) em que aparece a expressão “só por desencargo da consciência” (O Cabeleira, c. 15, publicado em 1876).
Têm, pois, razão os conhecidos dicionários do Aurélio, do Houaiss e o Michaëlis ao darem como sinônimas as palavras descargo e desencargo, na acepção de alívio, sendo plenamente aceitáveis as duas formas: por descargo de consciência e por desencargo de consciência.
 
Masssssssssssssssss, o professor Sérgio Nogueira tem posição contrária a esse entendimento e afirma que as expressões são diferentes. Vejam:
 
Desencargo significa desobrigação de um encargo, de um trabalho, de uma responsabilidade.
Descargo significa alívio.
 
Ex.: Filho que se forma é mais um desencargo de família para os pais.
       Devolvi o dinheiro por descargo de consciência.
 
Temos, assim, dois pontos de vista razoáveis, não é? O endosso dos quatro dicionaristas e filólogos (Aurélio, Houaiss, Michaëlis e Aulete) garante o uso equivalente. Resta-nos, de posse dessa informação, optar por um dos registros, ok?
Abçs da Edinalda

terça-feira, 26 de abril de 2011

Frequência mínima de 80% para alunos da educação básica

  

Com 12 itens na pauta de votações, os senadores da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) devem votar na reunião desta terça-feira (26), às 11h, o substitutivo ao projeto de lei do Senado (PLS 385/07) que estabelece frequência mínima de 80% para que os estudantes da educação básica sejam aprovados. A matéria será votada em decisão terminativa e, caso aprovada, será apreciada em turno suplementar na reunião seguinte do colegiado.
Atualmente, a frequência mínima à escola exigida para que o aluno obtenha aprovação no ensino básico (fundamental e médio) é de 75%. O projeto inicial, de autoria do então senador Wilson Matos, sugeria o aumento da frequência mínima para 90%. Em sua justificação, Wilson Matos apontou a má performance escolar dos estudantes brasileiros em testes periódicos de âmbito nacional e internacional para defender sua proposta.
Mas para o autor do substitutivo, o relator Inácio Arruda (PCdoB-CE), a exigência de 90% de frequência "parece excessiva". Para ele, tanto os pais quanto os estudantes necessitam "de alguma margem de manobra para eventuais faltas que se mostrem necessárias, seja por doença ou eventuais contratempos".
Além disso, sublinha Inácio Arruda, o estudante trabalhador encontraria "entrave intransponível à sua formação pessoal" se o aumento da frequência mínima fosse tão drástico.
Textualmente, o substitutivo ao PLS 385/07 altera o artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) para exigir "frequência mínima de oitenta por cento do total de horas letivas para aprovação".
Outros quatro projetos também podem ser apreciados em decisão terminativa na reunião da CE, entre eles o PLC 146/10, que declara o ex-presidente Nilo Peçanha como Patrono da Educação Profissional e Tecnológica.
Em seu voto favorável à aprovação do projeto, o relator Paulo Paim (PT-RS) recorda a criação, em 1909, pelo então presidente Nilo Peçanha, de 19 escolas de aprendizes e artífices, ato considerado pelo senador como "um marco na construção de um sistema educacional direcionado para a formação técnica e profissional". As escolas criadas por Peçanha, ressalta Paim, tornaram-se escolas técnicas federais.
Constam ainda da pauta da comissão requerimentos solicitando a realização de audiências públicas sobre temas como bullying, inovações tecnológicas na educação brasileira e ensino técnico profissionalizante. Também na pauta, requerimento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) que pede a criação, no âmbito da CE, da Subcomissão Temporária de Enfrentamento à Violência no Ambiente Escolar
Fonte: Agência Senado

Comissão do plano nacional de educação define roteiro de trabalho

  
A comissão especial criada para analisar o Plano Nacional de Educação (PL 8035/10, do Executivo) se reúne hoje para definir seu roteiro de trabalho. Instalada no último dia 13, a comissão analisa a proposta de política educacional do governo para o decênio 2011-2020.
O projeto prevê que 7% do Produto Interno Bruto (PIB) deverão ser investidos em educação ao longo desse período. Esse mesmo percentual já estava previsto no PNE anterior (2001-2010), mas entidades que atuam na área afirmam que a meta não foi cumprida.
Pelos cálculos do Ministério da Educação, a implantação do novo plano custará R$ 80 bilhões. A edição de um novo Plano Nacional de Educação a cada década está prevista na Constituição.
A reunião da comissão, cujo presidente e relator são, respectivamente, os deputados Gastão Vieira (PMDB-MA) e Angelo Vanhoni (PT-PR), se reúne às 14h30, no plenário 10.

Fonte: Câmara Federal

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Promotores querem tornar bullying crime

Promotores da Infância e Juventude de São Paulo querem que o bullying seja considerado crime. Um anteprojeto de lei elaborado pelo grupo prevê pena mínima de 1 a 4 anos de reclusão, além do pagamento de multa. Se a prática for violenta, reiterada e cometida por adolescente, em caso de condenação, o autor poderá ser acolhido pela Fundação Casa.
Pela proposta, pode ser penalizado quem expuser alguém de forma voluntária e mais de uma vez a constrangimento público, escárnio ou degradação física ou moral, sem motivação evidente e estabelecendo com isso uma relação desigual de poder.
Se o crime for cometido por mais de uma pessoa, por meio eletrônico ou por qualquer mídia (cyberbullying), a pena será aumentada de um terço até a metade. E, se cometido contra menor de 14 anos ou pessoa com deficiência mental, a pena aumenta ainda mais um terço.
Quando resultar em lesão grave, a pena será de reclusão de 5 a 10 anos. Se ocasionar a morte da vítima, a reclusão será de 12 a 30 anos, além de multa - a mesma prevista para homicídios.
O anteprojeto prevê ainda que, se a prática resultar em sequela psicológica à vítima (provada por meio de laudos médicos e psiquiátricos), a pena de reclusão será de 2 a 6 anos e multa. No entanto, como o bullying na maioria dos casos é praticado por crianças e adolescentes, os promotores vão precisar adaptar a tipificação penal dessas práticas à aplicação de medidas socioeducativas.
O anteprojeto será submetido no próximo dia 6 de maio a aprovação na Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público e, depois, encaminhado ao procurador-geral, Fernando Grella, que deve enviar o texto a um deputado federal.
Fonte: Agência Estado

domingo, 24 de abril de 2011

Seja um idiota

Apesar de ser um texto escrito há muito tempo pelo Arnaldo Jabor, mas é sempre bom recordar, para que possamos viver com mais alegria. Tenham todos uma boa semana! 

SEJA UM IDIOTA
Arnaldo Jabor
       A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?
Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!
Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse.
Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice.
Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?
hahahahahahahahaha!...
Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?
Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.
Dura, densa, e bem ruim.
Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!
Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.
Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.
Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.
Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios".
"Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche".

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Professor poderá ter prioridade para receber restituição do IR

O contribuinte que tenha no magistério sua maior fonte de rendimentos poderá receber a restituição do Imposto de Renda logo após os idosos e antes dos demais cidadãos.
O benefício aos professores consta de projeto aprovado nesta terça-feira (19), em decisão terminativa, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Se não houver recurso para apreciação no Plenário, o texto seguirá para a Câmara.
Atualmente, o Estatuto do Idoso assegura ao contribuinte com mais de 60 anos prioridade no recebimento da restituição. A intenção do autor do projeto (PLS 6/2009), senador Cristovam Buarque (PDT-DF), é colocar os professores em segundo lugar nessa ordem de prioridade.
- Esse projeto visa dizer a todo o Brasil que professor é uma pessoa especial e, como tal, será tratado de forma especial - justificou o autor.
O relator, senador Jayme Campos (DEM-MT), apresentou voto pela rejeição do projeto, sob o argumento de que a matéria seria inconstitucional. O parecer foi lido pelo relator ad hoc, senador Cyro Miranda (PSDB-GO). No entanto, o parecer do relator foi derrubado por 9 votos a 5. A proposta já tinha sido aprovada na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Fonte: Agência Senado Nacional

Sexta-feirasanta.com.br

SEXTA-FEIRA SANTA

Toda sexta-feira santa
de tantas outras iguais,
revive-se um sofrimento
de muitos anos atrás:
o Cristo crucificado
sofrendo por nós mortais.

Tão logo ao amanhecer
nos jornais saem em seqüência
as notícias do suplício,
denunciando a existência
da cruz do cotidiano,
da verdadeira vivência
de sofrimento do povo,
humilhado, com urgência
de paz, de uma vida digna,
com emprego, sem violência,
não buscando mais no lixo
a sua sobrevivência.
Heloisa Crespo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ideal de Liberdade


Em resposta ao poema de nossa Heloísa Crespo, a poetisa Carolina (Santos-SP) responde com um belíssimo soneto.

Ah! Se a vida fosse uma poesia, todos seríamos poetas, e nessa  até os nossos conflitos seriam verdadeiros poemas.








Libertas Quae Sera Tamen 
                          Carolina Ramos  
Se as pedras de Ouro Preto ao mundo revelassem
a historia da Verdade, ainda agora obscura,
muitas bocas, talvez, contritas se calassem,
em reverência à dor, pondo fim à procura.

Mártir da Liberdade – o Alferes! E os que tracem
seu altivo perfil, sem usar tinta pura,
pasmariam se a voz das pedras lhes falassem
do Herói que não morreu... pois seu nome perdura!

Que fascínio invulgar, audaz se multiplica
nas esquinas sem luz, nos becos silenciosos
das noites de luar da antiga Vila Rica!

Libertam-se as paixões! Sonhos Inconfidentes!
E os sussurros leais de vultos misteriosos,
mantém acesa a flama e o Ideal de Tiradentes!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um tributo à luta pela Liberdade

Meus amigos, 21 de abril lembra Tiradentes que lembra a Inconfidência que lembra sofrimento de um povo que ainda sonha com LIBERTAS QUAE SERA TAMEN!!! Ou não?
Lô Crespo

POETAS CONSPIRADORES

O sonho da liberdade
tomava conta de tantos
brasileiros descontentes
com os impostos, que era um espanto,
oprimindo, massacrando
e o povo pagando aos prantos!

Um grupo foi se formando
de estudantes, sacerdotes,
poetas conspiradores,
pra se livrar do chicote
da vergonhosa "derrama",
preparando um grande bote.

O movimento cresceu.
Com várias reuniões
em pontos bem separados,
discutindo as questões
do governo que oprimia,
buscando as soluções.

Da Europa aqui chegavam
os estudantes que vinham
dos cursos finalizados.
De lá idéias traziam
de doutrinas libertárias
que os filósofos prescreviam.

Os poetas brasileiros
pela causa dominados,
Tomás Antônio Gonzaga,
o grande apaixonado
por Marília, seu amor,
em verso imortalizado,

que a si chamava Dirceu.
Cláudio Manoel da Costa,
Vulgo Glauceste Satúrnio,
que da escravidão não gosta,
como Alvarenga Peixoto,
que na abolição aposta.

Cabe aos nossos poetas
a escolha de um lema
pra bandeira da república,
de acordo com o tema:
"Libertas quae sera tamen",
partindo tantas algemas.

Ah, tudo ficou no sonho:
república proclamada,
escravidão abolida,
nova bandeira hasteada,
universidade em Vila
Rica sendo edificada...!

Havia os traidores,
como em todo movimento.
Joaquim Silvério dos Reis,
foi um dos três elementos
portugueses delatores.
Iniciaram os tormentos.

Visconde de Barbacena,
que era a autoridade,
prendeu os conspiradores
com a maior facilidade,
porque conhecia os planos
delatados por maldade.

Um poeta suicidou-se,
Cláudio Manuel da Costa,
na prisão que se encontrava.
Para alguns a pena posta
foi o degredo perpétuo
no lugar da morte imposta.

Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes,
foi o único a morrer
enforcado e, brutalmente,
teve o corpo esquartejado.
Por que ele justamente?

A pátria livre outra vez,
ficou num sonho pra frente.
Anos e anos passando,
mas foi lançada a semente
da liberdade de um povo
explorado simplesmente.

Heloisa Crespo