sábado, 30 de abril de 2011

Resposta à Professora Silvia Costa


Oi, Silvia! Este é um dos muitos jeitinhos dados nas escolas públicas: o-faz-de-conta! A cada dia fica mais evidente para nós que uma gestão escolar de qualidade seja a solução e quando tivermos pessoas competentes à frente da Educação Pública, aí sim, possamos ver os resultados que esperamos.
Qualquer empreendimento mal administrado está fadado à falência e a escola pública não foge à estatística.
Olho para os meus alunos e me dá uma angústia muito grande, por muitas coisas de que são privados. Por mais qualidade que possamos imprimir às nossas aulas, o resultado se torna insignificante dentro de um todo. Os desafios são muitos: Gente sem nenhum preparo ou sensibilidade educacional à frente de escolas e secretarias; Famílias distantes das escolas; Alunos desinteressados, desmotivados e alienados; Professores estressados, doentes e despreparados; Coordenadores que nada coordenam; Escolas sem infra-estrutura; Falta de política pedagógica... E o mais interessante é que ainda conseguimos vislumbrar raríssimas exceções dentro de tanta mediocridade!
Aí chegamos a uma triste conclusão: o que dizermos para os nossos alunos (àqueles que ainda conseguem enxergar um futuro promissor)?
  1. Que eles não se encontram em pé de igualdade com os alunos de “boas” escolas particulares?
  2. Que eles provavelmente ficarão com o resto ou subempregos dentro do mercado de trabalho?
  3. Que o sistema quer que eles concluam o ensino médio e continuem desempregados e deixem para os que têm recursos financeiros ingressar no ensino superior e ficarem com os melhores empregos?
  4. Que a educação pública básica é para os pobres e a universidade pública para os ricos?
Muitos poderão achar que estou exagerando, lamuriando ou sendo demasiadamente pessimista! Talvez tenham suas razões por não vivenciarem a realidade com todas as suas cores, ou por não olharem para frente, para o alto e para fora!
Lembrando Drummond que diz: “Olha quanto desafio... quanta coisa nova nesse mundão de Deus nos esperando”, eu conclamo aqueles que querem fazer uma Educação Pública de qualidade a “gritarem” para que possamos sair desta inércia em que nos encontramos. Enquanto é tempo!
Prof. Erivelton R. Almeida

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