terça-feira, 19 de abril de 2011

“O essencial é invisível aos olhos”

Em janeiro deste ano, quando lançamos o blog “Escola Pra Quê?” levantamos algumas questões sobre matéria veiculada no jornal Folha da Manhã, de 11/12/2010, intitulada "Investimento de 1,5 milhão em livros”, em que a secretária de educação do município de Campos dos Goytacazes-RJ fala da aquisição de mais de 40 mil novos títulos que seriam direcionados às bibliotecas e salas de leitura das unidades escolares. O objetivo, segunda ela, seria “estimular a leitura de 55.861 alunos matriculados nas 235 unidades escolares” além de “suprir a demanda de cerca de 30% de analfabetos funcionais”.
Independentemente de questionamentos sobre o destino dos livros, se escola A ou B já recebeu, ou se os livros são os mais indicados para a faixa etária de nossos alunos, etc e etc, gostaria de perguntar: Basta colocar livros nas escolas para que os alunos já comecem a se sentirem estimulados a ler? Que ações pedagógicas acompanham essas iniciativas? Temos profissionais e espaços adequados para tal empreitada? Existe controle do acervo das escolas?
Não quero aqui fazer o papel do personagem do programa Zorra Total, o Zeca Pimenteira, querendo “secar”, torcendo para que iniciativas como essa deem errado, mas será que não está na hora de rever onde e como estamos aplicando o farto dinheiro público destinado à Educação?
Então me pergunto: Por que quando se fala em investimentos, aqueles que estão à frente do processo sempre pensam logo em lançar projetos e mais projetos. São projetos de leitura, projetos de escrita, projetos de aceleração, projetos artísticos, projetos de inclusão digital, projetos disso, projetos daquilo... e já impliquei com a palavra projeto que semanticamente me cheira à gaveta emperrada.
Como diz Saint Exupéry, no livro O Pequeno Príncipe, “o essencial é invisível aos olhos”, e isso se aplica muito bem às ações que visam a essas melhorias. O essencial é o simples, é o descomplicado, mas que parece invisível a quem não “põe a mão na massa”. Ações como: trazer as famílias para dentro da escola, melhorar a relação professor/aluno, assistir o professor em seu fazer pedagógico, trabalhar com objetivos claros e focados no crescimento do aluno e principalmente um banho de competência na gestão escolar (nesse talvez o maior peso do “fracasso escolar”) são iniciativas que devem ser tentadas.
Finalmente, por mais apaixonados que sejamos pela Educação, acredito que necessitamos de muito mais do que PAIXÃO para construirmos uma escola pública de QUALIDADE para nossas crianças e jovens. Precisamos mesmo é de saber-fazer-acontecer para que nossas ações sejam, no mínimo, ESTIMULANTES e DURADOURAS.
Prof. Erivelton Rangel de Almeida

5 comentários:

  1. Dos cursos de Primaria, tuve de libro de lectura DON QUIJOTE DE LA MANCHA.
    Dos Cursos de Primaria , con 8 y 9 años tuvimos el mismo libro de lectura, Íbamos leyendo por turno y en voz alta.
    Yo creo que sirvió, tuvimos una buena dicción.
    Es mi primera visita a tu blog, seguiré leyéndote , pues me gusta como escribes.
    Saludos.

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  2. Gracias, Manolo! Es siempre muy bueno recebermos visitas de personas de otros países. Mi grado fue en Letras, Portugués y Español. Saludos!

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  3. Olá Almeida, fiquei feliz em ter localizado seu blog, na vastidão de blgs, ofertados na busca google, sou aluna de pedagogia na faculdade Anhanguera, e concordo que o primeiro passo é trabalhar as relações que monta a "sociedade escolar" familias educadores alunos.

    Maria de Fátima Dias dos Santos

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    1. Olá, Fatima!
      Obrigado pela visita!
      Continue participando de nosso blog.
      Atte,
      Erivelton

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  4. Concordo com vc em tudo, exatamente tudo, e seu texto fez me sentir de alma lavada. Continue escrevendo e fazendo a diferença em nosso meio!Abço

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