quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mostrando a Língua - 19

Salve, salve, meus diqueiros antenados!
Pois bem: lá vão duas dicas, pq antecipo a de domingo.
As duas vêm de diqueiros antenados que coincidentemente são primos (eu acho!) e não sabem que estão na mesma lista. Ah, as maravilhas da tecnologia, né, gente?
A primeira é sugestão de ALGENIRO, ex-excelente-aluno que, embarcado, está atento às últimas notícias sobre as discussões tão polêmicas sobre homofobia e quer saber a origem da palavra. Eis a "consulta":

Olá ,
Aproveitando a onda...
Me diga, mestra. Homofobia não seria, horror ao homem ou a homem?Fobia, seria medo ou horror? Imagino que é derivação do latim. Pra caracterizar violência contra os homossexuais, não haveria uma palavra mais adequada? Uma boa dúvida pra dica, não?

É uma boa dica, sem dúvida: então, vamos a ela!

O termo é um neologismo criado pelo psicólogo George Weinberg, em 1971, numa obra impressa, combinando a palavra grega phobos ("fobia"), com o prefixo homo-, como remissão à palavra "homossexual". 
(homo= igual, fobia=do Grego φόβος "medo", "aversão irreprimível.
Phobos (grego) é medo em geral. Fobia é mais que medo: é um medo irracional (instintivo) de algo. Porém, "fobia" neste termo, é empregado, não só como medo geral (irracional ou não), mas também como aversão ou repulsa em geral, qualquer que seja o motivo.
Etimologicamente, o termo mais aceitável para a idéia expressa seria "Homofilofóbico", que é medo de quem gosta do igual.
 
A segunda vem de ERIVELTON, meu ex-aluno maravilhoso, Monitor de Latim e reponsável pelo blog Escola Pra quê, onde publica nossas dicas! Tb é ótima sugestão. A ela, pois!
 
Minha querida, profe!
Não sei se vc já abordou a respeito de dois termos muito pronunciados pelos repórteres e apresentadores da Rede Globo: "récorde" e "chegar em(na/no) (lugar)...". Caso eu não esteja "chovendo no molhado", gostaria de sua apreciação.
Bjins!
Eri
 
Adorei este "chover no molhado" e, mesmo que o tema já tenha sido objeto de nossas discussões, vale a pena retomar, não é?
A palavra RECORDE está aportuguesada e assim deve ser empregada, como paroxítona. Ocorre que durante 20 e alguns anos trabalhei com o pessoal de Jornalismo e a informação era a mesma:" professora, os editores não aceitam que falemos em Português. Querem a pronúncia em Inglês!" Vai entender! Os meninos sabiam que havia o registro indicado em Português, mas para atender a quem lhes pagava, contrariavam o idioma! Ó dó!
O mais triste nessa história provinciana, de se exigir a pronúncia proparoxítona, é que como o campista tem muita dificuldade para enunciar proparoxítonas, a palavra vira... "reco"!
Ex.:"Cê viu? O cara bateu o reco!"
ou
"Leva a mal, não. Bati o reco!"
 
Quanto a "chegar em(na/no) (lugar)...". é um caso difícil de resolver na prática, porque envolve regência, né, Eri? E aí, mesmo quem tem escolaridade, mas não se preocupa com a fala acaba escorregando no uso da preposição. O correto é chegar a casa, ao trabalho, à terceira margem do rio (rssss), à beira da praia, ao Paraíso (ou "a dois passos dele..."). Talvez o falante faça analogia com ESTOU EM CASA, não sei!
Enquanto for um fenômeno de fala apenas, é tranquilo. Se "contaminar" a escrita... ficaremos "ricos" ( !!!!!!!!!!) com as revisões em trabalhos e teses, né? Até parece...
Abçs, até quarta,
Edinalda

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