Até 2009, o
Ensino médio estadual do Rio de Janeiro patinava num melancólico penúltimo
lugar do Índice de Desenvolvimento da Educação básica, que mede o desempenho
das redes públicas de Ensino do país. Nos dois anos seguintes, o estado teve
uma melhoria sensível, pulando para o 15º lugar entre as 27 redes estaduais. O
Rio de Janeiro, que até então ficara estagnado numa pontuação de 2,8 do Ideb,
registrou, nesse período de avanço, um crescimento de 0,4 ponto, alcançando a
nota de 3,2. Uma boa performance, mas ainda assim a Educação fluminense
permanece abaixo da média nacional (de 3,7), ocupando a última posição entre os
estados da Região Sudeste.
São números
positivos se avaliados apenas pela nota obtida na aferição mais recente. Mas,
traduzidos para a realidade das salas de aula, evidenciam que ainda há muito o
que fazer para melhorar os índices de desempenho do estado. Implicitamente, o
governador Sérgio Cabral assume essa perspectiva: sua meta declarada é colocar
o Rio de Janeiro no top 5 nacional em 2014.
Para chegar
lá, o estado precisa investir mais no setor. Para essa empreitada, devem-se
atacar as demandas em duas frentes. Uma, é a melhoria física das Escolas e a
ampliação da oferta de vagas, onde for necessário, com a criação de novas salas
de aula, entre outras providências materiais de responsabilidade exclusiva do
governo; a outra são a valorização e o aperfeiçoamento dos profissionais do
Ensino, missão que deve ser compartilhada entre o poder público e a própria
categoria.
Em relação a este segundo ponto, do qual depende a qualidade do Ensino, é positiva a iniciativa da Secretaria estadual de Educação de implementar, já a partir deste mês, um projeto-piloto para medir a eficiência dos Professores nas salas de aula. Cerca de cem Escolas da rede fluminense serão visitadas por coordenadores pedagógicos designados pela secretaria e treinados pelo Banco Mundial, para elaborar um mapa de onde atuam os melhores mestres do estado.
Em relação a este segundo ponto, do qual depende a qualidade do Ensino, é positiva a iniciativa da Secretaria estadual de Educação de implementar, já a partir deste mês, um projeto-piloto para medir a eficiência dos Professores nas salas de aula. Cerca de cem Escolas da rede fluminense serão visitadas por coordenadores pedagógicos designados pela secretaria e treinados pelo Banco Mundial, para elaborar um mapa de onde atuam os melhores mestres do estado.
O projeto já
foi testado em mil Escolas de Minas, Pernambuco e do município do Rio. Em
Washington, um programa semelhante descobriu uma fornada de excelência nas
salas de aula e, aplicando-se a meritocracia, os salários dos bons mestres
dobraram.
Apesar de a meritocracia
beneficiar as duas pontas do Ensino (os Alunos e os mestres), sua adoção é
objeto de críticas dos tradicionais bolsões corporativistas. Questiona-se a
validade de um modelo que estimula o crescimento profissional, contrapondo-se a
essa salutar prática de incentivo ao saber e à competência a renitência
sindical a quaisquer iniciativas que ponham em xeque anacrônicos privilégios do
funcionalismo. A melhoria do perfil educacional do estado deve juntar governo e
agentes educacionais, sem brechas para ideais que perpetuam o atraso nas salas
de aula.
Fonte: O Globo (RJ)
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