O governo
retoma hoje as articulações na Câmara para chegar a um texto final sobre
royalties que preserva as áreas já licitadas, como se comprometeu a própria
presidente Dilma Rousseff na semana passada e como quer o Rio de Janeiro. O
governo ficou de apresentar texto alternativo.
Os ministros
da Educação, Aloizio Mercadante, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti,
vão novamente ao Congresso para discutir o assunto com os partidos aliados. Segundo
Mercadante, também participará do encontro um representante do Ministério de
Minas e Energia.
O presidente
da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), marcou para a manhã de hoje a votação
do projeto que muda as regras de distribuição dos royalties. O relator Carlos
Zarattini (PT-SP) disse que hoje "haverá muita discussão".
- Amanhã
(hoje) cedo, teremos reunião sobre royalties. A posição do governo já foi
anunciada (de preservar as áreas já licitadas) - disse Mercadante, depois de
participar de cerimônia no Palácio do Planalto, lembrando ainda a proposta do
governo de destinar recursos para a Educação.
Já a bancada
do PT se reúne para discutir se fica com a posição do governo ou com o
relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP). O governo tenta alterar o
parecer de Zarattini, que considera ruim para os estados produtores, porque
quebraria contratos.
O petista tem
dito que a tese de que haverá quebra de contrato "não é justificada".
Zarattini disse que o texto chegou a ser negociado com representantes dos dois
estados e que a intenção de utilizar a referência de 2011 é justamente evitar
perda de receita.
- Mantenho a
minha proposta (hoje), mas haverá muita discussão nesta terça-feira - disse
Zarattini, apenas.
Ele explicou
que foi incluído no texto um artigo que protegeria o Espírito Santo e os
municípios do Norte do Rio. Pela proposta, entre 2013 e 2023, nenhum ente
produtor teria redução de receita, sendo mantida a referência de 2011 em barris
de petróleo. Em outro artigo, que trata do geral, há uma tabela de percentuais
até 2020.
O líder do PT
na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), disse que o partido quer uma explicação
jurídica do Palácio do Planalto sobre o parecer de Zarattini, ou seja, por que
ele quebraria contratos e afetaria áreas já licitadas. Segundo Tatto, a ideia é
conversar com o advogado-geral da União, Luís Carlos Adams:
- Queremos
ouvir o Adams sobre essa história de que o (parecer do) Zarattini quebra
contratos. Ninguém quer quebrar contrato.
A bancada do
Rio prepara ações de plenário para tentar retardar, pelo menos, a votação de
qualquer proposta que prejudique o Estado. Para criar mais um problema, o
deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) apresentará emenda propondo que haja divisão
nova dos royalties da mineração, o que irritaria Minas Gerais. O deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que o Rio não vai aceitar nada que prejudique o
Estado e acredita na palavra da presidente Dilma, de que vetará propostas que
afetarem as áreas já licitadas.
- Qualquer
coisa que mexer na área licitada somos contra. Queremos discutir o futuro. Se
não, o caminho será o Judiciário - disse Eduardo Cunha, diante da possibilidade
de se votar a proposta de Zarattini sem alterações.
Fonte: O Globo (RJ)
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