O pai ou
responsável que não comparecer à escola e acompanhar o desempenho de seu filho
poderá ser punido. Projeto de lei com esse objetivo já recebeu parecer
favorável e está pronto para ser votado na Comissão de Educação, Cultura e
Esporte do Senado.
O senador
Cristovam Buarque (PDT/DF), autor da proposta, afirma que a educação é um
direito de toda criança e que a participação dos pais é essencial no processo
educativo. “A escola sozinha não consegue cumprir integralmente o papel de
formadora. A educação não se faz apenas pela escola, isolada da responsabilidade
e da ação dos pais no acompanhamento do desempenho de seus filhos”, afirma.
A proposta
prevê que o responsável deva comparecer na escola, seja ela pública ou privada,
pelo menos uma vez a cada dois meses. Será considerada presença o
comparecimento em reuniões de pais e mestres, ou conversas individuais com o
professor, sempre atestadas pela direção da unidade estudantil.
Para o relator
do projeto, senador João Capiberibe (PSB/AP), o fato de os pais matricularem
seus filhos em escolas não tira a responsabilidade deles de monitorar e
acompanhar o desenvolvimento educacional da criança ou do adolescente.
Penalidade
As penalidades
para o não cumprimento da lei serão as mesmas previstas no Código Eleitoral
para quem deixa de votar. Dentre elas, uma multa de 3% a 10% sobre o
salário-mínimo, além da proibição de inscrição em concurso público, receber
salário ou participar de cargos públicos; solicitar empréstimos em
estabelecimentos de crédito mantidos pelo governo e obter passaporte ou
carteira de identidade.
Em pesquisa
feita pelo Alô Senado, a população diverge sobre o assunto. Para o cidadão
Leonardo dos Santos Marques Gomes, de Ivinhema (MS), a proposta é positiva.
"Eu
concordo com essa iniciativa, pois tem muitos pais que se omitem em saber como
anda o desempenho do filho na escola. Na grande maioria das escolas, ocorre de
apenas de um pai aparecer nas reuniões, o que é lamentável. Apoio em 100%. Pai
preocupado com o filho é educação garantida e Brasil produzindo com
qualidade", afirmou Leonardo.
No entanto,
Lidiane Lima Santos, de Belo Horizonte (MG), é contrária à proposta. Ela afirma
que muitos pais, para proporcionar um bom estudo a seus filhos, trabalham em
dois empregos, o que em sua opinião dificulta a presença deles nas escolas.
"São
muitos impostos e o salário é pouco, por isso muitos optam por trabalhar em
mais de um lugar para dar estudo às crianças. Qual é a hora que esse pai ou mãe
vai conseguir ir à escola do seu filho?", critica Lidiane Santos.
Após analise
da Comissão de Educação, a matéria segue para a de Constituição, Justiça e
Cidadania em caráter terminativo.
Fonte: Agência Senado
Nenhum comentário:
Postar um comentário