Nossos legisladores costumam simplificar os problemas no
Ensino público e em algumas situações beiram o absurdo – para não dizer outra
coisa. Uma das manias de nossos deputados e senadores é fazer alteração
curricular – criação e inclusão de disciplinas ou mudança de conteúdo Ensino na
Escola. Uma pesquisa recente mostra que um em cada quatro projetos de lei que
tramitam no Congresso Nacional está relacionado à criação de novas disciplinas.
Até parece que uma nova disciplina vai resolver o problema. A última aprovação
é da inclusão das disciplinas de ética social e política no Ensino médio, o
antigo segundo grau. E mais, no antigo V a VIII os Alunos terão que engolir as
disciplinas de cidadania moral e ética.
Se matérias básicas, como língua portuguesa e matemática
já existe uma defasagem de Professores, imagine então dois complexos temas. O
resultado é que essas aulas viram sobras para completar a carga horária ou
Professor contratado temporariamente. Em outras palavras, não surtiu efeito
algum. E assim vai.
Atualmente são mais de 250 pedidos de novas disciplinas.
Pelo jeito o Aluno terá que estudar 24 horas por dia e ainda haverá mais
assuntos a serem abordados.
Se depender de nossos parlamentares, os Alunos deveriam
aprender esperanto (uma língua falada por menos de 1% da população mundial),
além de leis e regras de trânsito, direitos do consumidor. A lista na verdade é
extensa – xadrez, Educação no trânsito, males da dependência química, gravidez
na adolescência, Educação financeira, direito do consumidor, a volta da
Educação moral e cívica, cultura cigana, iniciação ao turismo, direto da
mulher, direito do idoso, preparação para a boa morte (não faltava mais nada).
Talvez os nossos nobres representantes não saibam, as
Escolas trabalhavam todos esses assuntos como temas transversais – são
debatidos discutidos, analisados, trabalhados em diversas disciplinas sem
necessariamente constar no currículo.
Esse é o cenário da preocupação de nossos políticos com a
Educação pública. O retrato é de desolação, um sentimento de andar para trás.
Termino meu artigo sobre Educação com a mesma frase de sempre. Até quando?
Fonte: Diário de Cuiabá (MT)
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