segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Educação por decreto

 
Nossos legisladores costumam simplificar os problemas no Ensino público e em algumas situações beiram o absurdo – para não dizer outra coisa. Uma das manias de nossos deputados e senadores é fazer alteração curricular – criação e inclusão de disciplinas ou mudança de conteúdo Ensino na Escola. Uma pesquisa recente mostra que um em cada quatro projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional está relacionado à criação de novas disciplinas. Até parece que uma nova disciplina vai resolver o problema. A última aprovação é da inclusão das disciplinas de ética social e política no Ensino médio, o antigo segundo grau. E mais, no antigo V a VIII os Alunos terão que engolir as disciplinas de cidadania moral e ética.
Se matérias básicas, como língua portuguesa e matemática já existe uma defasagem de Professores, imagine então dois complexos temas. O resultado é que essas aulas viram sobras para completar a carga horária ou Professor contratado temporariamente. Em outras palavras, não surtiu efeito algum. E assim vai.
Atualmente são mais de 250 pedidos de novas disciplinas. Pelo jeito o Aluno terá que estudar 24 horas por dia e ainda haverá mais assuntos a serem abordados.
Se depender de nossos parlamentares, os Alunos deveriam aprender esperanto (uma língua falada por menos de 1% da população mundial), além de leis e regras de trânsito, direitos do consumidor. A lista na verdade é extensa – xadrez, Educação no trânsito, males da dependência química, gravidez na adolescência, Educação financeira, direito do consumidor, a volta da Educação moral e cívica, cultura cigana, iniciação ao turismo, direto da mulher, direito do idoso, preparação para a boa morte (não faltava mais nada).
Talvez os nossos nobres representantes não saibam, as Escolas trabalhavam todos esses assuntos como temas transversais – são debatidos discutidos, analisados, trabalhados em diversas disciplinas sem necessariamente constar no currículo.
Esse é o cenário da preocupação de nossos políticos com a Educação pública. O retrato é de desolação, um sentimento de andar para trás. Termino meu artigo sobre Educação com a mesma frase de sempre. Até quando?
Fonte: Diário de Cuiabá (MT)

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