Uma ideia que
partiu de SC, foi colocada em prática com vista para a Ponte Hercílio Luz, no
Bairro José Mendes, e pretende revolucionar a maneira de acessar os dados de
Educação. O portal QEdu (www.qedu.org.br), que reúne informações do governo
federal sobre Educação básica de maneira didática e contextualizada, foi ideia
da empresa catarinense Meritt. Um dos co-fundadores, Ricardo Fritsche, conta que
em 2010 eles fizeram um portal com os dados do Índice de Desenvolvimento da
Educação básica (Ideb). O projeto foi levado a São Paulo e apresentado a ONGs
referências na área de Educação. Uma delas foi a Fundação Lemann, que gostou do
trabalho da Meritt e perguntou se havia outros projetos.
– Apresentamos
cinco e um deles foi o QEdu. Foi uma iniciativa da empresa que a Lemann apoiou
e foi parceira – relembra.
O portal
começou a ser desenvolvido no final de 2011. Nele, é possível encontrar dados
sobre a qualidade da Educação do país, dos estados, dos municípios e das
Escolas da rede pública. Ele mostra como está o aprendizado dos estudantes em
língua portuguesa e matemática e até mesmo a infraestrutura das instituições. O
QEdu é gratuito e não exige cadastro.
"A forma de organização é única"
"A forma de organização é única"
DC - O que é o
QEdu e no que ele se diferencia nos que já existem, como o Inep, que
disponibiliza dados daEducação?
Alexandre
Oliveira – Uma diferença fundamental é que o QEdu é voltado à construção do
conhecimento, não é só disponibilização das informações. Essa construção do
conhecimento pode ser evidenciada quando a gente apresenta como está a
qualidade do aprendizado em um Estado e você compara com outro. É permitir que
a pessoa construa a sua leitura e opinião sobre Educação. Isso é algo
totalmente inédito no caso de plataformas de informação no Brasil.
Ricardo
Fritsche – Tem esse lado da quantidade de dados, que é infinitamente maior do
que existe em outros. Mas tem também a forma como a gente organizou, que é
única. Cada Estado, cada município, cada Escola ganhou uma página. Uma página
que tem as informações organizadas de maneira lógica.
DC – Quais
tipos de dados vamos encontrar no site?
Fritsche – O
dado elementar é sobre aprendizado dos Alunos. Como os Alunos de Escolas
públicas estão em língua portuguesa e matemática, no quinto e no nono ano do
Ensino fundamental. Mas, para essa informação fazer sentido, é preciso ver a
evolução desses números. Para dar contextualização, a gente trouxe informação
sobre a infraestrutura dasEscolas, desde quantos Alunos matriculados até se tem
quadra de esportes. A gente trouxe, ainda, uma massa de informação sobre
Professores, Alunos e diretores, que participam da Prova Brasil. Informação
sobre renda de Professores e diretores, percepção sobre o clima Escolar, se tem
violência na Escola ou não.
Oliveira – A
relevância do portal é que ele se baseia em fontes de dados regulares. Ano que
vem o portal estará diferente, porque teremos dados sobre o Censo Escolar 2012.
Isso traz uma perspectiva de monitoramento inédita no Brasil. Se o secretário
da Educação implementar uma política na Educação no início de 2013, como
Escolas integrais, e quiser mensurar o impacto sobre aprendizado dos Alunos,
ele vai no QEdu em 2014 e vai conseguir fazer isso. Uma perspectiva de muito
poder para mudança da Educação no Brasil. Ele é aberto, gratuito e vai
continuar assim. Mais do que o secretário, tem o monitoramento pela sociedade.
DC – Estamos
no período de rematrícula nas Escolas públicas. Antes da matrícula, o pai vai
conseguir acessar informações no QEdu sobre a Escola do filho?
Oliveira –
Sim. Inclusive temos isso por bairro. Então, se você escrever no portal
Campeche e Florianópolis, ele vai te dar asEscolas do bairro.
Fritsche – No geral, na rede pública, o pai não pode escolher onde vai matricular
o filho. Mas se ele procurar sobre a Escolano QEdu e conhecer a instituição,
ele pode ir no conselho Escolar, conversar com o diretor e ver de que maneira
ele pode ajudar.
Fonte: Diário Catarinense (SC)
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