Já dizia Jorge
Luís Borges: o tempo é a mais urgente das questões. A frase vem bem a propósito
do Dia do Professor, hoje, pois é sabido que, na realidade, atribuir unicamente
aos governantes a responsabilidade pela adoção de uma política nacional de
valorização dos Professores, especialmente aos que atuam em sala de aula, será
mais uma perda de tempo que a sociedade não pode desperdiçar.
A tarefa é
para todos nós, que acreditamos ser a Educação o principal caminho para o
exercício pleno da cidadania, e os Professores o fio condutor desse processo
que gera crescimento econômico e o desenvolvimento social de uma nação. Nossa
responsabilidade social se revela no fortalecimento da Escola, na melhor
organização do trabalho pedagógico e na busca de fortalecimento da carreira do
magistério.
E como muito
bem salientou Saramago, no Ensaio sobre a Cegueira, lembremo-nos que Dia do
Professor é todo dia, assim como todo dia é dia de pensarmos, elaborarmos e
sonharmos com o nosso fazer de maneira transformadora, para a construção de
relações mais humanas.
A importância
desta data comemorativa é inegável. Ela entrou no calendário pelo decreto
imperial de 15 de outubro de 1827, assinado por Dom Pedro I. Neste ano, mais
uma vez, a exemplo do que acontece há décadas, a imprensa poderá dar grande
visibilidade ao assunto e colocá-lo novamente na agenda das decisões nacionais.
É fundamental
que a Educação seja discutida séria e desapaixonadamente, e que os envolvidos
na questão sejam ouvidos. A esperança está na capacidade de ressonância que o
tema venha a ter junto à opinião pública, e na cobrança enérgica de
providências oficiais.
A formação e o
aperfeiçoamento dos Professores, com a consequente remuneração compatível com
os padrões de dignidade, são providências que não podem mais tardar.
Marcelo Batista de Sousa, administrador e pedagogo, in: Diário
Catarinense
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