O Brasil está
muito próximo de se tornar uma potência olímpica esportiva. Nossos atletas
conquistam cada vez mais medalhas nos torneios internacionais que disputam.
E na Educação?
Há uma elite intelectual que representa o Brasil de forma magnífica em
olimpíadas científicas internacionais. Mas pouco se fala dos nossos campeões do
saber. Nesse ano, por exemplo, estudantes brasileiros conquistaram duas
medalhas de prata, uma de bronze e seis menções honrosas na Olimpíada
Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês) e duas de
ouro e três de prata na etapa Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica.
São as principais ferramentas de que dispomos no País para estimular nossos
jovens a estudar mais e melhor.
Os jogos de
conhecimento mostram que é possível fomentar uma nova geração de estudiosos em
todas as áreas. Nos últimos 15 anos, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e
Astronáutica apresentou uma elevação literalmente astronômica no número de
estudantes inscritos. Enquanto na edição de 1999 reunimos 15 mil estudantes, no
ano passado ultrapassamos os 800 mil. Mas temos muito trabalho a fazer.
O país tem
hoje 50 milhões de Alunos, dois milhões de Professores e 190 mil Escolas. É
necessária uma atuação maior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
(Inep) para manter atualizados os dados do censo Escolar. É importante também
que o Ministério da Educação e a União Nacional dos Dirigentes de Educação se
envolvam com nossas iniciativas e façam uma ampla campanha para divulgar a
importância dos jogos do saber e das mostras e feiras científicas.
No ano que
vem, podemos dar um importante passo durante o Fórum Mundial da Ciência, que
vai ser realizado no Brasil. Os coordenadores das olimpíadas de conhecimento e
os representantes do MEC e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
pretendem lançar um projeto para a realização de uma mega olimpíada
internacional de conhecimento em 2016 no nosso país. Sonho com um futuro em que
os nossos “medalhistas do saber” sejam recebidos também pelo presidente da
República, assim como ocorre cada vez que o Brasil ganha Copa do Mundo de
futebol.
João Batista Garcia Canalle, astrônomo,
in: Jornal de Brasília (DF)
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