As
universidades federais devem ter maior participação em ações para superar o
desafio da educação básica, na visão do ministro da Educação, Aloizio
Mercadante. Ele fez essa afirmação durante a solenidade de abertura do
seminário Qualidade do Ensino Médio, promovido pela Associação Nacional de
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), nesta
quarta-feira, 10.
Para o
ministro, há uma necessidade de repactuar a relação entre a universidade e o
ensino médio brasileiro. A proposta do ministro estimula a criação de núcleos
de estudos sobre o ensino médio e formação de professores dentro das
instituições. “As universidades públicas precisam se debruçar sobre as
necessidades da formação dos docentes para uma nova realidade de ensino, desde
a formação inicial”, afirmou.
Além da
formação e valorização dos docentes, o desafio do ensino médio, segundo
Mercadante, deve ser abordado em diferentes campos, como a ampliação da capacitação
dos gestores escolares, fomentando cursos de especialização para diretores de
escola, o desenvolvimento de novas práticas e o redesenho do currículo escolar,
com o ensino médio inovador.
Mercadante
defendeu que a utilização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como
mecanismo de entrada na universidade gera uma demanda para o redesenho do
currículo. “Precisamos sair de uma estrutura enciclopédica, como temos hoje,
para um modelo que articule e integre as disciplinas e construir um processo
mais orgânico na formação”, defendeu.
Para o
presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep), Luís Cláudio Costa, o Enem é um meio de democratizar o acesso à
educação superior. Costa, que palestrou sobre a importância da avaliação para
formulação de políticas públicas para o ensino médio, ressaltou que a qualidade
da educação brasileira está avançando. “A pergunta que nos cabe hoje é se a
velocidade do avanço é suficiente para acompanhar as questões sociais e
econômicas que o mundo nos impõe”, disse.
Cotas – O ministro Aloizio Mercadante esclareceu questões sobre a implementação da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, conhecida como Lei de Cotas. A lei determina a reserva de 50% das vagas, em quatro anos, em instituições federais de educação superior a estudantes de escolas públicas, com base no perfil racial de cada unidade da Federação, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estabelece também vagas para alunos com renda de até 1,5 salário mínimo familiar per capita.
Para
Mercadante, as cotas são uma política social de impacto de médio e longo prazo.
“Muitos alunos que ingressaram pelas cotas são os primeiros de suas famílias
que chegam à universidade”, concluiu.
Fonte: MEC
Nenhum comentário:
Postar um comentário