domingo, 31 de março de 2013

Diretores de escola: qualificação técnica e legitimidade

Foi realizada, ontem, a primeira fase do processo de seleção para diretores e vice-diretores da rede municipal de Ensino e para diretores e coordenadores da rede estadual. O município tomou carona no edital baixado pelo Governo do Estado, sob o argumento de reduzir os custos e aproveitar a estrutura montada pelas autoridades estaduais. O Município preencherá as diretorias de 287 Escolas.
São três fases as fases do processo de seleção: 1) prova objetiva; 2) entrega de documentação comprobatória e avaliação de títulos; 3) Curso de Fundamentação, prova escrita do tipo objetiva e de uma prova de natureza analítico-discursiva, exclusiva para os candidatos ao cargo de diretor Escolar. Somente seis mil serão convocados para a terceira fase, ficando a execução da seleção a cargo da Coordenadoria de Concursos (CCV), da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Há pouca resistência à ideia de que a escolha dos diretores das Escolas públicas deva ser feita com o mínimo de interferência possível de fatores estranhos ao critério objetivo da qualificação dos candidatos e de sua legitimidade.
Indicações por políticos sempre foram uma porta aberta para o fisiologismo. A ideia da seleção pública (não se trata de concurso público, visto que é cargo provisório) para avaliar os requisitos técnicos dos candidatos aos cargos agrada à opinião pública. Isso, porém, não deve excluir a participação da comunidade Escolar na escolha final, pelo voto direto. Só esta pode avaliar a capacidade de liderança do candidato.
Como se viu, o Estado resolveu esse problema fazendo uma rigorosa seleção para compor um Banco de Gestores Escolares. Deste corpo qualificado é que sairão os candidatos a cargos de gestão educacional, que se submeterão à eleição direta pela comunidade Escolar (pais e Professores de cada unidade). Dessa forma, eles não serão apenas tecnocratas, mas líderes: devem aliar a capacidade técnica à capacidade de liderança, sem a qual uma comunidade pode se sentir desmotivada a alcançar as metas propostas. Essa é a forma democrática de agir (que também seria inócua sem a capacitação técnica prévia).
Espera-se que o Município de Fortaleza imite a sabedoria do Estado nesse aspecto, complementando o processo de seleção com a legitimação democrática.

Pais de alunos protestam para evitar transferência

Pais e Alunos da Escola municipal Demócrito Rocha, no bairro Messejana, fizeram manifestação, na manhã ontem, contra a decisão da Secretaria Municipal da Educação (SME) de transferir, temporariamente, os cerca de 700 estudantes para outra unidade Escolar localizada no Tancredo Neves. Além da distância entre a nova Escola e as residências dos estudantes, os pais temem que possíveis conflitos surjam com a presença das crianças na outra comunidade.
“Eles têm um jeito de viver e a gente tem o nosso. A gente não sabe se eles iam concordar”, avalia uma mãe de três Alunos, que O POVO opta por não identificar. O motivo da transferência é a reforma do telhado da Escola, iniciada semana passada. A estrutura de madeira está comprometida por cupins e engenheiros da SME solicitaram a interdição do local, conforme Wilson Silva, diretor da Escola. A reforma deve durar dois meses. O diretor conta que as duas Escolas ficam localizadas em territórios rivais, o que poderia criar conflitos entre as comunidades.
“É muito complicado trabalhar com comunidades diferentes. Tem disputas entre os jovens”, afirma. Após a recusa da maioria dos pais presentes na Escola na manhã de ontem, o diretor avalia com a SME a opção de fazer a reforma por etapas.
Segundo alguns relatos, apenas quando chegaram ao ponto do transporte Escolar, os pais foram informados por um fiscal que a viagem teria destino diferente. “Fui para a parada esperar o transporte. O fiscal foi falando que ia levar direto pro Tancredo. Eu disse que não ia”, relata a estudante do 6º ano. Após a recusa, os motoristas levaram as crianças à Escola Demócrito Rocha.
De acordo o diretor da Escola, a decisão da transferência foi tomada durante o recesso Escolar, o que impossibilitou o repasse da informação a todos. Os pais se reuniram na quadra da Escola e fizeram um abaixo-assinado, entregue a um representante do Distrito de Educação da Regional VI que compareceu à Escola.
Segundo a assessoria da SME, os Alunos da Escola Demócrito Rocha não vão ser mais transferidos. Um técnico foi enviado ao colégio ontem e, em conversa com os pais, foi decidido que todos os estudantes terão aulas na parte que já está reformada. 70% da obra já está concluída.
Fonte: O Povo (CE)

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