terça-feira, 12 de março de 2013

Ensino Médio brasileiro era ruim. E está pior

O ensino médio reúne atualmente alguns dos piores indicadores da educação brasileira. É nessa etapa da educação básica que se concentram as maiores taxas de abandono escolar e também as notas mais baixas no Ideb, índice que mede a qualidade de nossas escolas. E o pior: a situação não está melhorando, como comprova relatório divulgado nesta quarta-feira pela ONG Todos Pela Educação. Os dados, compilados a partir de resultados de 2011 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e da Prova Brasil, revelam que apenas 10,3% dos alunos brasileiros terminam o ensino médio sabendo o que deveriam em matemática – ou seja, quase 90% dos alunos não aprendem o esperado.
É um retrocesso em relação à medição anterior, realiza em 2009, quando 11% dos estudantes do 3º ano sabiam o esperado na disciplina. Em 2003, esse índice era de 12,8%. Os resultados ficaram abaixo da meta estabelecida pela ONG para o ano de 2011 e colocam em xeque o objetivo traçado para 2022, ano do bicentenário da Independência: ao menos 70% dos estudantes com conhecimentos adequados a seu estágio escolar.
Em língua portuguesa, não houve retrocesso em relação 2009. Contudo, praticamente não houve avanços, e a cifra ficou longe da meta. Em 2009, 28,9% dos estudantes demonstraram dominar os conteúdos esperados. Em 2011, o número chegou a 29,2%.
Os maus resultados não são exclusividade do ensino médio. No 9º ano do ciclo fundamental, apenas 16,9% dos alunos demonstraram dominar os conhecimentos de matemática. Apesar de ainda distantes do ideal, houve progresso em relação a 2009, quando esse índice era de 14,8%. Já em língua portuguesa, 27% dos alunos alcançaram desempenho adequado, representando um ligeiro aumento em relação à medição anterior, 26,3%.
É nos anos iniciais do ensino fundamental que o desempenho do Brasil apresenta sinais menos preocupantes, com evolução significativa. Em matemática, 36,3% dos alunos do 5º ano registraram aprendizado adequado em 2011, ante 32,6% em 2009. Já em língua portuguesa, o índice foi de 40%, frente a 32,6% do indicador anterior.
O relatório do Todos Pela Educação evidencia a fragilidade da rede pública de ensino. Quando analisadas separadamente, as escolas mantidas por governos das três esferas apresentam índices em média 5 pontos porcentuais abaixo da média nacional, que considera as redes pública e a privada. Nas escolas públicas do Alagoas, por exemplo, apenas 1,4% dos estudantes do 3º ano do enisno médio sabem o que deveriam saber em matemática. Isso significa que de cada 100 alunos, 98 não aprendem o esperado.
Fonte: Veja.com

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