terça-feira, 15 de março de 2011

Assim nasce a poesia...

Concepção

Surge bem de mansinho...
Sem muita pressa
Fazendo pulsar mais forte
A minha veia de artista das letras.
Sem me pedir licença,
Vai ganhando vida em meu ser.
E quando dou por mim,
Já me tomou por inteiro.

De palavra em palavra,
De verso em verso,
Virando-me do avesso
Dou asas a minha imaginação...
E esta me faz contemplar
O Oasis dos imortais poetas.

No começo,
Antes mesmo de mostrar-se vindouro,
São só meros vocábulos
Que se fundem aos meus desejos intensos
De dar significado
Ao mais íntimo sentimento.

Ah, quanto tormento!

Só sei que aos poucos,
Estrofes ganham forma.
O ritmo que embala
Os meus versos
É fruto do inevitável encontro...
Do, por vezes, harmonioso desencontro
De minhas preciosas palavras.

Ah, quem me dera apenas surgissem
De um contentamento!
Mas sei também que a poesia
Feita em palavras
É minha pedra rara
Arduamente lapidada
Pela feitura de cada momento;
Seja repleto de alegria ou sofrimento,
Amor, ódio ou lamento,
Eis que vai dominando o meu pensar.

Se brotar da saudade,
O que antes era distância
A poesia há de aproximar.
Quando gerado da dor,
Penetra como droga bem fundo, 
Cicatrizando as feridas,
Curando-me,
Revigorando-me,
Fazendo-me (re)nascer
Assim como este ganha vida.

Quando percebo,
Bem mais que de repente,
Já está pronto.
Nascido de mim
Em cada ponto.
Porém, inacabado
Para o deleite dos mortais.
Carlos Fabiano de Souza

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