quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O corpo no Ensino Infantil

Antes mesmo de as crianças aprenderem a falar ou andar, suas vontades e seus sentimentos podem ser compreendidos por meio da linguagem corporal. Essa forma de comunicação não verbal pode ser muito explorada em sala de aula durante o Ensino infantil como forma de potencializar o aprendizado de forma lúdica e propícia à faixa etária dos pequenos estudantes. A linguagem corporal se expressa de diversas formas. Os gestos e a postura dos indivíduos podem expressar uma variedade de sentimentos e pensamentos.
Até mesmo a voz pode ser considerada um gesto, uma vez que é possível valer-se da sua entonação para expressar ideias diferentes. Pense, por exemplo, em um bebê que ainda está balbuciando as primeiras palavras. Estudos de neurolinguística evidenciam que quando a criança começa a apontar objetos com uma intenção orientada, esse é o primeiro indício de que a comunicação verbal está prestes a surgir. O poder da linguagem corporal é imenso. As atitudes corporais, sejam elas de qual natureza forem, são muito fortes e próximas do que a personalidade do indivíduo é de fato. Por essa razão, a não ser que a pessoa seja treinada para isso (em aulas de teatro, por exemplo), é pouco provável que ela consiga dissimular suas emoções e seus sentimentos mais verdadeiros.
Outra peculiaridade importante diz respeito ao reforço ou à negação do que está sendo dito pela comunicação verbal. Se a linguagem corporal é um processo intencional ou não ligado às experiências, sentimentos e atitudes dos indivíduos, não há como não correlacioná-la ao outro e ao ambiente. Percebemos que a relação do indivíduo com o corpo surge no momento do seu nascimento e é amadurecida por meio das situações vividas por ele ao longo da vida. Como a Escola faz parte de um momento muito importante da formação da pessoa, não temos como negar seu papel no desenvolvimento da relação entre a criança e o corpo. Muitas instituições já entenderam que é preciso estimular a corporeidade dos pequenos estudantes desde o Ensino infantil. Assim, as atividades do maternal ao 2° período já incluem objetivos que trabalhem o corpo como elemento cognitivo. Um exemplo disso são as cirandas. Mesmo tradicional, a brincadeira de roda pode ganhar diferentes propostas educacionais quando os Educadores estimulam as crianças a brincar variando o sentido da formação da roda. Ao inverter o sentido clássico do jogo, as crianças criam uma nova relação com o espaço e com o seu corpo, o que incute nelas uma noção mais ampla de sua corporeidade, reforçando o aprendizado intrínseco à brincadeira.
Potencializar o aprendizado e a relação com o corpo só é possível com incentivo dos Educadores. Durante muitos anos o corpo esteve presente em sala de aula, mas nunca foi considerado como elemento cognitivo. Hoje, a necessidade de profissionais capacitados para lidar com as novas necessidades do Ensino infantil é grande e urgente. Os novos Professores dessa faixa etária devem estar plenamente atualizados sobre a necessidade de envolver todo o potencial do Aluno enquanto indivíduo em seu processo de aprendizagem. Crianças estimuladas a lidar bem com o seu corpo desde a infância chegarão à juventude mais adaptadas às atividades orais, o que as tornará profissionais com domínio da oratória e de sua postura no mercado de trabalho.
Fonte: Estado de Minas (MG)

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