Já não era sem tempo que a interação ensino fundamental e médio com o worldwideweb – extensivo naturalmente ao ensino universitário – não tivesse vez como ferramenta de aprendizado embasado no surpreendente universo cibernético da informação, do conhecimento, da digitação, da telinha, do avanço high-tech e de tantas outras nomenclaturas deste admirável mundo novíssimo, parafraseando aqui Aldous Huxley, sem a plena acepção de sua fábula, citando-a apenas como referência contextual.
O assunto vem à baila referendado pelo artigo A aula de ponta-cabeça, do economista Claudio de Moura Castro, revista Veja, pág. 24, de 14.12.11. Diz ele: “De dois ou três séculos para cá, o jeito das aulas se fixou em uma fórmula clássica: o professor explica e depois, em casa, os alunos fazem o dever, exercitando o que aprenderam.
Mas eis que pipoca uma novidade: quem sabe virar a rotina da aula de ponta-cabeça? O aluno aprende em casa e depois vai à aula. Nela, com a ajuda do professor, vai se exercitar no que estudou”.
O articulista foi buscar um exemplo de dificuldade de assimilação da disciplina de matemática por alguns alunos que se socorreram à distância, tendo as suas respostas sido enviadas através da hipermídia via YouTube.
Para surpresa do jovem graduado do MIT, Salman Kham, primo dos alunos em questão, o método deu tão certo que ele diversificou os temas e passou a dar aulas criando uma freguesia tamanha, “que chamou a atenção de Bill Gates que o presenteou com US$ 1,5 milhão para a criação da Khan Academy. O sucesso tem sido espantoso, com seu site ultrapassando 60 milhões de acessos para suas 2.700 aulinhas de vinte minutos”.
O educador Paulo Freire chamava de “Educação bancária” o método citado no 2º parágrafo em que o professor dava (e ainda dá) aula e o aluno recebe(ia) o ensinamento como depositário e em casa faz(ia) o dever.
Ele sempre foi contra esse jeito de ensinar, daí ter nascido o seu método de ensino que desafiava o aluno a ver o mundo à sua volta antes de aprender a ler: a conscientização e o pensar criticamente.
Aliás, no excelente ensaio ‘Perspectivas Atuais da Educação’, o professor da USP e diretor do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti, sobre o tema, diz: “as conseqüências da evolução das novas tecnologias (...) ainda não se fizeram sentir plenamente no ensino (...); mas a aprendizagem a distância, sobretudo a baseada na Internet, parece ser a grande novidade educacional neste início de novo milênio”.
Destarte, o uso da informática como ferramenta auxiliar do processo de ensino-aprendizagem dos nossos jovens foi a razão da realização do ‘EduTec-Rio: Educação e novos paradigmas’, em 06.12. Entramos definitivamente na era de conteúdo audiovisual.
Fonte: Diário de Pernambuco (PE)
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