domingo, 15 de janeiro de 2012

Quando o professor não está sozinho

Novamente a reforma educacional de Nova York dita ações para a área em Goiás. A redefinição do perfil do tutor pedagógico na rede estadual de ensino terá a partir deste ano como base o papel desses profissionais na rede de ensino da cidade americana. A proposta não é exclusividade do Estado. É, na verdade, uma ação da Fundação Itaú Social, já testada em dez escolas de São Paulo.
Em dezembro, 303 tutores e 38 coordenadores das subsecretarias re­gionais de Educação de Goiás participaram de curso sobre o assunto, para tirar dúvidas sobre as novas funções. Especialista em Gestão Educacional da fundação, Maria Carolina Noguei­ra Dias explicou, na ocasião, que o projeto-piloto realizado na capital paulista há três anos já tem um resultado muito positivo. 
Foram testadas por lá a tutoria de gestão pedagógica e as tutorias de língua portuguesa e matemática. A avaliação de impacto ainda não foi divulgada, mas Carolina afirma que já é possível ver resultados por meio da avaliação de processos e do índice de adesão. “Hoje, 100% dos professores e coordenadores das escolas envolvidas aderiram ao processo.”

Formação
A diferença dessa nova forma de tutoria é sua característica de formação. O que, segundo a especialista, muda todo o conceito. “Levamos formação em serviço para dentro da escola. O professor tem um par experiente trabalhando com ele na sala de aula e não em uma oficina externa, da qual ele volta sozinho para a escola”, explica Carolina. 
Cláudia Codolo, especialista em gestão escolar do Instituto Fernand Braudel, também é entusiasta da proposta que, segundo ela, pode ser aplicada em qualquer escola. “A tutoria é uma maneira diferente de fazer formação de maneira eficaz e efetiva, porque você está na escola vendo quais são as problemáticas da instituição.” Assim, seria mais possível dar um tratamento personalizado a cada uma.
Mas o processo não é totalmente indolor. Muitos professores e coordenadores oferecem resistência à proposta. Cláudia afirma que, a princípio, parece uma invasão. “Parece que o tutor é alguém de fora que chega para apontar erros”, considera. O que passa com o desenvolvimento da tutoria. “Quando o coordenador tem um par consegue ajuda para colocar o foco na ação.”

Valor mínimo por aluno
O MEC (Ministério da Edu­cação) divulgou na semana passada o valor mínimo que os governos devem investir por aluno do ensino básico público em 2012, que é R$ 2.096,68.
O reajuste, de 21,75%  maior que o de 2011, quando o investimento foi de R$ 1.722,05, considerado insuficiente, deve comprometer ainda mais a qualidade do ensino público – cálculos do CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial), feitos com base no PIB (Produto Interno Bruto), mostram que o total investido no ano passado já deveria ser de, no mínimo, R$ 2.194,56. 
A montante é referente às séries iniciais do ensino fundamental de áreas urbanas e os estados têm liberdade para investirem valores acima dele. Aqueles que não conseguem atingir este patamar recebem complementação do governo federal, por meio do Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Pro­fissionais de Educação).
Fonte: Tribuna do Planalto - Caderno Escola

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