domingo, 10 de fevereiro de 2013

81% estão abaixo do ideal

Professores do Ensino público de Mato Grosso leem mais do que a média nacional. Porém, o hábito não reflete no aprendizado dos Alunos. Pesquisa aponta que 81% dos estudantes, do nono ano, estão abaixo da média no rendimento em leitura e interpretação de texto.
Segundo o Portal QEDU: Aprendizado em Foco, 75% dos Professores da rede pública de Mato Grosso leem livros em suas horas vagas, 23% fazem eventualmente e 2% nunca ou quase nunca lêem. Os dados são baseados nas respostas dos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e divulgados em agosto do ano passado.
Para o Professor Gilmar Soares Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, subsede Várzea Grande (Sintep-VG), os números são surpreendentes devido à situação do Ensino público no Estado. “Os Professores tem um salário baixíssimo, então precisam fazer jornadas duplas e triplas, às vezes, em mais de uma Escola”.
Segundo Ferreira a falta de incentivos para os profissionais de a Educação consumir bens culturais também prejudica as aulas. “Bens culturais como livros, cinema, shows ou teatro são caros demais para o nosso piso. E mesmo quando conseguimos consumir esses bens, falta tempo para significar o conhecimento e poder passar esses conteúdos aos Alunos. Enquanto Alunos de outros países passam até oito horas dentro da sala de aula, nos esforçamos para manter as crianças por quatro horas, isso reflete diretamente na qualidade do Ensino”.
Para a Professora Fany Eloísa Costa, que além de alfabetizadora leciona para Alunos com dificuldades de aprendizado, o Professor tem a obrigação de ler para incentivar o Aluno. “Se queremos formar leitores precisamos dar exemplo. Porém, esbarramos em algumas dificuldades, passamos o dia todo na Escola e mesmo assim levamos muito trabalho para casa, temos que batalhar para conseguir organizar tudo isso”.
Costa afirma que as Escolas também deveriam ter estruturas para receber os Alunos em um período maior de tempo. “O colégio que eu trabalho tem turmas especiais para quem tem mais dificuldade, mas não conseguiria atender todos os Alunos de maneira integral”, afirma.
Segundo o Sintep, a falta de bibliotecas públicas influencia diretamente na pesquisa. O sindicato aponta que atualmente apenas 50% das Escolas municipais e estaduais contam com bibliotecas próprias. “As poucas que ainda tem estão desatualizadas, com livros velhos e gastos”.
Um total de 128.020 bibliotecas deveriam ser construídas entre 2011 e 2020 nas Escolas brasileiras para atender a Lei 12.244, de maio de 2010, que estabelece a obrigatoriedade da existência de um acervo de pelo menos um livro por Aluno em cada instituição de Ensino do País, tanto de redes públicas como privada.
Fonte: Diário de Cuiabá (MT)

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