quarta-feira, 14 de novembro de 2012

10 mitos e verdades na educação brasileira (parte 3)


8. Um bom resultado na Prova Brasil significa que o sistema de ensino é bom
Não necessariamente. É preciso analisar a participação e o número de alunos que fizeram a prova ao longo de várias edições da Prova Brasil para se ter dados mais consistentes. Tome-se como exemplo a cidade de Fernão (SP). Entre os alunos de 5o ano em português, 100% obtiveram resultado com aprendizado adequado em 2009. Mas note-se que apenas 19 alunos fizeram a prova. Assim, apenas com base nessa edição, apesar do resultado unânime, não é possível afirmar se o sistema de ensino é mesmo muito bom.
Caminho: Escreva “São Paulo” na janela inicial de busca. Depois clique em “Explore Cidades” e “Ative o Modo Avançado”. Ordene, então, os resultados por “Aprendizado”, deixando a disciplina de português e o 5o ano selecionados. A cidade que teve melhor qualificação foi Fernão, atingindo 100% de eficiência. Selecione o município, clique em Abrir, depois clique novamente em seu nome. Uma página dedicada exclusivamente ao município será aberta e nela será possível verificar dados mais específicos da cidade, que podem ajudar numa análise mais aprofundada.
Análise do especialista: O resultado da Prova Brasil reflete o aprendizado dos alunos e não apenas a qualidade das escolas e das redes de ensino. O envolvimento dos pais nos estudos e as condições para o estudo em casa também impactam o resultado. Além disso, é importante se atentar a validade do dado. Se a taxa de participação é baixa, talvez os alunos que fizeram a prova não representem o conjunto de alunos da escola, assim como se o número de alunos que fez é baixo, o número de itens e provas aplicados podem não ser suficientes para dar robustez ao resultado.

9. Neste País, a violência na escola é generalizada
Mito. Quando alunos, professores e diretores responderam a questões sobre violência no Censo Escolar 2010, eles chegaram a relatar casos de violência na escola, mas esses números estão muito longe de ser generalizados. Agressões físicas de aluno para professor, por exemplo, foram confirmadas por 8% dos diretores e negadas por 92%.
Caminho: Escreva “Brasil” na janela de busca. O site redirecionará para uma tela em que aparecem várias abas. Selecione a última, chamada “Panorama”. Para entender essas questões, é possível selecionar tanto “Professores” quanto “Alunos” quanto “Diretores”. Ao lado esquerdo de cada uma dessas possibilidades estarão as questões respondidas. Abaixo de “Anormalidades”, selecione a opção “Violência na Escola”. Dentro dela você poderá ter as respostas sobre agressão física, agressão verbal, armas, atentado à vida, furto e roubo.
Análise do especialista: É importante olharmos o cenário da violência em cada tipo de violência individualmente, algo que o QEdu, por meio das respostas dadas nos questionários da Prova Brasil, permite. Alguns estudos já apontaram que o clima escolar é um problema em grande parte das escolas brasileiras. Os dados de agressão verbal relatados por diretores e professores parecem corroborar isso. Mas, quando analisamos os casos de agressão física, os relatos apontam que isso é algo que ocorre apenas em pequena parcela das escolas.

10. O Brasil ainda tem muito o que melhorar na educação
Verdade. Meta do movimento Todos Pela Educação para 2022 é de 70% de nível adequado em português e matemática, no 5.º e no 9.º ano. Até agora, na etapa e disciplina que o país vai melhor, que é português no 5.º ano, alcançou apenas 32% dos alunos com aprendizado adequado.
Caminho: Escreva “Brasil” na janela de busca. O site redirecionará para uma tela em que aparecem várias abas. Selecione a quinta, chamada “Proficiência”. Em qualquer uma das opções selecionadas, seja português ou matemática, em qualquer um dos anos, a meta a ser alcançada em 2022 é de 70% de conhecimento em cada uma das disciplinas.
Análise do especialista: Os resultados mostram que poucos alunos estão tendo o seu direto ao aprendizado garantido. Por outro lado, vemos redes escolares, como a de Foz do Iguaçu (PR) e a de Pedra Branca (CE), que, em um período de quatro anos, conseguiriam dar um grande salto nesse sentido, sendo um alento e indicando caminhos que podem ser seguidos. De qualquer forma, grandes avanços passam por mudanças estruturais, como uma melhor formação e plano de carreira de professores e documentos que orientem mais as escolas do que se espera que todos os alunos brasileiros devem aprender.
Fonte: Portal Porvir

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