terça-feira, 27 de novembro de 2012

Disparidade ainda é grande

Os Alunos que prestaram o Exame Nacional do Ensino médio (Enem) de 2011 apresentaram um pior desempenho se comparado à avaliação anterior. Enquanto a média final da avaliação realizada no ano passado ficou em 494, 8, em 2010 o resultado foi equivalente a 511,21.
O Ministério da Educação (MEC) atribui o declínio à ausência da nota da redação na média. Nacionalmente, a média dos concluintes do Ensino médio das Escolas públicas foi inferior aos da privada. Entre as 50 Escolas melhores colocadas, só três são públicas e estão localizadas em Minas Gerais, Espírito Santo e Pernambuco. Com relação ao melhor desempenho nacional, o Distrito Federal ocupa o 4º lugar. A diferença de pontuação entre as públicas e privadas foi de 474,2 e 569,2 respectivamente.
DF, o colégio particular melhor classificado foi o Olimpo. O diretor de Ensino do estabelecimento, Dalton Franco, avalia que a classificação é resultado de um trabalho em equipe. Segundo o Educador, o bom rendimento estimula cada vez mais os estudantes. “Os nossos Professores preparam os Alunos para todos os vestibulares e exames nacionais, além da Universidade de Brasília (UnB) e o Enem”, informou. Entre as Escolas da rede pública, o Colégio Militar Dom Pedro II. O melhor colocado, apresentou um rendimento superior com uma pontuação equivalente a 578,29 pontos distribuídos entre um percentual de 62% dos que prestaram o exame.
O pior rendimento no DF, entre as Escolas públicas, foi atribuído ao Centro Educacional (CED) Taquara localizado em uma área rural de Planaltina. O CED 2, do Cruzeiro Norte, ocupou a 42ª colocação de pior rendimento do Enem. Segundo a diretora Keila Alvarim, o resultado reflete à situação de a maioria dos Alunos ser oriunda do programa de Educação de Jovens e Adultos. “Os Alunos regulares são mais focados no PAS e nos vestibulares da UnB e o Enem interessa mais aos estudantes do EJA que trabalham o dia todo e não têm tempo de uma maior dedica- ção aos estudos”, aponta. 

Diferenças chocantes de realidades
O Centro de Ensino médio Integrado à Educação Profissional (Cemi), localizado no Gama, ficou em segundo lugar entre as públicas do DF. O estabelecimento promove Ensino em tempo integral e aposta na iniciação científica para aumentar o rendimento dos estudantes. Segundo o diretor Ariomar da Luz, “os 480 adolescentes matriculados no Cemi são constantemente encorajados a participar de projetos pedagógicos. Chegamos a receber uma menção honrosa da Unesco por um projeto que ensinava braile aos estudantes por meio de um computador”, disse o diretor.
O entusiasmo é compartilhado por estudantes, que não poupam elogios ao falar do local onde passam a maior parte do dia. “N os sa casa é quase só para dormir”, relatou Diego Lima, 17 anos. Ele integra o grêmio estudantil do Cemi ao lado de Maria de Fátima, da mesma idade. Ambos apontam a importância do corpo Docente no crescimento dos jovens: “É um grupo de Professores diferenciado.
Eles têm uma relação maior com os Alunos em comparação com outras Escolas que estudei.” Realidade bem diferente é vivida pelo último colocado da lista do Enem, o Centro Educacional Taquara, em Planaltina. Construída nos anos 70, a Escola nunca recebeu uma reforma estrutural. Computadores, por exemplo, são artigos de luxo quando as necessidades imediatas são abastecimento de água e energia elétrica. Em Taquara falta, por exemplo, Professores de geografia e matemática para que os Alunos não percam mais aulas.
Fonte: Jornal de Brasília (DF)

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