segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Projeto “Mais (ou menos?) Educação”

Hoje recebi um telefonema da diretora de uma escola municipal convidando-me para participar do Programa do Governo Federal “Mais Educação”. Vibrei com o convite, pois seria uma oportunidade de compartilhar minha experiência docente com alunos que necessitavam de orientação. Empolgada perguntei qual era o público, já articulando possíveis atividades bem criativas para desenvolver.
- Você trabalhará com turmas do 6º ao 9º ano com produção textual.
- Gostei! Legal! Já tem horário definido? Perguntei para adequá-lo à minha disponibilidade.
- A carga horária semanal é 15h/aula, mas em sala é de 12/h. Teremos uma reunião para definir os dias. Você pode vir na próxima terça às 14h? Falei: - Conte comigo!
- Só um minuto, você trabalhará com alunos com defasagem de idade/série, defasagem de conteúdo, déficit de aprendizagem, com problemas relacionados à leitura, escrita, compreensão textual...
- OK! Um desafio e tanto! Confirmo presença.
Empolgação total! Peguei até um livro com textos e atividades variadas para já levar e verificar a possibilidade de adequá-lo.
Parei um pouco e pensei no salário... Perguntei à senhora que trabalha em minha casa como diarista sobre perfil dos alunos, já que ela faz parte da vizinhança da escola.
- A coisa lá é difícil! Os alunos têm problemas de comportamento, são difíceis, são agressivos...
Peguei o telefone e liguei para a diretora indagando sobre o valor do salário.
- R$300,00 por uma carga horária de 15h/aulas semanais e esse valor é mensal, disse ela. Senti uma forte angústia.
- Gostaria muito de agradecer seu contato, mas por esse valor é impossível fazer parte de um projeto que proponha “Mais Educação”.
Decepcionada, lembrei-me de que minha diarista, que trabalha com a mesma carga horária semanal, ganha mais do que o proposto pelo projeto.
Como dar “Mais” proporcionalmente?
Desculpem-me o desabafo: É sacanagem!
Profa. Jaqueline Dias

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