A Educação enfrenta uma série de desafios para alcançar sua aspiração. Em primeiro lugar, surge - como prioridade máxima - a universalização do ensino básico, assim compreendido a educação Infantil, o ensino médio e a alfabetização de adultos.
Em cada uma dessas faixas etárias de Escolaridade, há peculiaridades distintas, necessidade de equipamentos, recursos instrucionais apropriados e recursos humanos qualificados para responder à demanda. Todas essas políticas setoriais estão condicionadas ao volume de recursos destacados para seu financiamento.
Sem o suporte financeiro adequado, o recrutamento será processado em bases inferiores à procura, o grupo não-engajado ficará integrado a um sistema permanente de excluídos das oportunidades de aprendizagem, e as distorções se encarregarão de tornar a Escola cada vez mais distante de seu público preferencial.
Enfrentar todos esses desafios exige talento e sensibilidade. Um dos obstáculos mais recorrentes diz respeito às falhas no processo de alfabetização na idade adequada.
Nesse aspecto, a Escola aparece apenas como ponto de apoio, exigindo ações complementares no seio da família e da comunidade, seja pela existência de um ambiente social adequado, seja pelos estímulos proporcionados pelo meio cultural, em que as bibliotecas públicas e particulares exercem papel estratégico de alta relevância. Os fatores ambientais são indispensáveis.
As falhas de aprendizagem nos grupos em idade de alfabetização ocorrem no País como um todo, porém com maior intensidade nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e, em menor escala, no Sul e no Sudeste.
As dificuldades se projetam na leitura, na escrita e na realização de operações aritméticas, especialmente, nas classes iniciais, exigindo muita supervisão e um esforço suplementar para superar os obstáculos. Sem a correção das falhas, a aprendizagem sofrerá bloqueio.
O Ceará vem realizando uma experiência bem-sucedida com a aplicação do Programa de alfabetização na Idade Certa, lançado em face de uma realidade inaceitável: em 2007, 32,8% dos estudantes da rede pública com o 2º ano do ensino fundamental concluído eram analfabetos.
Este complemento começou a diminuir as incongruências, reduzindo o percentual para 7% em 2010. A meta, agora, é zerá-lo nos próximos anos, diante da eficácia dos meios empregados.
A conquista corresponde à aplicação do programa nos 184 municípios do Estado, mensurada por meio de verificação realizada com 124 mil alunos. Deste universo, 71% foram aprovados, demonstrando capacidade para ler e escrever.
Agora, o programa se estenderá às turmas do 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental, onde há sinais de fragilidade. A incapacidade para aprender é fruto de vários fatores.
Em primeiro lugar, de falhas nos métodos e nas técnicas aplicados; depois, da falta de motivação do aluno, dominado por atrativos situados fora da Escola formal; agravam o quadro o desencanto do professorado com os seus níveis de remuneração.
Educar é tarefa diária, constante e permanente. Os professores facilitam os meios. Se não houver retorno, os educandos continuarão analfabetos, embora matriculados nas Escolas.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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