Estamos iniciando uma revolução silenciosa e muito perigosa na relação entre pais e filhos. As exigências do mercado de trabalho, de atualização constante, do papel pessoal e familiar que cada um deve desempenhar estão levando os pais a perder o controle sobre seu devido papel na Educação dos filhos.
Ao tentar dar conta de todas estas funções, muitos pais acabam esquecendo a sua condição de modelos e gestores da vida de outro ser humano. Para quem está na linha de frente de um espaço gerador de conhecimento e aprendizagem como a Escola, é desesperador verificar o resultado que essa falta de comprometimento gera nos filhos.
É desanimador perceber o quanto os pais têm passado para a Escola a sua função. E o quanto os pais têm passado das medidas em relação à Escola. O conceito de família se perdeu, e com ele muitos outros, como respeito, diálogo e convivência.
Hoje vemos casais vivendo dentro da mesma casa apenas por necessidade, pois depois da separação de corpos percebem que não conseguem viver em duas casas por conta do financeiro. Ao viver debaixo do mesmo teto, engalfinham-se na frente dos filhos e transformam estas crianças em um fardo quase impossível de se carregar, pois não existem mais limites.
Hoje vemos casais vivendo dentro da mesma casa apenas por necessidade, pois depois da separação de corpos percebem que não conseguem viver em duas casas por conta do financeiro. Ao viver debaixo do mesmo teto, engalfinham-se na frente dos filhos e transformam estas crianças em um fardo quase impossível de se carregar, pois não existem mais limites.
Os pais têm feito horrores na frente dos filhos: culpam as crianças por não terem nascido do sexo desejado por eles, culpam os filhos por não terem nascido inteligentes como eles, culpam até por não conseguir comprar um carro novo, afinal precisam pagar a Escola.
Neste cenário, a criança vira um coadjuvante sem posicionamento, pois como se colocar perante as duas pessoas que ela mais ama? O resultado é devastador para este filho que vai para a Escola e insulta colegas e professoras, pois a criança não está bem, afinal os adultos que estão passando da medida perante ele.
E a Escola precisa educar esta criança... Mas de que forma? Então aparecem "novos" nomes e conceitos como o bullying, que é o grande assunto do momento. Mas onde fica o entendimento do que realmente esta criança está vivendo? Os pais não percebem seu papel, não mensuram o quanto são necessários para este filho, não financeiramente, mas como referência de vida, como processo fundamental na formação de valores e na Educação.
E a Escola precisa educar esta criança... Mas de que forma? Então aparecem "novos" nomes e conceitos como o bullying, que é o grande assunto do momento. Mas onde fica o entendimento do que realmente esta criança está vivendo? Os pais não percebem seu papel, não mensuram o quanto são necessários para este filho, não financeiramente, mas como referência de vida, como processo fundamental na formação de valores e na Educação.
Educação não é Escola. Educação é família em parceria com a Escola. De nada adianta a Escola fazer seu papel de gerir conhecimento, informações, ensinar processos de vida e de conduta, se a família as destrói por conta de sua maneira de viver e agir.
Os adultos estão passando dos limites. E parece não perceberem, por conta de um egoísmo exacerbado, pois imaginem: nem eles ainda viveram e agora precisam deixar o filho viver. Parece que temos uma geração de pais que não sabe o que é ter filhos, que os teve para fazer parte da decoração da casa.
Os adultos estão passando das medidas, achando que os filhos são irmãos mais velhos, ou quem sabe, amigos de boteco, para os quais a dimensão de dialoga se restringe a momentos de festas. Os adultos esquecem que são modelos e que servem como referência para os filhos.
Esther Cristina Pereira, diretora da Escola Atuação e diretora de ensino fundamental do Sinepe/PR. Fonte: O Estado do Paraná (PR)
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