quinta-feira, 12 de maio de 2011

Desafios para a Educação do século XXI

 

Um país se faz com homens e livros, isso afirmou Monteiro Lobato, o grande escritor brasileiro. E justiça seja feita: Lobato foi um exemplo de patriotismo e vanguarda.
Ele deixou lições preciosas para todos os tempos e todas as idades. Então, o que devemos fazer é ler, pesquisar, refletir e encontrar novos caminhos para a Educação neste século XXI, que não anda bem, necessita de uma revolução.
A Educação engloba ensinar e aprender. E também algo menos tangível, mais profundo: construção do conhecimento, bom julgamento e sabedoria. A Educação tem nos seus objetivos fundamentais a passagem da cultura de geração para geração.
A saúde, a segurança, a infra-estrutura, o meio-ambiente, as relações interpessoais, a solidariedade, a ética etc, têm que ser alicerces para construir a moradia da Educação. Podem nos tirar bens materiais, da família, da terra natal, mas não há um ser capaz de retirar do outro a sabedoria. Esta não pode ser roubada.
Por tudo quanto se deseja para o mundo educacional, a Educação do século XXI não pode ficar olhando para o passado, deve, antes de tudo, olhar o futuro horizonte, pensar em trabalhar, com os alunos, objetivos significativos, tais como: valorizar a inteligência coletiva e não a individual; perceber que todos são capazes e não uma minoria; valorizar as inteligências múltiplas; a emoção e a imaginação devem ser tão importantes quanto o conhecimento técnico; ter capacidade de resolver questões abertas e imaginar futuros alternativos, assim como a necessidade contínua de adquirir novos conhecimentos durante toda a vida. A Educação não é um processo estanque.
Avistamos que enquanto o desafio da globalização é ter a visão do todo, a Escola continua separando as disciplinas, o complexo é reduzido ao simples, exigindo cada vez menos a compreensão e a reflexão, fazendo com que os jovens percam suas aptidões naturais de contextualizar os saberes e integrá-los em conjuntos, produzindo, assim, ignorância e cegueira.
A mente humana precisa ser desenvolvida e não atrofiada (Morin, 2003). A Educação não pode mais ter, somente, um conteúdo determinado, aquele que o aluno assimila e carrega para o resto da vida. A Escola deve pensar na diversidade do mundo em que vivemos e que as pessoas devem está preparadas para lidar com os múltiplos contextos da vida.
Entende-se que para a Educação mudar o mundo é preciso que atinja, pelo menos, os quatro pilares do conhecimento, quais sejam: aprender a conhecer; aprender a viver juntos; aprender a fazer; aprender a ser.
É, também, fundamental, que as Escolas estejam debruçadas nos sete saberes necessários à Educação do futuro: necessidade de conhecer o que é conhecer; a capacidade de conhecer o conhecimento; a capacidade de ensinar a condição humana; a identidade terrena; enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão; ensinar a ética do gênero humano.
Entende-se que a Educação do século XXI não tem a finalidade única de preparar os alunos para o mercado de trabalho, mas facilitar a adaptação aos diferentes trabalhos que aparecem com a evolução da produção diante da globalização, onde talento e criatividade são importantes, assim como formar cidadãos democráticos e conscientes dos seus direitos e deveres e que resgate o ser humano existente dentro de cada um de nós.
Para que o trabalhador tenha condições de atender a todas estas exigências, é preciso que a Educação do século XXI esteja voltada para o desenvolvimento do aluno como um todo.
O que requer um pensamento moderno em relação à Educação, sendo necessário equilibrar as políticas educativas e culturais, a formação dos professores, os métodos pedagógicos e o conteúdo, sempre em busca da apropriação do saber, através de uma Educação de qualidade que proporcione ao aluno buscar e compartilhar conhecimento.
Assim, é urgente uma reforma educacional que privilegie a integração do conhecimento com a moral e a ética construindo assim, um mundo mais solidário e justo.

Luísa Galvão Lessa, Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá. Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Pesquisadora Sênio da CAPES.

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