terça-feira, 31 de maio de 2011

O que nos torna humanos

Na última sexta-feira, em Paris, tive a grande honra de ser nomeado Embaixador da Boa Vontade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Mas, se, na sexta-feira, a nomeação foi uma honra, hoje já é uma enorme responsabilidade. A Unesco é tão relevante, faz coisas fantásticas para o mundo. Estou na Unesco para ajudá-la a se comunicar, a alcançar e a mobilizar pessoas em torno de suas insuperáveis causas: a Educação, a ciência e a cultura.
É isso o que nos torna humanos. Quando Oskar Metsavaht, Vik Muniz e eu recebemos a missão de Irina Bukova, diretora-geral da Unesco, relatei a história do meu primeiro trabalho com a organização.
Era o ano de 1987, eu era um redator de 29 anos, em começo de carreira, e recebi a tarefa de levantar dinheiro para reformar o dilapidado Centro Histórico de Salvador, minha cidade natal. Ele tinha sido apontado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Disse a meu chefe que queria pedir apoio a Akio Morita, fundador da Sony, o equivalente hoje a pedir ajuda a Steve Jobs.
As pessoas da agência disseram: "Esse cará tá louco!" Mas procurei a Sony Brasil e, em uma semana, recebi a resposta de Morita. E muito mais: ele tinha gravado o texto que enviei em cima das imagens da campanha, várias vezes, uma atitude tão singela e digna que fortaleceu nossa mensagem.
Muitos anos se passaram, mas nunca esquecerei suas palavras: "Meu nome é Akio Morita, sou o presidente da Sony Corporation e fui convidado a apoiar o Centro Histórico de Salvador, um lugar em que nunca estive. Mas, se as Nações Unidas dizem que ele pertence à humanidade, isso significa que ele pertence a mim também". As palavras, as ideias que elas representam, têm um poder mágico. A comunicação é o seu meio de transmissão. E comunicar é educar.
Vivemos em plena era da comunicação. A Educação, como todos os outros setores, será transformada por essa nossa nova capacidade de comunicação total, instantânea e profunda ao mesmo tempo.
Dois filantropos e empreendedores revolucionários -Bill Gates, da Microsoft, e Mark Zuckerberg, do Facebook- focam esforços na Educação por um motivo: ela é ao mesmo tempo a base e o topo. Podemos aprender muito com os dois nessa área.
A Bill & Melinda Gates Foundation gasta centenas de milhões de dólares para promover grupos de pressão ligados à Educação. Não basta só investir na infraestrutura física e no corpo docente das escolas, mas na organização e na projeção dos grupos interessados no progresso dessas escolas: alunos, pais de alunos, professores, educadores. Gente que lutará e garantirá que a escola funcione bem.
Todos na escola ganharão quando alunos, pais, professores e autoridades se comunicarem mais e melhor entre si e entre todos. As redes sociais estão aí para isso. Zuckerberg, do Facebook, bilionário aos 25 anos, destinou US$ 100 milhões para a melhoria do ensino público em Newark (Nova Jersey).
Ele diz que sua melhor experiência em Harvard (que não concluiu) foi o contato com os outros alunos, aprender e criar coisas com os demais colegas.
Zuckerberg vê a Educação (assim como a mídia toda, shopping, saúde, finanças...) tornando-se uma função muito mais social nos próximos anos.
Ele antevê tecnologia e softwares que permitirão um aprendizado muito mais coletivo do que hoje, aluno aprendendo com aluno, aluno vendo on-line outro aluno estudar.
Aquele dia primaveril de Paris me encheu de orgulho e de responsabilidade.
Ao chegar ontem ao Brasil, ao outono paulistano, ela ficou maior ainda. As necessidades na Educação e na cultura são tantas por aqui comparadas aos países mais desenvolvidos. É basicamente isso que nos separa deles. Nosso país ao menos já encontrou o caminho. Agora, para percorrê-lo, precisamos de boa Educação. Para todos.
NIZAN GUANAES, publicitário e presidente do Grupo ABC. In Folha de São Paulo (SP)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Primeira escola verde do Brasil já “dá frutos” no Rio

É na zona oeste da cidade do Rio que foi instalada a primeira escola verde do país. Resultado de uma parceria público-privada, está localizada no bairro de Santa Cruz, que possui um dos IDHs mais baixo da capital: 0,742. Quanto mais perto de 1, mais desenvolvida é a região - na Gávea, bairro nobre da zona sul carioca, o índice é 0,970.
Novidade que chama a atenção dos moradores, o Colégio Estadual Erich Walter Heine conta com painéis solares, reaproveitamento da água da chuva, iluminação natural e, claro, área para reciclagem.  Embora aberta há apenas três meses, a escola já dá frutos: tem gente levando para casa o que aprendeu na sala de aula. “Meu pai montou um sistema de captação da água da chuva lá em casa”, conta o estudante Hebert Elias Sanches, de 17 anos. “Usamos para lavar a roupa, limpar o quintal e sanitários. A conta d’água está mais barata”, afirma.
Na escola, além de lições de sustentabilidade, o ensino é profissionalizante. Alunos de 14 a 17 anos recebem aulas técnicas de administração. Em meio a ensinamentos de logística e afins, também chama atenção dos estudantes o “telhado verde”, que pode ser visitado pela comunidade escolar. E, no futuro, também por moradores, já que a direção faz planos de abrir as portas do colégio nos finais de semana. Funciona assim: plantas espalhadas pela cobertura ajudam a reter a água da chuva, reduzir o calor e, de quebra, neutralizar as emissões de carbono.
Painéis solares aquecem a água do vestiário, mas a economia de energia também é garantida por lâmpadas LED e sensores de presença que desligam automaticamente luzes e aparelhos de ar-condicionado na ausência de pessoas no local.
O gerente de projetos da Secretaria Estadual de Educação, Sérgio Menezes, afirma que existem apenas 120 escolas como essa no mundo, sendo 118 delas nos Estados Unidos.
Na escola carioca, a água da chuva é captada e armazenada para depois ser usada nos sanitários, jardins e na lavagem dos pisos.
“A redução de água potável chega a 50%”, diz William Nogueira, gerente de relações institucionais da siderúrgica ThyssenKrupp CSA, que patrocinou a iniciativa, com R$ 11 milhões. “Todas as madeiras utilizadas na construção são certificadas. Além disso, os vidros das janelas filtram os raios solares, o que proporciona conforto térmico e economia de energia. É preciso ressaltar que o conceito da acessibilidade está por toda a escola, para facilitar a rotina dos portadores de necessidades especiais”, destaca Nogueira.
Por e-mail, a arquiteta responsável pelo projeto, Maria José Gerolimich, da Arktos Arquitetura Sustentável, explica que a escola foi construída em forma de catavento, de maneira que o ar circule por todo o espaço.
O teto, que favorece a iluminação natural, conta com áreas abertas que fazem com que o ar quente suba e se dissipe como em uma chaminé.
“Muitos desses conceitos eu conhecia apenas na teoria. Agora, virou prática mesmo. E estou adorando, porque dá para ver os resultados”, comemora a estudante Natália Duarte da Silva Serra, de 14 anos.
Fonte: IG Educação

Escola verde: Projeto pedagógico

Os 200 alunos matriculados no Colégio Estadual Erich Walter estudam em horário integral: das 7h às 17h dividem as aulas convencionais de Matemática, Ciências e Português com o curso técnico.
Para tornar a rotina dos alunos mais interessante, as disciplinas foram integradas umas às outras. “Por exemplo, as aulas de matemática conversam com outras disciplinas, como estatística, por exemplo. Esses professores interagem e podem até aplicar provas em conjunto”, diz Sérgio Menezes, gerente de projetos da Secretaria de Educação. “Os alunos também cultivam uma horta orgânica na escola, e o que for colhido irá direto para a cantina onde eles almoçam. Enquanto o professor de biologia explica as características de alguns alimentos, o de química fala sobre o solo. É tudo integrado”, acrescenta.
Entrar para o Erich Heine não foi fácil. De acordo com a secretaria de Educação 1.837 alunos disputaram as 200 vagas disponíveis. Professores passaram por um rigoroso processo de seleção: foram 741 inscritos para 21 vagas. A direção também foi selecionada por concurso.
Além disso, os docentes foram submetidos a um treinamento, já que ThyssenKrupp CSA, co-gestora do projeto, contratou uma consultoria pedagógica para desenvolver conteúdo próprio para a escola.
Como trabalham em regime de dedicação exclusiva, os professores da escola ganham um pouco mais que os demais que integram a rede estadual. “Eles contam com um acréscimo de cerca de R$ 800, por meio de gratificação garantida pela ThyssenKrupp CSA", esclarece Menezes.
O gerente de projetos da Secretaria de Educação do Rio diz que a siderúrgica, cuja sede fica no bairro de Santa Cruz, atendeu a sugestão do Estado de construir a escola porque há na região carência da mão de obra qualificada. “Não temos dúvidas de que os alunos da escola sairão todos empregados ou em estágios. A demanda é grande”, assegura Nogueira.
Nas aulas de administração, os alunos recebem noções de logística, marketing, aprendem a redigir um contrato social e recebem aulas de informática. “Todos vão ganhar, em breve, notebooks que serão doados pela empresa”, diz Nogueira.
Fonte: IG Educação

Escola Verde "acima das particulares"

Pelos corredores, a empolgação é grande. “Tenho certeza de que estou em um nível bem acima que o de muitos alunos matriculados em boas escolas particulares”, diz o aluno Hebert Elias. “A proposta é muito legal, nem vejo o dia passar. E olha que fico aqui o dia inteiro”, reforça a estudante Raysa dos Santos, de 16 anos.
O Colégio Estadual Erich Walter Heine é terceira escola técnica conceitual inaugurada pelo governo do Rio. A primeira foi a Nave (Núcleo Avançado em Educação), em parceria com o instituto Oi Futuro, voltada para o ensino tecnológico. A segunda foi a Nata (Núcleo Avançado em Tecnologia de Alimentos), em ação conjunta com a Secretaria Estadual de Agricultura e o grupo Pão de Açúcar. O governo do Estado estabeleceu a meta de construir 11 escolas técnicas e conceituais até 2014.
De acordo com o gerente de projetos da Secretaria de Educação, o governo do Estado acaba de autorizar a implantação de uma nova escola técnica em Paraíba do Sul, no Centro Fluminense, em parceria com o grupo Lemgruber. "Será mais um centro do Ensino Médio Integrado de Parceria Público-Privada (EMIPP), voltado para formação de mão de obra técnica em Química, já que é grande a carência desse profissional na região", antecipa Sérgio Menezes.
Fonte: IG Educação

domingo, 29 de maio de 2011

Avança a Alfabetização

A Educação enfrenta uma série de desafios para alcançar sua aspiração. Em primeiro lugar, surge - como prioridade máxima - a universalização do ensino básico, assim compreendido a educação Infantil, o ensino médio e a alfabetização de adultos.
 Em cada uma dessas faixas etárias de Escolaridade, há peculiaridades distintas, necessidade de equipamentos, recursos instrucionais apropriados e recursos humanos qualificados para responder à demanda. Todas essas políticas setoriais estão condicionadas ao volume de recursos destacados para seu financiamento.
Sem o suporte financeiro adequado, o recrutamento será processado em bases inferiores à procura, o grupo não-engajado ficará integrado a um sistema permanente de excluídos das oportunidades de aprendizagem, e as distorções se encarregarão de tornar a Escola cada vez mais distante de seu público preferencial.
Enfrentar todos esses desafios exige talento e sensibilidade. Um dos obstáculos mais recorrentes diz respeito às falhas no processo de alfabetização na idade adequada.
Nesse aspecto, a Escola aparece apenas como ponto de apoio, exigindo ações complementares no seio da família e da comunidade, seja pela existência de um ambiente social adequado, seja pelos estímulos proporcionados pelo meio cultural, em que as bibliotecas públicas e particulares exercem papel estratégico de alta relevância. Os fatores ambientais são indispensáveis.
As falhas de aprendizagem nos grupos em idade de alfabetização ocorrem no País como um todo, porém com maior intensidade nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e, em menor escala, no Sul e no Sudeste.
As dificuldades se projetam na leitura, na escrita e na realização de operações aritméticas, especialmente, nas classes iniciais, exigindo muita supervisão e um esforço suplementar para superar os obstáculos. Sem a correção das falhas, a aprendizagem sofrerá bloqueio.
O Ceará vem realizando uma experiência bem-sucedida com a aplicação do Programa de alfabetização na Idade Certa, lançado em face de uma realidade inaceitável: em 2007, 32,8% dos estudantes da rede pública com o 2º ano do ensino fundamental concluído eram analfabetos.
Este complemento começou a diminuir as incongruências, reduzindo o percentual para 7% em 2010. A meta, agora, é zerá-lo nos próximos anos, diante da eficácia dos meios empregados.
A conquista corresponde à aplicação do programa nos 184 municípios do Estado, mensurada por meio de verificação realizada com 124 mil alunos. Deste universo, 71% foram aprovados, demonstrando capacidade para ler e escrever.
Agora, o programa se estenderá às turmas do 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental, onde há sinais de fragilidade. A incapacidade para aprender é fruto de vários fatores.
Em primeiro lugar, de falhas nos métodos e nas técnicas aplicados; depois, da falta de motivação do aluno, dominado por atrativos situados fora da Escola formal; agravam o quadro o desencanto do professorado com os seus níveis de remuneração.
Educar é tarefa diária, constante e permanente. Os professores facilitam os meios. Se não houver retorno, os educandos continuarão analfabetos, embora matriculados nas Escolas.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)

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Salve, salve, meus amigos diqueiros

Estamos, hoje, em festa para receber um novo diqueiro, amigo da amiga e também diqueira Talita. Para ocupar a cadeira 113, estendemos tapetes vermelhos para o historiador José Francisco, outro interessado nos caminhos que o idioma percorre como indiscutível marca identitária de nossa gente, não é? Falando nisso, para quem quiser visitar, está disponível no blog do IFF (ifforme centro) o trabalho que desenvolvo com pesquisadores do Ensino Médio do IFF. Isso mesmo! Ensino Médio! Nosso trabalho foi aprovado pela FAPERJ, junto a outros três do campus, e os meninos recebem bolsa para pesquisar os "cabruncos e lamparões da terra goitacá"

Vamos, juntos, à dica!

A palavra junto só apresenta flexão (feminino ou plural) quando é adjetivo. Observe alguns exemplos:

“As duas irmãs viajam juntas.”

“Os livros estão juntos na prateleira do armário.”

As locuções prepositivas junto a e junto de (=perto de, ao lado de) são invariáveis.

“A sala de reuniões fica junto ao gabinete.”

“Os livros estão junto da prateleira do armário.”

Observação:

Observem, no entanto, que há um uso meio "atravessado" da palavra junto fora do seu real significado (=colado, unido, ao lado):

“Contraiu um empréstimo junto ao Banco Itaú”. Será que foi no Banco vizinho ao Itaú? Na verdade, ele contraiu o empréstimo no Banco Itaú.

“Só resolverá o problema junto à diretoria da instituição”. Deve ser no banheiro que fica ao lado!! Devemos resolver o problema com a diretoria da empresa.

“O Americano contratou o zagueiro junto ao Goytacaz”. Agora fiquei em dúvida. Terá sido no posto de gasolina da esquina, no supermercado Preço Bom que fica próximo ou no Batalhão da Polícia que fica perto? É brincadeira e uma homenagem aos clubes de Campos. Bastaria dizer que o Americano contratou o zagueiro do (ou “ao”) Goytacaz.

É isso, gente!

Até quarta, abraços da Edinalda

sábado, 28 de maio de 2011

A receita para melhorar a educação - como implantar os itens de excelência?

No artigo “A Receita para Melhorar a Educação Pública”, reproduzi a palestra do professor Celso Antunes, proferida no XI Congresso de Trabalhadores em Educação de Roraima, enumerando os itens encontrados nas Escolas públicas chamadas de “ilhas de excelência”.
Concluí o texto afirmando que os governos devem refletir sobre como implantá-los em todas as Escolas públicas do País. Neste artigo, apresento sugestões de como fazê-lo com base nas minhas próprias aspirações de professor com mais de 20 anos de magistério.
Para que tenhamos gestores Escolares competentes, com o perfil descrito por Antunes, é necessário, primeiro, que se mude o atual modelo de gestão. Urge cumprir a Lei 9394/96, que prevê uma gestão democrática, implantando eleição direta com critérios predefinidos que impeçam manipulações político-partidárias e a eleição de pessoas sem a menor qualificação profissional.
Em segundo lugar, é preciso que o gestor passe por uma avaliação periódica de desempenho, a exemplo do que já ocorre com o professor, e receba treinamento para corrigir eventuais falhas administrativas. 
Para que tenhamos professores criativos e eficientes, capazes de envolver até mesmo aqueles alunos mais indisciplinados e/ou indiferentes, é necessário que se mude a grade curricular dos cursos de formação docente, transferindo a ênfase da teoria para a prática pedagógica, com suporte metodológico inovador e diversificado.
É preciso, por conseguinte, que o professor receba valorização profissional, com alívio da carga horária, salário igual ou superior, por exemplo, ao dos profissionais de carreira do Judiciário, financiamento de sua formação continuada e condições dignas de trabalho.
Para que os funcionários de apoio atuem como educadores, é necessário que sejam valorizados com boa formação acadêmica e com planos de carreira promissores.
É inadmissível que os serviços de apoio técnico nas Escolas sejam terceirizados ou que os profissionais concursados recebam um salário mínimo ou pouco mais que isso, como vem ocorrendo em todos os níveis de governo.
Para que os pais participem da vida Escolar de seus filhos, não basta haver bons gestores, excelentes professores e eficientes funcionários de apoio, é necessário também que a conjuntura social e econômica seja favorável. Os governos têm a obrigação de fomentar a geração de emprego e renda, ao invés de manter programas assistencialistas.
A carência financeira impele pais a buscarem mais de um subemprego para garantir, pelo menos, duas refeições diárias aos filhos. É claro que isso não justifica a alienação em relação ao acompanhamento da vida Escolar, mas explica, em muitos casos.
Para que a avaliação seja completa e ampla, é necessário que o professor tenha boa formação – isso já foi discutido no terceiro parágrafo. Mas é preciso também que se defina um padrão mínimo de qualidade para cada série e um sistema eficaz de acompanhamento dos alunos que apresentem deficiência de aprendizagem, a fim de promover o nivelamento das turmas.
Não é concebível, por exemplo, que um aluno conclua a quarta série do ensino fundamental sem conhecer as quatro operações e sem saber ler e escrever um simples texto.
Como se pode depreender, não dá para transferir os cinco itens de excelência para todas as Escolas por decreto, como num passe de mágica. É preciso, acima de tudo, vontade política.
Sem dúvida que isso passa também pelo combate à corrupção, pelo aumento do percentual do PIB destinado à Educação, de 5% para 10%; pela distribuição justa dos recursos nos três níveis de ensino (a maior parte do dinheiro hoje vai para o nível superior) e pelo equilíbrio de investimentos entre os três níveis de governo (o governo federal é o que mais arrecada e o que menos investe).
Professor Antonio de Souza Matos - matoseluiza@yahoo.com.br

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Bom diretor, boa escola

Ele está à frente de professores, pedagogos e funcionários, é o principal receptor de reclamação dos pais, precisa lidar com alunos indisciplinados, cumprir prazos de processos burocráticos, representar a instituição em entidades de classe e responder às autoridades públicas por tudo o que acontece na Escola.
É difícil elencar todas as atividades exercidas por um diretor, mas facilmente se conclui que a qualidade de uma escola  está diretamente vinculada à capacidade de quem a dirige.
De todas as atividades exercidas por um diretor no dia a dia, o atendimento aos pais, alunos e professores é certamente a que exige mais tempo e é também de onde surgem os conflitos mais relevantes.
Se a capacitação técnica é indispensável para o bom andamento dos processos administrativos, são as qualidades individuais que fazem diferença no relacionamento com públicos tão distintos.
Doutor em Educação e pesquisador pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Malheiro aponta alguns elementos essenciais para quem deseja se tornar um diretor virtuoso. “O principal é merecer a confiança de seus subordinados, fruto da boa autoridade, que é o saber publicamente reconhecido”, explica Malheiro.
Segundo o pesquisador, um diretor consegue mais cooperação quando mostra que entende do que fala do que quando lembra às pessoas ao seu redor o que pode fazer com sua autoridade.
“A sabedoria é a grande qualidade de quem deve mandar. E ela não vem só dos anos de vida, mas do hábito de refletir sobre os problemas e encontrar soluções verdadeiras”, diz.
A habilidade do diretor no relacionamento com sua equipe é testada principalmente em momentos de crise, quando surgem divergências em relação a métodos de trabalho ou linhas de pensamento.
De acordo com Malheiro, ao lidar com situações tensas é indispensável a quem tem autoridade manter o respeito por aqueles que pensam de forma diferente. “A base de qualquer diálogo amistoso é sempre a humildade intelectual e a moderação das paixões”, afirma. Ele acrescenta que boa parte dos impasses pode ser evitada se houver clareza nos princípios e objetivos educacionais que regem a Escola.

Profissionalizar a gestão ainda é um desafio
Há cerca de 20 anos, termos como visão estratégica ou excelência em gestão eram completamente estranhos à área de Educação no Brasil e os próprios profissionais do setor os vinculavam a ambientes empresariais.
Com o aperfeiçoamento dos índices de medição de aprendizagem, o lento desenvolvimento da Educação brasileira ganhou números, foi comparado e superado por sistemas de países em condições semelhantes.
A evidência dessa fraqueza aproximou profissionais da área de ferramentas administrativas para a superação de resultados, alcance de metas e objetivos.
Hoje a gestão Escolar enfim se tornou tema frequente nas discussões da área, mas sua aplicação concreta ainda deixa a desejar.
Segundo Renato Casagrande, pró-reitor de graduação e professor do curso de especialização em Gestão de Instituições Educacio­nais da Universidade Positivo, a administração de Escolas no Brasil, especialmente na rede pública, ainda é bastante amadora.
“Os gestores eleitos raramente têm preparo, são escolhidos por serem populares e as ações tomadas funcionam na base da tentativa e erro, sem profissionalismo”, constata o professor.
Para Casagrande a própria legislação é uma das causadoras do problema, já que impõe às Escolas que escolham o diretor entre os membros do corpo docente, sem a possibilidade de trazer alguém capacitado de fora.
Mandatos curtos e trocas constantes na direção são outros problemas que tornam mais difícil a prática de uma gestão eficiente na rede pública. “Às vezes um diretor que fez oposição ao anterior assume, então começa tudo do zero, sem rotina, sem método e sem sistema. Isso compromete o cargo”, diz Casagrande.
Fonte: Gazeta do Povo (PR)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sala de aula brasileira é a mais indisciplinada

As salas de aula brasileiras são mais indisciplinadas do que a média de outros países avaliados em um estudo do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, na sigla em inglês).
O estudo, feito com dados de 2009 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), aponta que, no Brasil, 67% dos alunos entrevistados disseram que seus professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar um longo período até que a classe se acalme para dar prosseguimento à aula.
Entre os 66 países participantes da pesquisa, em média 72% dos alunos dizem que os professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar que a classe se discipline.
Os países asiáticos são os mais bem colocados no estudo: no Japão, no Cazaquistão, em Xangai (China) e em Hong Kong, entre 93% e 89% dos alunos disseram que as classes costumam ser disciplinadas.
Finlândia, Grécia e Argentina são os países onde, segundo percepção dos alunos, os professores têm de esperar com mais frequência para que os alunos se acalmem.
O estudo foi feito com alunos na faixa dos 15 anos.
O estudo identificou que os distúrbios em sala de aula estão, em média, menores do que eram na pesquisa anterior, feita no ano 2000.
De acordo com o levantamento, "a disciplina nas escolas não deteriorou - na verdade, melhorou na maioria dos países" diz o texto da pesquisa.
- Em média, a porcentagem de estudantes que relataram que seus professores não têm de esperar muito tempo até que eles se acalmem aumentou em seis pontos percentuais.
Segundo o estudo, a bagunça em sala de aula tem efeito direto sobre o rendimento dos estudantes. Salas de aula e escolas com mais problemas de disciplina levam a menos aprendizado, já que os professores têm de gastar mais tempo criando um ambiente ordeiro antes que os ensinamentos possam começar, afirma o relatório da OCDE.
O texto ainda aponta que "estudantes que relatam que suas aulas são constantemente interrompidas têm performance pior do que estudantes que relatam que suas aulas têm menos interrupções".
A criação desse ambiente positivo em sala de aula tem a ver, segundo a OCDE, com uma "relação positiva entre alunos e professores". Se os alunos sentem que são levados a sério por seus mestres, eles tendem a aprender mais e a ter uma conduta melhor, conclui o relatório.
No caso do Brasil, porém, a pesquisa mostra que os estudantes contam menos com seus professores do que há dez anos.
- Relações positivas entre alunos e professores não são limitadas a que os professores escutem  seus pupilos). Na Alemanha, por exemplo, a proporção de estudantes que relatou que os professores lhe dariam ajuda extra caso necessário cresceu de 59% em 2000 a 71% em 2009.
Já no Brasil essa proporção de estudantes caiu de 88% em 2000 para 78% em 2009.
Fonte: R7

Mais estudo, melhor salário

Os homens ainda são maioria no mercado de trabalho e possuem salário maior que o das mulheres, segundo o Cadastro Central de Empresas 2009 (Cempre), divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, ao contrário do que ocorria no passado, o gênero não é mais tão determinante para o sucesso profissional. O que impulsiona o salário atualmente é o nível de escolaridade.
Embora os homens ganhassem 24,1% a mais do que as mulheres, segundo a média nacional, a escolaridade mostrou-se mais determinante para o nível salarial. Os trabalhadores que tinham curso superior ganhavam um salário 225% maior do que os que não concluíram a faculdade.
De um montante de 40,2 milhões de trabalhadores assalariados, 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5%) contra apenas 6,6 milhões de pessoas com curso superior (16,5%). No entanto, essa fatia de trabalhadores que concluíram a faculdade concentrou R$ 310,6 bilhões, ou 39,7% da massa salarial, enquanto os outros R$ 471,3 bilhões, ou 60,3%, foram distribuídos entre os trabalhadores com menor escolaridade.
O salário médio mensal, em 2009, foi de R$ 1.540,59 ou 3,3 salários mínimos. Os homens receberam, em média, R$ 1.682,07, ou 3,6 salários, enquanto as mulheres receberam R$ 1.346,16, ou 2,9 salários.
O levantamento foi conduzido com 4,8 milhões de empresas e organizações, que reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões (58,1%) eram homens e 33,6 milhões (83,5%) não tinham nível superior.
Fonte: IG Economia

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Salve, meus amigos diqueiros!

Por sugestão de CHICO DE AGUIAR, que não é diqueiro, mas ama a Língua Portuguesa, abordo hoje uma questão que, segundo ele, "está na mídia". Trata-se do uso do verbo chamar, empregado modernamente (e erradamente) por repórteres e apresentadores de TV.
O verbo chamar tem algumas peculiaridades e uma delas (a que ele aponta) é utilizada quando se quer saber o nome de alguém. A interlocução correta é:

COMO VOCÊ SE CHAMA?
Neste caso, o pronome SE é indispensável porque o verbo é pronominal e tem o sentido de ter por nome. Chico, nosso consulente, afirma que a TV criou uma regência para o verbo e pergunta: COMO VOCÊ CHAMA?
A pessoa que ouve isso tem o direito de perguntar: Chamo quem?

Está errado e a mídia deveria se preocupar com essas ocorrências infelizes e deixar que os professores de Português trabalhem em favor dos usos linguísticos.
Há outros empregos para o verbo e descrevo abaixo para vcs, retirados do Aulete:
1- Pronunciar o nome de (alguém), para que venha ou se apresente [td.: A atendente chamou o paciente da vez] [tr.  + por: O menino chamou pela mãe.]
2- Fazer ou tentar fazer vir (usando a voz, gesto, sinal sonoro ou qualquer outro meio para atrair a atenção) [td.: chamar um táxi / um médico / a polícia.]
3- Enviar ou divulgar instrução ou pedido a, para que se apresente; CONVOCAR. [td.: O juiz chamou a primeira testemunha: O estado chamará os professores concursados] [tdi.  + a, para: O sino chama os fiéis à /para a missa.]
4- Obter, angariar, atrair [td.: Com gestos, tentava chamar a atenção do amigo.]
5- Escolher, convidar (para cargo ou emprego); DESIGNAR; NOMEAR. [tdp.: O presidente chamou um antigo adversário para ministro. Nesta acepção, o verbo vem normalmente seguido da prep. para.]
6- Fazer com que (algo, alguém) se manifeste, aconteça; ATRAIR. [td.: Desgraça chama desgraça.]
7- Invocar para auxílio, proteção. [tr. + por: Chamou por Deus e por Nossa Senhora.]
8- Soar (o telefone ou aparelho similar) em sinal de chamada. [int.: O telefone não parava de chamar.]
9- Acionar mecanismo (em geral para fazer vir algo) ou circuito elétrico através de um comando ou botão [td.: chamar o elevador.]
10- Fazer despertar do sono; ACORDAR. [td.: Pediu que o chamassem às seis horas em ponto.]
11- Dar ou atribuir nome, apelido etc. a [tdp.: Os pais a chamaram Ana em homenagem a avó.]
12- Conferir qualidade, título, atributo; QUALIFICAR; TACHAR. [tdp.: Chamaram-no de traidor.: "Capitu chamava-me às vezes bonito..." (Machado de Assis, Dom Casmurro). É muito comum o emprego da prep. de antes do título ou qualidade.]
13- Ter por nome. [tp.: Ela se chama Clarisse.] Eis nossa dica!
14- Incitar (alguém) a (fazer algo). [tdr. + a: Chamou os funcionários à responsabilidade.]
15- Reclamar, exigir. [td.: É um crime hediondo, que chama todo o rigor da lei] [td.]
16- Tomar (algo) como (sua) responsabilidade, arcar com; ASSUMIR [tdi.  + a, para: Chamou a si a responsabilidade (pelos enganos).]

É isso, pessoal, até domingo,
Edinalda

terça-feira, 24 de maio de 2011

O poder do erro

 

Eu não queria escrever sobre esse tema, por esgotamento. Mas tenho lido tanta bobagem, com o tom furibundo das ignorâncias sólidas, sobre o livro didático que “ensina errado”, que não resisto a comentar.
É impressionante como observações avulsas, sem contexto, eivadas de um desconhecimento feroz tanto do livro em si como de seu pressuposto linguístico, podem rolar pelo país como uma bola de neve, encher linguiça de jornais, revistas e noticiários e até mesmo estimular o “confisco” do material pela voz de políticos.
Instituições de alto coturno, como a Academia Brasileira de Letras, manifestaram-se contra o horror de um livro didático que “ensina errado”. Até o presidente do Congresso, o imortal José Sarney, tirou sua casquinha patriótica.
A sensação que fica é de que há uma legião de professores pelo Brasil afora obrigando alunos a copiar no caderno as formas do dialeto caipira, com o estímulo homicida do MEC (de qualquer governo – seria o fim da picada politizar o tema).
Sim a Educação brasileira vai muito mal, mas estão errando obtusamente o foco. O que essa cegueira coletiva mostra, antes de tudo, é o fato de que a linguística – a primeira ciência humana moderna, que se constituiu no final do século 18 com o objetivo de compreender a evolução das línguas – não entrou no senso comum.
As pessoas, letradas ou não, sabem mais sobre Astronomia do que sobre o funcionamento das línguas, mas imaginam o contrário.
Eis uma cartilha básica, nos limites da crônica: toda língua, em qualquer parte do mundo e em qualquer ponto da história, é um conjunto de variedades; uma dessas variedades, em algum momento e em algumas sociedades, ganhou o estatuto da escrita, que se torna padrão, é defendida pelo Estado e é o veículo de todas informações culturais de prestígio; há diferenças substanciais entre as formas da oralidade e as formas da escrita (são gramáticas diferentes, com diferentes graus de distinção); a passagem da oralidade para a escrita é um processo complexo que nos faz a todos “bilíngues” na própria língua.
Pedagogicamente, dar ao aluno a consciência das diferenças linguísticas e de suas diferentes funções sociais é um passo fundamental para o enriquecimento da sua formação linguística.
É função da escola promover o domínio da forma padrão da escrita, estimular a leitura e o acesso ao mundo letrado, e tanto melhor será essa competência quanto mais o aluno desenvolver a percepção das diferenças gramaticais da oralidade e da vida real da língua.
Ora, todo livro didático de português minimamente atualizado reserva um capítulo ao tópico da variedade linguística e ao papel da língua padrão dentro do universo das linguagens cotidianas.
Num país de profundos desníveis sociais como o Brasil, o reconhecimento da diferença linguística é o passo primeiro para o pleno acesso à escrita e sua função social. Será isso tão difícil de entender? 
Prof. Cristovão Tezza, Gazeta do Povo (PR), 24/05/11

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Balanço da blitz da educação do JN mostra acertos e desafios das escolas

O Jornal Nacional fez, na semana passada, uma blitz na educação. Foram cinco cidades sorteadas, uma de cada região brasileira, que receberam a visita da equipe do JN no Ar. Uma semana de viagem, 8.529 quilômetros percorridos, cortando o país de Norte a Sul, Leste a Oeste. Cinco paradas e muitas lições sobre educação apreendidas. O especialista Gustavo Ioschpe acompanhou a equipe em todas as visitas. Conversou com professores, diretores, estudantes. Anotou tudo, tirou lições, confirmou estudos. Tudo visto de perto.
Ioschpe fez uma lista de dicas para pais e estudantes: o que funciona, ajuda no aprendizado, o que atrapalha. Tudo confirmado pela no blitz da educação do JN no Ar, portanto preste atenção:

Exemplos de práticas positivas para a educação:
1. Passar dever de casa;
2. Professor com formação na área em que ensina;
3. Imposição de método, rotina e gestão em todas as aulas;
4. Comprometimento dos educadores com o sucesso;
5. Uso de material didático como apoio;
6. Fazer provas com frequência e monitorar o aprendizado;
7. Disciplina.

Exemplos do que prejudica o aprendizado:
1. Aluno que trabalha e estuda;
2. Distância da escola;
3. Indicação política do diretor;
4. Falta de professores;
5. Indisciplina.

“Essa diferença entre as escolas só reforça a ideia de que a relação entre a família e a escola não termina quando o filho é matriculado na escola. Pelo contrário, é só o começo. O pai tem que ver se a escola do filho está efetivamente ensinando, tem que ajudar, tem que cobrar, tem que fiscalizar. Porque educação de qualidade não é um favor que o Estado e os governantes fazem para os pais e para os alunos. É um direito que todo cidadão brasileiro tem”.

domingo, 22 de maio de 2011

Colóquio flácido para acalentar bovino (*)


Diariamente acesso vários sites em busca de notícias sobre Educação. Depois de uma triagem seleciono as que mais estão de acordo com a proposta de nosso Blog e aí então faço a blogagem, sempre com o cuidado de indicar fonte e/ou autor.
Confesso que nos últimos dias esta tarefa se tronou mais difícil, pois só se fala a respeito do livro “Por uma vida Melhor”, da professora Heloísa Ramos, distribuído pelo MEC para turmas de EJA em todo o Brasil. É gramático, é linguista, é advogado, é político, é jornalista, é professor... todo mundo resolveu opinar, uns a favor e muitos contra, a respeito dos “erros” de concordância que aparecem no livro.
Depois de ter acesso à referida obra, percebi que “estão fazendo tempestade em copo d’água”, pois a autora incluiu frases com erro de concordância em apenas uma lição para mostrar a diferença entre a norma culta e a popular. Confira alguns trechos do livro sobre o assunto:

“É importante saber o seguinte: as duas variantes [norma culta e popular] são eficientes como meios de comunicação. A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros”

“(...) Mais uma vez, é importante que o falante de português domine as duas variedades e escolha a que julgar adequada à sua situação de fala.”

“É comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros. Esse preconceito não é de razão linguística, mas social. Por isso, um falante deve dominar as diversas variantes porque cada uma tem seu lugar na comunicação cotidiana.”

“A norma culta existe tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta. Algo semelhante ocorre quando falamos: conversar com uma autoridade exige uma fala formal, enquanto é natural conversarmos com as pessoas de nossa família de maneira espontânea, informal.” 

Pergunto: quando nós, professores de Língua Portuguesa, trabalhamos esse conteúdo, não levamos para sala de aula textos, inclusive literários, escritos na linguagem popular, transgredindo as normas gramaticais? Então, por que essa preocupação de “especialistas”, defensores da pureza gramatical? Por que em vez de críticas cruéis e descabidas a uma metodologia de ensino eles não apresentam sugestões para melhorar a Educação em nosso país?
Acorda pessoal! Deixemos a “última flor do Lácio, inculta e bela” de lado! Vamos concentrar nossos esforços em discussões que possam contribuir efetivamente para sairmos desse caos em que se encontra a Educação pública nacional, pois o resto é simplesmente...
...“conversa mole pra boi dormir.” (*)
 Prof. Erivelton Rangel de Almeida
publicado no site TOM SOBRE TOM

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A coragem de uma "professorinha"...


A professora Amanda Gurgel numa demonstração de coragem que chega a nos comover.
Um exemplo a ser seguido! 
Precisamos acreditar na força que temos.

Indicação: professores Rogério Carvalho e Carlos Fabiano

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Crê ou não crê, eis a Educação


Todos os dias nos lamentamos do pesado fardo imposto à nossa profissão. A pesada carga horária, os baixos salários, a difícil tarefa de fazer compreender o porquê estarmos ali, as precárias condições de trabalho, a falta de estrutura, etc. Procuramos culpados, selecionamos pessoas físicas, jurídicas e culpamos o sistema. A culpa é do SISTEMA!
Acontece que estamos inseridos no sistema!! Na verdade somos a maior parte dele! Somos a base do sistema! Assim sendo, se nos balançarmos juntos, talvez possamos abalar sua estrutura!
É muito conveniente esperarmos a chegada de um "messias mítico institucional" que um dia irá nos livrar do pecado da escolha, da subserviência e da falta de fé em nós mesmos! Não adianta nos filiarmos a sindicatos e esperar que ele resolva! Sem a nossa participação ele é inútil!
Profissionais de pouca fé, por que duvidastes?
Por que não crer no poder que temos? Por que nos calarmos diante das imposições políticas se elas são efêmeras, sabemos nós, diante da perenidade que uma postura coerente com uma fala convincente pode representar?
A marca que a nossa imagem pode imprimir é duradoura. Uma palavra pode traçar e alterar rumos. Somos formadores de opinião até quando participamos de fracassos pedagógicos! Temos o poder, mas não sabemos usá-lo. Sabemos algumas coisas, outras não ousamos vislumbrar; o SISTEMA não deixa. Mas existe algo que nos é permitido ler nas entrelinhas: Onde há professor alienado, existe um profissional desvalorizado!
Professores do Mundo, uni-vos!!!!!
Prof. Rogério Carvalho