quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

E se você fosse professor dessa galera?

Por Erivelton R. Almeida


Durante os 31 anos em que trabalhei numa concessionária de energia elétrica sempre lidei com números. E gostava muito! Entre relatórios e gráficos, mergulhava nos algarismos e achava aquilo fascinante! Agora na Educação, paradoxalmente, leciono língua portuguesa, e após acessar a página do INEP (http://sistemasideb.inep.gov.br/resultado/) em busca dos números do IDEB nacional de 2009, resolvi fazer uma brincadeira.


Suponhamos que você seja professor(a) de uma escola chamada Brasil e trabalha numa turma de 5º ano, numa de 9º e noutra de 3º ano do ensino médio. Cada uma possui 27 alunos. Tem os filhos de famílias ricas como Paulo, Rio, Minas, Catarina, e os de mais pobres, Acre, Amapá, Paraíba, Pará, Alagoas... eta galera heterogênea! 


A média é 5 e no 5º ano apenas 5 alunos aprovados (é muito cinco, não acha!!!), Distrito Federal (a maior média, 5,6 – será por que seja filho de políticos?), Espírito Santo, Minas, Paraná, Catarina e Paulo (dizem que é da família mais rica do país), e um índice de reprovação de 78% (assustador!). Ah! Tivemos aqueles com 4,9 – como Goiás, Mato Grosso e o gaúcho que imploraram para aproximar para a média. – Poxa! É só 1 décimo, professor(a)! Mas você é daqueles(as) que não cedem!!!


E o pessoal do 9º ano (maior média = 4,5) e 3º EM (maior = 4,2)? Que arraso! TODOS REPROVADOS!  


E você se pergunta: O que faltou? “Onde foi que eu errei?” É... nessas horas apontam sempre ELE como o culpado: O PROFESSOR!  Aí a direção da Escola (MEC) resolve tomar uma série de medidas para reverter o quadro e, por outro lado, pouquíssimas Famílias se movimentam para mudar a situação caótica, pois a maioria está preocupada com outras coisinhas, que consideram mais importantes.


“Seria cômico se não fosse tão trágico!” Enquanto tivermos políticas públicas (quando tem!) que ficam “espantando moscas e vez de tratar a ferida”, a Educação em nosso país não passará de uma simples brincadeira.

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