terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Primeira prova nacional para professores será em 2012, diz Haddad

Em entrevista ao iG, ministro indicado por Lula diz que Dilma não escolheria ninguém que não quisesse e fala sobre o futuro do MEC
Pronto para passar mais um ano-novo em Brasília, o ministro da Educação, Fernando Haddad, garante que até gosta dessa época deserta na cidade – modificada pela posse presidencial de Dilma Rousseff este ano, que promete agitar este sábado, 1º de janeiro de 2011. Segundo ele, a última semana de todos os anos na capital é boa para “garimpar recursos no orçamento” para a área que lidera, a educação. “Sempre consigo algo. Até dia 31, estou com esperança”, disse, sorridente, em entrevista exclusiva ao iG.

Bacharel em direito, com mestrado em economia e doutorado em filosofia, Haddad está à frente do ministério desde julho de 2005. Antes, em 2004, havia sido secretário-executivo do então ministro Tarso Genro. Aos poucos, ganhou a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seu perfil técnico e exigente (segundo confirmam funcionários da pasta). Em inúmeros eventos públicos, Lula fez questão de tecer elogios à atuação do ministro e garantir que as melhorias no ensino foram possíveis por conta do estilo Haddad de gerenciar.
Mesmo em momentos difíceis como na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, quando uma prova foi roubada, e na edição deste ano da avaliação, em que houve problemas gráficos nas provas, Lula saiu em defesa do pupilo. Em despeito às críticas, reclamações e especulações sobre a permanência de Haddad no cargo, Lula defendeu e aconselhou a presidenta eleita Dilma Rousseff a mantê-lo no Ministério da Educação. Para ele, Dilma não “aceitou” seu nome, mas o escolheu.
Para o novo período, Haddad diz que Dilma pediu atenção especial à valorização e a melhorias na carreira dos professores. No início do ano, o ministro apresentará uma proposta que, para ele, deve mexer com o valor, o papel e a remuneração dos professores. Um documento com as características consideradas essenciais para um bom professor. Essa matriz servirá para a elaboração de uma prova nacional de concurso de ingresso na carreira docente. A primeira edição deve ocorrer no primeiro trimestre de 2012.
Em entrevista ao iG, Haddad disse que aguarda o aval dos técnicos para a aplicação de duas edições do Enem no ano que vem. Garantiu que não tem expectativas políticas para depois do governo Dilma e que não pretende ficar pouco tempo na pasta. “Não sinto isso como necessidade (candidaturas políticas depois)”, afirmou. “Eu opero por projeto, não por calendário”, disse.

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