Quando o Ministério da Educação anunciou recentemente que, até o fim deste ano, distribuirá 600 mil tablets para professores de 52 mil escolas do ensino médio da rede pública, além de 78 mil projetores digitais para exibir conteúdos didáticos na sala de aula, a boa notícia foi recebida como mau agouro.
"Dilma abandonou programa de Lula", apressaram-se em dividir alguns. "Como o governo vai distribuir tablets, se não cumpriu a meta de distribuir um computador por aluno?", questionaram outros.
Nem uma coisa, nem outra. O governo Dilma não abandonou programa algum, mas tão somente acompanhou a evolução da indústria de informática - seguramente a de renovação mais veloz do mundo. Quando o ex-presidente Lula lançou o programa Um Computador por Aluno (UCA), havia 25 anos que os laptops figuravam como o meio mais moderno de comunicação digital.
Hoje, não são mais. Em seu lugar, entraram os tablets, que estão há menos de dois anos no mercado. Distribuí-los agora às escolas públicas de ensino médio, portanto, significa aproximar jovens e adolescentes de uma ferramenta que certamente lhes será de muita utilidade no mercado de trabalho.
Outra vantagem do novo programa, não devidamente relevada, é a economia que gerará aos cofres públicos. De acordo com valores de 2008, quando o UCA foi lançado, cada computador sairia por R$ 550, sem contar gastos adicionais com a compra de softwares e periféricos.
Já no caso dos tablets, que estão sendo fabricados no Brasil, o custo estimado por equipamento varia entre R$ 250 e R$ 300 - quase a metade do custo do laptop. Afora essa redução significativa de preço, os tablets sairão da fábrica com todos os softwares básicos instalados e configurados para conectar-se tanto com redes externas, como a internet, quanto internas, como as redes das escolas, por meio da tecnologia wireless (sem fio).
Outro indicador mostra o acerto da opção pelos tablets, pois serão eles, ao lado dos celulares inteligentes, os smartphones, os principais responsáveis pelo aumento do tráfego de dados no Brasil.
Conforme aponta recente levantamento da Cisco, uma das maiores empresas de telemática do mundo, o tráfego de dados desses aparelhos crescerá 79% ao ano até 2016 no nosso país, principalmente por conta do aumento do acesso à internet móvel pelas classes C, D e E.
Aqui, mais uma vez, consolida-se o resultado das políticas de inclusão social implementadas pelos governos do PT, gerando aumento de demanda em um mercado que antes era restrito e exclusivo das classes sociais de maior renda.
No cotidiano da sala de aula, os tablets também terão usabilidade superior à dos laptops. De acordo com o plano do MEC, esses equipamentos serão distribuídos com material didático já instalado, para apoiar o professor na sala de aula, que poderá exibir seu conteúdo em projetores e outros recursos audiovisuais.
Esse conteúdo, promete o MEC, será constantemente atualizado para que os professores carreguem seus equipamentos com novas aulas e possa transmitir o que desejarem para smartphones ou tablets de seus alunos. Os números demonstram o acerto da opção pelos tablets.
Em outubro do ano passado, mais de 1,3 milhão de usuários brasileiros acessaram a internet com conexão de banda larga, perfazendo 58 milhões de acessos. Na banda móvel, o crescimento foi de 99%, com 20,5 milhões de acessos.
A popularização dos dispositivos móveis inteligentes é irreversível, mas sua efetividade, é claro, dependerá dos novos investimentos do governo e da iniciativa privada na popularização da banda larga, conforme está prescrito no Plano Nacional de Banda Larga.
Ainda há muito que fazer, é verdade, principalmente nos investimentos em infraestrutura, mas a distribuição de tablets reafirma o compromisso do governo da presidente Dilma de prover a educação com que há de melhor e mais moderno.
Fonte: O Globo (RJ)
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