Todos na Escola. Esse deveria ser o lema do Brasil, se é que um dia queremos chegar ao que se convencionou chamar de Primeiro-Mundo. E o caminho é esse, não havendo alternativa para nós. Educação para todos. E não apenas isso, porque falar de números é fácil. Mais difícil é o estabelecimento de uma Educação de qualidade. E isso só será possível no dia em que todos fizermos a nossa parte.
Nossos ícones deveriam ser homens como Darcy Ribeiro, Rui Barbosa e muitos outros que dedicaram suas vidas a fazer do nosso povo um povo mais educado, mais culto e por extensão, mais civilizado. Bom exemplo do que a Educação pode fazer é o norte-americano George Washington Carver.
Despossuído de tudo como se diz agora, Carver nasceu em Diamond (Missouri - EUA) em 1864. Negro, filho de escravos e no Sul dos Estados Unidos em meados do século 19, ele, com imensa força de vontade foi botânico, inventor, agrônomo e cientista renomado.
Tudo isso pelo amor dedicado à Educação. E tinha tudo para ser apenas mais um na história da humanidade. Mas não foi assim. Quando morreu, em 5 de janeiro de 1943, em Tuskegee (Alabama) era grande entre os grandes.
Estudo de 2010 mostra números preocupantes. Apesar dos avanços obtidos na área da educação nos últimos anos, o Brasil ainda tem 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola. De acordo com o estudo, a exclusão Escolar é mais grave entre as crianças de quatro a cinco anos, e entre os adolescentes de 15 a 17. Estão fora das salas de aula 1.156.846 meninos e meninas entre quatro e cinco anos de idade.
A primeira infância, que vai de zero a seis anos de idade, é uma fase crucial do desenvolvimento, uma etapa em que o cérebro cresce quase que integralmente e sua estrutura se diferencia em funções complexas, que permitem a formação da inteligência, da capacidade de aprendizagem, do perfil da personalidade, além do comportamento individual.
Daí a importância de oferecer às crianças, além de um ambiente fami-liar saudável, seguro e equilibrado, uma Escola realmente preparada para estimular as habilidades motoras, cognitivas, intelectuais e emocionais dos alunos.
Entre os jovens de 15 e 17 anos, 1.728.015 não estão na Escola. Isso atende pelo nome de tragédia educacional.
A Emenda Constitucional 59, de 2009, estabeleceu que o Poder Público tem até 2016 para assegurar Educação básica obrigatória a todas as crianças e adolescentes de quatro a 17 anos de idade. No passo que andamos, jamais chegaremos a essa meta, o que significa perpetuar o analfabetismo ou o semi-analfabetismo entre nós.
A parte boa é que 98% das nossas crianças nessa faixa etária estão na Escola. A ruim é que pela qualidade do ensino, isso significa pouco ou nada.
Nunca na história da humanidade o mercado de trabalho esteve tão avançado, e por isso, dependente de mão-de-obra qualificada. E não só isso, nossa juventude precisa, além de boa formação Escolar, técnica e cultura, de bons referenciais éticos e políticos.
E não é o que se vê na linha do horizonte. Mais ainda, as enormes diferenças regionais fazem com que nossas desigualdades regionais nos tornem ainda mais desiguais.
No dia em que os governos Federal, estaduais e municipais, com a colaboração e o envolvimentos de toda a sociedade na formação de uma sociedade mais rica, mais educada e mais igual, descobriremos aliviados que aluz no final do túnel é a luz do conhecimento, e não a do trem vindo em sentido contrário.
Fonte: Diário do Amapá (AP)
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