sábado, 4 de agosto de 2012

Investir na Educação dos filhos exige esforço e disciplina dos pais

A Educação no Brasil é cara, mas nem sempre de boa qualidade. Transformar um filho em doutor não é uma tarefa impossível, no entanto, se a vida acadêmica for cuidadosamente planejada. Estudos do Instituto DSOP de Educação Financeira (www.dsop.com.br) apontam que, do nascimento a um curso de especialização depois da faculdade, um filho de classe média consome cerca de R$ 20 mil por ano, pouco menos de 40% da renda de uma família de três pessoas, com ganho mensal de R$ 4 mil. Em 25 anos, serão investidos R$ 509.800 na Educação. Mestrado e Doutorado vão exigir, pelo menos, mais R$ 100 mil, aproximadamente. À primeira vista, pode parecer algo inacessível. Mas não é. Basta observar que, incluindo o 13º salário, a família recebe R$ 52 mil, ao longo de 12 meses. Em 25 anos, o ganho acumulado chega a R$ 1,3 milhão. Os valores variam de acordo com o padrão de cada grupo social. Uma Escola privada tradicional pode ser mais cara. André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, assinala que, apenas na graduação (faculdade) e no mestrado em sua área, desembolsou R$ 134 mil. O investimento vale a pena, porque o Brasil, apesar de viver um momento de pleno emprego, carece de mão de obra qualificada, o que causa sérios problemas ao país. Para suprir as necessidades, as empresas contratam pessoas de fora em caráter temporário. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) comprovam que a entrada de estrangeiros para tapar esse buraco cresceu 33% apenas nos três primeiros meses de 2012, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Dificuldades
“Não se faz um doutor do dia para a noite. É preciso disciplina. E se a Educação fundamental não for boa, as dificuldades para chegar lá são ainda maiores”, afirma Reinaldo Domingos, Educador financeiro do DSOP. Em seus cálculos, as despesas antes do nascimento, até o parto — mobília, equipamentos, consultas médicas — são de R$ 15,5 mil. Nos dois primeiros anos, fraldas, babá e escolinha custam mais R$ 34 mil. Daí até os 25 anos, só com Educação, em colégio particular, o desembolso será de R$ 178,4 mil. Sem esquecer despesas com locomoção, inclusive compra e manutenção de um veículo quando o adolescente chegar aos 18 anos (R$ 86,2 mil), além de R$ 195,7 mil com presentes de aniversário, viagens, passeios e lazer.
O esforço, no entanto, não deve ser apenas dos pais. O Aluno com notas boas pode pleitear bolsas de estudo ou entrar em projetos governamentais. O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies, sisfiesportal.mec.gov.br/), do Ministério da Educação, financia a graduação superior de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. A cada três meses, o estudante pagará, no máximo, R$ 50, referentes aos juros. Concluído o curso, goza de carência de 18 meses, para recompor o orçamento. Depois, o saldo devedor será dividido em até 13 anos, com juros de 3,4% anuais. 
Na pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado), se mantiver o bom desempenho, o estudante pode lançar mão de auxílio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, www.capes.gov.br) ou do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, www.cnpq.br). Essas bolsas de estudo estão atualmente em R$ 1.350 por mês (mestrado), R$ 2 mil (doutorado) e R$ 3,7 mil para quem quiser fazer o pós-doutorado. Recentemente, o governo criou o Programa Ciência sem Fronteiras (CsF, www.cienciasemfronteiras.gov.br), apostando na formação de pesquisadores. Até 2015, serão 101 mil bolsas bancadas pelo governo — com investimento de R$ 3,2 bilhões — e 75 mil pela iniciativa privada. A medida já conta com o apoio de várias instituições educacionais do mundo inteiro, principalmente dos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra.
Fonte: Correio Braziliense (DF)

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